quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Casa do Maranhão um pedaço do Maranhão no Rio de janeiro


Pedaço do Maranhão no Rio


Pedaço do Maranhão no Rio

Gabriel Mendes
Enviado especial


RIO - “Isso é uma grande conquista para os maranhenses e para os cariocas também. Com este local, o povo do Rio de Janeiro vai poder conhecer a riqueza e a força e simplicidade de nossa gente. Só temos que agradecer aos idealizadores desta grande conquista aqui no Rio”. Essas foram as palavras de César Nascimento, cantor e compositor maranhense, depois de cantar emocionado o grande sucesso Ilha Magnética na inauguração da Casa do Maranhão sábado, no Rio de Janeiro. A abertura da Casa aconteceu no mês de setembro, devido às festividades em homenagem a São José de Ribamar.
A festa começou com a ladainha do Divino Espírito Santo. Logo após, grupos como o Cacuriá As três Marias, o Tambor de crioula da Companhia Mariocas e o Bumba Meu Boi Brilho de Lucas abrilhantaram a festa.
A Casa do Maranhão é um projeto da Associação Colônia Maranhense instalada no Rio de Janeiro fundada em 16 de maio de 1967, formada por maranhenses descendentes e entusiastas da cultura e folclore do Maranhão. A motivação para criação da Associação deveu-se ao desejo de parte dos migrantes maranhenses radicados no Rio de manter sua devoção ao Divino Espírito Santo e a São José de Ribamar.
Com as festividades, o número de participantes e de associados aumentou, surgindo a necessidade de obtenção de uma sede própria, que possibilitasse a realização de reuniões e a criação de um espaço referencial para atendimento a maranhenses em situação de dificuldade no Rio de Janeiro. “Depois de anos de grandes lutas, conseguimos finalmente inaugurar a Casa do Maranhão no Rio de Janeiro. A nossa pretensão é trabalharmos com oficinas ligadas á cultura maranhense, tais como tambor de crioula, bumba meu boi, toque de caixa, ladainhas e outros. O importante é termos também um trabalho social com migrantes maranhenses que passam por dificuldades aqui no Rio. É um marco para nós maranhenses. É maravilhoso ter a possibilidade de reunir nosso povo nessa cidade que nos acolhe tão carinhosamente”, declarou a diretora social e cultural da Casa do Maranhão, Ildenir Freitas, ludovicense e morando no Rio há mais de 50 anos.
Durante a gestão do Prefeito César Maia, a Colônia Maranhense no Rio de Janeiro recebeu uma sala instalada em prédio tombado, situado à Rua Senador Pompeu, número 34, no Centro do Rio de Janeiro, local da atual Casa do Maranhão.
Homenagem - Diretores da Escola de Samba Beija-Flor estiveram presentes ao evento, pois a agremiação homenageará no Carnaval do próximo ano a capital maranhense, São Luís, que completará 400 anos em 2012. “Primeiramente é um prazer colocar na avenida uma cidade com riqueza cultural tão singular como São Luís. Esta Casa do Maranhão terá destaque em nossa escola, já que precisamos dessas pessoas que ainda mantêm acesa a chama maranhense em seus peitos. Mas, independente da escola, essa é uma conquista dos maranhenses que vivem aqui no Rio. É uma forma de resgatar e reviver nosso Maranhão”, declarou o ludovicense e diretor teatral da escola carioca Hilton Castro.
O embate para a criação da Casa do Maranhão já perdura algum tempo. Eneas Ribeiro, maranhense natural de Caxias, porém no Rio há mais de 40 anos, participa desta luta desde os primórdios e enaltece a conquista da Associação Colônia Maranhense. Fundador do Centro Estudantil Maranhense, o caxiense sempre vai a São Luís quando pode e afirma que, mesmo morando no Rio a muito tempo, não esquece suas raízes nordestinas e se considera um legítimo maranhense. “Nossa batalha é de muito tempo. Essa é mais uma conquista para todos nós. Todos que estão aqui preservam o sentimento e a cultura maranhense. Sempre que posso volto a minha terra. Essa casa é uma de nossas maiores conquistas”, declarou.
Este ano de 2011, já instalados na nova sede no Rio de Janeiro, a Casa do Maranhão venceu o Edital do Prêmio para Grupos e Comunidades da Cultura Popular, ofertado pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, além de motivar a produção de um vídeo-documentário sobre a Colônia, que também está concorrendo a prêmios.

Um comentário:

Liviane Ferreira disse...

Parabéns ao Gabriel Mendes pelo olhar polido e também pela formidável análise crítica ao grandioso evento que, além de evidenciar a nossa majestosa cultura para outra cidade culturalmente rica, tem como objetivo vincular as tradições maranhenses com o cenário carioca.
Fico lisonjeada ao saber que "minha cultura" está sendo admirada e reconhecida em outros lugares e por outras pessoas.
Minhas felicitações pela iniciativa. Forte abraço!