Logística portuária do Maranhão atrai negócios de outros estados
A expansão portuária do Maranhão e a Ferrovia Norte-Sul (FNS)
estão atraindo a implantação de novos negócios no estado e em regiões vizinhas.
Neste sentido, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora
do Porto do Itaqui, no mês passado, divulgou o Plano de Desenvolvimento e
Zoneamento (PDZ), que revela a existência de pelo menos 90 empreendimentos
ligados direta ou indiretamente à infraestrutura de escoamento da produção
industrial e de grãos agrícolas. Mais recentemente, a Braxcel Celulose e a
Raízen (empresa do setor de transporte de combustíveis) anunciaram novos
investimentos visando ao aproveitamento da logística de transporte
maranhense.
Em fins de março deste ano, a Braxel Celulose anunciou um
investimento de R$ 4,1 bilhões na construção de uma indústria a cerca de 300 km
de Palmas (TO), no município de Peixe, com início de operação previsto para
2018. A empresa conta com a FNS para escoar 1,5 milhão de toneladas (t) por ano
de celulose pelo Porto do Itaqui, com vista a produzir 3 milhões/t/ano até 2023.
A fábrica da Braxcel deverá entrar em operação em um momento em
que outros grandes grupos do setor terão ampliado suas atividades, como a Suzano
Papel e Celulose, que desenvolve um projeto industrial no Maranhão estimado em
US$ 2,3 bilhões (aproximadamente RS 4,2 bilhões), com expectativa de produção de
1,5 milhão/t/ano de produtos, previsto para 2013.
Porto - Em janeiro deste ano, a distribuidora de combustíveis
Raízen anunciou a intenção de investir cerca de R$ 600 milhões até abril de 2013
em estrutura logística, com vista ao transporte de derivados de petróleo para o
exterior e para a Região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins).
Para atingir o objetivo, a empresa pretende investir em
terminais marítimos para cabotagem (navegação comercial entre portos da mesma
região ou país) e utilizar a Ferrovia Norte-Sul para atingir o mercado
interno.
Na ocasião, o vice-presidente da Raízen, Leonardo Gadotti Filho,
informou que a empresa já possui uma base no Itaqui e que pretende expandir o
setor de terminais de derivados de petróleo, etanol, aumentando o pátio de
tancagem (novos tanques).
"Hoje, chegamos com o produto por navio, via cabotagem, e
recebemos etanol por caminhão. No futuro, queremos receber esse etanol por
vagão, num modal mais eficiente, via Norte-Sul e suprir Palmas [TO], que hoje é
caminhão, por vagão. Em um segundo momento, vamos exportar por Itaqui, que é uma
grande porta de saída, não só para etanol. Através da ferrovia, conseguiremos
transportar etanol para Itaqui e dali poderemos embarcar para os Estados Unidos,
só com dois terços do frete que você pagaria [por Santos]", informou Gadotti
Filho, na ocasião.
Segundo Gadotti Filho, a Raízen também visa oportunidades de
expansão de transporte de combustíveis em locais onde a Petrobras está
planejando novas refinarias, como nos portos de Suape (PE), Pecém (CE) e
Bacabeira (MA).
Etanol - Antecipando-se ao cenário atual, em julho de 2011 a
empresa Bunge informou o início do transporte de etanol para as regiões Norte e
Nordeste, valendo-se da Ferrovia Norte-Sul e do Porto do Itaqui. O produto saiu
da usina da empresa em Pedro Afonso (TO), com uma economia no frete estimada em
50%.
A usina de Pedro Afonso, segundo informou a Bunge, na ocasião,
tem capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um
investimento de R$ 600 milhões, com capacidade de produção de 120 milhões de
litros de etanol.
Além do etanol, produtores de soja de Pedro Afonso (TO), desde
junho de 2011, iniciaram a utilização da logística férrea e portuária do
Maranhão para escoar a sua produção. A última safra (colhida em fins de 2011)
começou a ser transportada em fins de fevereiro deste ano. Até o ano passado, a
Cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso (Coapa) estimava colher mais de 73
mil/t de grãos.
A rota da soja de Pedro Afonso começa com o carregamento do
produto em caminhões, com destino aos terminais ferroviários da empresa Valec em
Colinas (TO) e em Porto Franco (MA), para embarque no Porto do Itaqui, mais
precisamente no berço 105, arrendado à Vale, que o denomina Píer II. O principal
objetivo é atingir o mercado asiático.
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