Matéria publicada no Jornal O Estado do Maranhão culpa o crescimento imobiliário que deve obedecer às normas estabelecidas a favor da proteção do meio ambiente de forma a não atingir lençóis freáticos nem despejar dejetos em rios e mares. Ok, os prédios de luxo não podem mas as palafitas que enfeiam e sujam bem mais, podem. Então tá.
Crescimento imobiliário satura rede de esgotos da Grande São Luís
Anderson Corrêa
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado

A rede de esgoto da Região Metropolitana de São Luís está
saturada em algumas localidades, segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do
Maranhão (Caema). O comprometimento do sistema deve-se principalmente ao
crescimento imobiliário na região, já que os empreendimentos, a grande maioria
formada por condomínios residenciais, lançam grande quantidade de dejetos nas
coletoras.
Segundo o diretor de Operação da companhia, engenheiro Cristovam
Dervalmar Rodrigues Teixeira Filho, a rede de São Luís não tem condições de
atender a todo esse contingente, principalmente no que se refere ao esgotamento
sanitário. Em relação ao abastecimento de água, em alguns casos é frequente a
furação de poços artesianos para servir a demanda.
Segundo o engenheiro, quando uma construtora tem pretensões de
realizar um empreendimento, deve ter uma carta de viabilidade. "A companhia
solicita os dados técnicos sobre a carga que será despejada na rede e só então
analisa as possibilidades, orientando se é possível que a rede da construção
seja ligada aos sistemas de esgotamento e de abastecimento da Caema ou se devem
fazer uma rede coletora particular", informou.
Restrições - Existem restrições em relação à realização dessas
obras por construtoras. A construção de fossas sanitárias, recomendada pela
Caema, deve, por exemplo, obedecer às normas estabelecidas a favor da proteção
do meio ambiente de forma a não atingir lençóis freáticos ou nem despejar
dejetos em rios e mares. "A execução de obras de rede coletora de esgoto com
sistema de tratamento nesse tipo de propriedade encarece o investimento",
admitiu o diretor.
Cristovam Teixeira Filho denunciou que muitos imóveis na capital
estão na ilegalidade, às vezes com ligações clandestinas à rede da companhia.
Segundo o engenheiro, para a liberação do empreendimento é necessária a certidão
do Habite-se, que dá garantias de que o prédio foi construído em obediência à
legislação local, o que nem sempre é cumprido.
Obras - Para tentar resolver alguns problemas que comprometem o
bom funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, a Caema tem viabilizado a
execução de obras e melhorias nas estações de distribuição de água e coleta de
esgoto. O engenheiro informou que estão em processo de licitação as obras de
intervenção na Bacia do São Francisco com a construção de elevatória e rede
interceptora para levar o esgoto para a estação de tratamento do Jaracati.
Também estão programados para este ano serviços nas Bacias do
Rio Anil e do Vinhais. "Estamos conseguindo investimento para fazer projetos
para as duas bacias. Já temos autorizado o montante de R$ 5,824 milhões. Depois
viabilizaremos recursos para a execução das obras", disse. Segundo o engenheiro,
elas não resolverão todos os problemas da região, mas devem melhorar a atual
situação da rede.
O Estado tentou contanto com o Sindicato das Indústrias da
Construção Civil do Maranhão (Sinduscom) para saber qual seu posicionamento
quanto à possibilidade de prática clandestina de ligação à rede de esgoto de São
Luís por algumas construtoras da capital, além de saber o que tem sido feito
para evitar que estes imóveis sejam entregues, mas ninguém foi encontrado para
tratar do assunto.
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