quarta-feira, 4 de abril de 2012

Logística do Maranhão favorece negócios de estados vizinhos


Logística portuária do Maranhão atrai negócios de outros estados

A expansão portuária do Maranhão e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) estão atraindo a implantação de novos negócios no estado e em regiões vizinhas. Neste sentido, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora do Porto do Itaqui, no mês passado, divulgou o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), que revela a existência de pelo menos 90 empreendimentos ligados direta ou indiretamente à infraestrutura de escoamento da produção industrial e de grãos agrícolas. Mais recentemente, a Braxcel Celulose e a Raízen (empresa do setor de transporte de combustíveis) anunciaram novos investimentos visando ao aproveitamento da logística de transporte maranhense.
Em fins de março deste ano, a Braxel Celulose anunciou um investimento de R$ 4,1 bilhões na construção de uma indústria a cerca de 300 km de Palmas (TO), no município de Peixe, com início de operação previsto para 2018. A empresa conta com a FNS para escoar 1,5 milhão de toneladas (t) por ano de celulose pelo Porto do Itaqui, com vista a produzir 3 milhões/t/ano até 2023.
A fábrica da Braxcel deverá entrar em operação em um momento em que outros grandes grupos do setor terão ampliado suas atividades, como a Suzano Papel e Celulose, que desenvolve um projeto industrial no Maranhão estimado em US$ 2,3 bilhões (aproximadamente RS 4,2 bilhões), com expectativa de produção de 1,5 milhão/t/ano de produtos, previsto para 2013.
Porto - Em janeiro deste ano, a distribuidora de combustíveis Raízen anunciou a intenção de investir cerca de R$ 600 milhões até abril de 2013 em estrutura logística, com vista ao transporte de derivados de petróleo para o exterior e para a Região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins).
Para atingir o objetivo, a empresa pretende investir em terminais marítimos para cabotagem (navegação comercial entre portos da mesma região ou país) e utilizar a Ferrovia Norte-Sul para atingir o mercado interno.
Na ocasião, o vice-presidente da Raízen, Leonardo Gadotti Filho, informou que a empresa já possui uma base no Itaqui e que pretende expandir o setor de terminais de derivados de petróleo, etanol, aumentando o pátio de tancagem (novos tanques).
"Hoje, chegamos com o produto por navio, via cabotagem, e recebemos etanol por caminhão. No futuro, queremos receber esse etanol por vagão, num modal mais eficiente, via Norte-Sul e suprir Palmas [TO], que hoje é caminhão, por vagão. Em um segundo momento, vamos exportar por Itaqui, que é uma grande porta de saída, não só para etanol. Através da ferrovia, conseguiremos transportar etanol para Itaqui e dali poderemos embarcar para os Estados Unidos, só com dois terços do frete que você pagaria [por Santos]", informou Gadotti Filho, na ocasião.
Segundo Gadotti Filho, a Raízen também visa oportunidades de expansão de transporte de combustíveis em locais onde a Petrobras está planejando novas refinarias, como nos portos de Suape (PE), Pecém (CE) e Bacabeira (MA).
Etanol - Antecipando-se ao cenário atual, em julho de 2011 a empresa Bunge informou o início do transporte de etanol para as regiões Norte e Nordeste, valendo-se da Ferrovia Norte-Sul e do Porto do Itaqui. O produto saiu da usina da empresa em Pedro Afonso (TO), com uma economia no frete estimada em 50%.
A usina de Pedro Afonso, segundo informou a Bunge, na ocasião, tem capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um investimento de R$ 600 milhões, com capacidade de produção de 120 milhões de litros de etanol.
Além do etanol, produtores de soja de Pedro Afonso (TO), desde junho de 2011, iniciaram a utilização da logística férrea e portuária do Maranhão para escoar a sua produção. A última safra (colhida em fins de 2011) começou a ser transportada em fins de fevereiro deste ano. Até o ano passado, a Cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso (Coapa) estimava colher mais de 73 mil/t de grãos.
A rota da soja de Pedro Afonso começa com o carregamento do produto em caminhões, com destino aos terminais ferroviários da empresa Valec em Colinas (TO) e em Porto Franco (MA), para embarque no Porto do Itaqui, mais precisamente no berço 105, arrendado à Vale, que o denomina Píer II. O principal objetivo é atingir o mercado asiático.

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