Valor será para aquisição de locomotivas e na substituição
de 240 quilômetros de trilhos para melhorar a operacionalidade.
Ribamar Cunha
Subeditor de Economia
Subeditor de Economia
O trecho da ferrovia Transnordestina de 494 km, que se estende
de São Luís a Teresina (PI), terá investimentos de R$ 70 milhões até julho de
2013. O modal ferroviário é importante para o Maranhão, e, segundo a
Transnordestina Logística, empresa controlada pela Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), que detém a concessão da malha, o valor será aplicado na
aquisição de locomotivas e na substituição de 240 km de trilhos, com o objetivo
de melhorar a operacionalidade da via.
Em toda a sua extensão, a malha da Transnordestina, que além do
Maranhão e Piauí, corta os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e
Alagoas, transporta cerca de
4 mil vagões por mês. Cada vagão tem capacidade aproximada de 45
toneladas, o que significa 1.800.000 toneladas/mês.
No trecho que sai de São Luís, os trens da concessionária
transportam combustível e alumínio com destino a outros estados e, no sentido
inverso, calcário e contêneres com cargas gerais.
Novas cargas - De acordo com a empresa, há planos para
transportar papel, minerais diversos e cimento. Essas oportunidades de novas
cargas que serão proporcionadas a partir dos investimentos de mais de R$ 100
bilhões em andamento no estado, foram discutidas entre o secretário de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Maurício Macedo, e o presidente da
Transnordestina, Tufi Daher, na sede da empresa, em Fortaleza.
No encontro, Maurício Macedo expôs os grandes projetos em
instalação no estado, como a Refinaria Premium I em Bacabeira, a fábrica de
celulose da Suzano em Imperatriz e a unidade de produção de peletes em
Chapadinha, as indústrias de cimento em São Luís, a aciaria em Açailândia, a
exploração de gás em Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, entre outros
empreendimentos, com potencial de geração de novas cargas para a
Transnordestina.
"Discutimos com o presidente da Transnordestina uma série de
questões ligadas a operações no Porto do Itaqui e construção de ramais
ferroviários para chegar a novas cargas como o transporte de celulose e peletes
da Suzano, combustível, cimento, grãos, entre outros produtos", disse Maurício
Macedo.
Grupo - Segundo o secretário, Tufi Daher ficou entusiasmado com
o resultado do encontro e se dispôs a indicar técnicos da empresa para
integrarem um grupo de trabalho formado por representantes da Sedinc, Empresa
Maranhense de Administração Portuária (Emap), Vale e Suzano, para discutir a
construção de ramais ferroviários.
Sobre a possibilidade de investir em trem de passageiros, como
foi no passado, à época da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), a
Transnordestina descartou-a, ao justificar que é concessionária de transporte de
cargas.
Mais
- A ferrovia Transnordestina tem 1.728 quilômetros de extensão.
Ligará a cidade de Eliseu Martins (PI) ao Porto de Suape e ao Porto de Pecém,
respectivamente na Região Metropolitana do Recife e Região Metropolitana de
Fortaleza, cruzando praticamente todo o território dos estados de Pernambuco e
Ceará, com entroncamento em Salgueiro (PE).
- Quando ficar pronta, a Transnordestina terá capacidade para
transportar até 100 milhões de toneladas.
Recursos do PAC vão garantir a construção de 1.740 km de linhas
Serão R$ 6,5 bilhões do Governo Federal e da Companhia
Siderúrgica Nacional, empresa controladora da Transnordestina.

A Transnordestina Logística está vivenciando um novo ciclo, com
os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a
construção de cerca de 1.740 km de novas linhas, projeto que aumentará a
capacidade de transporte em 20 vezes, igualando-a ao patamar das ferrovias mais
modernas do mundo.
São R$ 6,5 bilhões em investimentos do Governo Federal e da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), empresa controladora da Transnordestina,
ligando o cerrado do Nordeste aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), tendo como
principais cargas grãos, fertilizantes e minérios. A conclusão da nova linha
está prevista para 2014.
Com esse investimento, a atual capacidade de transporte da
ferrovia, que é de 1,5 milhão de toneladas, saltará para 30 milhões de
toneladas/ano a partir de 2020, devendo escoar parte dessa carga para o Porto do
Itaqui, onde será exportada para os grandes mercados internacionais.
O primeiro trecho da ferrovia a ser concluído vai de Eliseu
Martins (PI) até o Porto de Suape (PE). O segundo trecho parte do município de
Salgueiro (PE) até o Porto de Pecém (CE). As obras são compostas por 11 lotes e
25 frentes de trabalho que empregam, hoje, cerca de 10 mil trabalhadores.
No mês passado, a presidente Dilma Rousseff visitou o canteiro
de obras em cidades pernambucanas e afirmou que a ferrovia será concluída até o
fim de 2014.
"Prover a Região Nordeste de infraestrutura necessária para
viabilizar as atividades econômicas da região, por meio da redução dos custos
logísticos é fundamental", defende Miguel Andrade, gerente comercial da
Transnordestina Logística, lembrando que a ferrovia passa por regiões de Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) baixíssimo e interliga diversos portos da
região, como os de Maceió (AL), Suape e Recife (PE); Cabedelo (PB), Mucuripe e
Pecém (CE); Itaqui (MA) e Natal (RN).
"Construímos a Transnordestina com bitolas largas e mistas e
rampas de no máximo 1,5% de elevação para garantir velocidade de cruzeiro de 80
km/hora e comercial de 65 km/h", detalha Andrade. A somatória de todas as pontes
projetadas para o trecho em questão totaliza mais de 13 quilômetros de
extensão.
Mais
- A Transnordestina Logística é uma empresa privada do Grupo CSN
criada originalmente com o nome de Companhia Ferroviária do Nordeste em 1º de
janeiro de 1998. Administra a malha ferroviária do Nordeste adquirida da RFFSA
que era composta das seguintes superintendências regionais: SR 1 (Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte), SR 11 (Ceará) e SR 12 (Piauí e
Maranhão).
- A malha ferroviária do Nordeste tem 4.238 quilômetros que se
estendem pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas até o município de Propriá, em Sergipe.
- A Transnordestina Logística, antiga Companhia Ferroviária do
Nordeste (CFN), obteve a concessão da Malha Nordeste, pertencente à Rede
Ferroviária Federal S.A., no leilão realizado em 18 de julho de 1997. A outorga
desta concessão foi efetivada pelo Decreto Presidencial de 30 de dezembro de
1997, publicado no Diário Oficial da União de 31 de dezembro de 1997.
- Em 2008, a razão social da Companhia Ferroviária do Nordeste
(CFN) mudou para Transnordestina Logística S/A.

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