quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carnaval maranhense 2012


As lendas e os encantos da capital e de seu povo cantados na avenida

Homenagens e muita ousadia marcaram a passagem das Flor do Samba e da Favela pela passarela, na madrugada de ontem


Com o apoio da comunidade do Desterro, a Flor do Samba desfilou com cinco alegorias e 3 mil integrantes divididos em 21 alas e foi a penúltima escola a passar pela avenida. A agremiação, que entrou alguns minutos atrasada, tentou compensar o tempo perdido e apresentou, no primeiro carro, a Ilha Virgem, habitada apenas pelos índios , o enredo São Luís, a flor do Maranhão. O segundo carro da agremiação contou um pouco das lendas de São Luís, enquanto o terceiro levou para a avenida os grandes vultos da literatura maranhense. “Trata-se do Pantheon maranhense, uma homenagem à Academia Maranhense de Letras e a referência da São Luís Atenas Brasileira”, explicou o carnavalesco Dominguinhos Lopes. O carro cujo tema eram as festas populares agradou ao público. “Achei o carro muito bonito, representa bem nossa cultura”, destacou o funcionário público Joseílton Braga, que, pela primeira vez, foi ver de perto o desfile das escolas de samba locais. “Todo ano vejo o desfile das escolas do Rio pela TV. Ontem [domingo] vi a Beija-Flor, que homenageou São Luís e hoje [ontem] vim prestigiar as escolas daqui, que também estão homenageando a cidade”, disse.
Sob um fino chuvisco, o intérprete Luís Carlos Vovô comandou a escola, cujos integrantes foram uns dos mais animados da noite. “Viemos dispostos a vencer, fazendo uma festa bonita, cheia de brilho e com a participação da comunidade”, atestou o puxador.
Favela do Samba - A Favela foi a última a passar pela Passarela do Samba. Com 3 mil integrantes, a turma do Sacavém veio com vontade de levar o hexa campeonato. Compacta e sem maiores problemas, a Favela apresentou-se com cinco carros e 23 alas para compor o enredo São Luís, menina dos olhos do mundo.
Um dos destaques do desfile foi, mais uma vez, a bateria. Sob o comando de mestre Júlio, a escola ousou e incluiu batidas de outros ritmos a exemplo das tribos de índio e do reggae. “Achei lindo, estava sentindo falta de encontrar a riqueza da musicalidade nas baterias”, disse a professora Ester Matos, que foi à Passarela do Samba especialmente para ver a Favela do Samba. Outro destaque foi a ala O Baile da Corte Francesa. Toda coreografada, a ala levou integrantes que simulavam as danças da corte, mas que, ao mesmo tempo, mesclavam com as danças do folclore maranhense. Durante o desfile não faltaram representações de personagens da história da cidade, a exemplo dos pregoeiros e dos trabalhadores nas fábricas de tecido. “Fazemos um espetáculo para o público, a Favela sempre faz um grande show e seremos campeã novamente”, disse o carnavalesco Júlio Matos. Quando o último carro passou pela dispersão, foi possível ouvir os gritos de “é campeã”, entoados pela torcida favelense.

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