Diretor da Vale fala sobre investimentos da mineradora no estado
O diretor executivo de operações integradas da Vale, Eduardo Bartolomeo, anunciou ontem, durante a cerimônia oficial que marcou o primeiro carregamento do navio Vale Brasil, que o Maranhão é dono do maior investimento logístico da companhia no mundo. Bartolomeo citou a expansão do Terminal Portuário Ponta da Madeira, com a instalação de um novo píer, e as obras de dragagem para a ampliação do calado do porto.
"A Vale vai fazer no Maranhão o maior investimento de logística do mundo, e isso tem que ficar bem claro para todos. A Vale está fazendo um investimento de
US$ 3 bilhões com a construção do píer IV, empregando 9 mil pessoas no estado, o que vai garantir muita competitividade para o futuro, esse é o grande diferencial", disse.
Bartolomeo também falou sobre os demais investimentos da companhia e sobre a qualificação dos profissionais que atuam no Maranhão. "Estamos falando de uma ferrovia de altíssima capacidade, um porto que gera 16 mil toneladas por hora, um navio grandioso e que deixa todo o nosso custo muito baixo. Nós temos gente capacitada, muita gente boa no Maranhão e isso é bom para a Vale", completou.
De acordo com Bartolomeo, o terminal Ponta da Madeira vai se tornar em 2012 o principal porto do país em capacidade e volume de movimentação de cargas. Além do aumento do volume de minério e ferro, há previsão de grande movimentação de grãos no terminal.
Integra a expansão do porto, a construção do píer IV, que vai elevar a capacidade do terminal para 150 milhões de toneladas. O píer será capaz de receber e carregar dois navios simultaneamente. Voltado para embarcações de grande porte, o píer será destinado a navios de 150 mil a 400 mil toneladas.
Vale Brasil opera minério de ferro em terminal portuário de São Luís
Da Equipe de O Estado
Na primeira operação do Vale Brasil, foram carregadas 391 mil toneladas de minério de ferro, que terão como destino o Porto de Dalian, na China. O navio, que tem capacidade para abrigar em seus porões cerca de 11 mil veículos populares, será utilizado em um percurso que ligará o Maranhão à Ásia. "É um navio que conta com inovação, tecnologia de ponta e com um potencial de carregamento que supera todos os demais, num baixo custo. O Vale Brasil, sem dúvida alguma, marca uma nova era na Vale", disse Eduardo Bartolomeo, diretor executivo de operações integradas da companhia.
"É o primeiro navio do mundo que você pode carregar um porão inteiro sem tirar o carregador de cima dele. Num navio normal, você faz várias passadas, nesse não. Isso dá muito mais velocidade aos portos durante o carregamento. Por tanto, ele leva menos tempo para carregar do que dois navios e meio juntos", completou Nelson Luiz Coelho Alves, gerente-geral de Engenharia de Navegação da Vale.
O navio Vale Brasil foi encomendado pela mineradora ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Egineering Co, na Coreia do Sul. O supergraneleiro tem 365m de comprimento, 65m de largura e 400 mil toneladas de porte bruto (TPB), com capacidade de carga de 390 mil toneladas de minério. Vale Brasil é o primeiro mineraleiro de uma encomenda de sete navios da Vale ao estaleiro coreano, que totaliza investimento de US$ 748 milhões.
O mineraleiro supera em dimensões o Berge Stahl, construído em 1986 pelo estaleiro Hyundai Heavy Industries (Coreia do Sul) e que por mais de duas décadas foi considerado o maior do mundo em sua categoria.
Logística - De acordo com Eduardo Bartolomeo, o navio Vale Brasil e os demais já encomendados fazem parte da solução logística entre os portos do país e os clientes asiáticos. Ele contou que além do elevado padrão das embarcações, há menor custo no transporte do minério. "Antes da crise, nós pagávamos US$ 100,00 por tonelada no frete, hoje estamos pagando
US$ 20,00 e essa é a estratégia. A estratégia não é comprar navio, nem entrar no mercado da navegação e sim ter estabilidade no frete, é manter o frete competitivo", explicou.
Nos últimos dois anos, a Vale encomendou a construção de 51 embarcações, entre rebocadores, comboios fluviais e catamarãs, a estaleiros nacionais, contribuindo para o aquecimento da indústria naval brasileira, com a geração de 2.465 empregos diretos e indiretos e investimentos de R$ 403,9 milhões.
A Vale investiu ainda em 19 navios próprios de 400 mil toneladas e 16 navios com as mesmas dimensões, com operação exclusiva para a empresa em contratos de longo prazo assinados com armadores parceiros. Os 35 navios deverão ser entregues entre 2011 e 2013.
Autoridades destacam a importância do cargueiro
Autoridades que compareceram à solenidade que marcou o primeiro carregamento do Vale Brasil destacaram a importância do navio em um porto que integra o Complexo Portuário de São Luís.
O vice-governador do Maranhão, Washington Oliveira, falou sobre a expansão dos terminais portuários da capital. "É mais um evento que contribui para o processo acelerado de crescimento da região Norte/Nordeste. O Maranhão, portanto, tem uma posição muito confortável, favorável para criar as estruturas necessárias para absolver os mais de R$ 100 bilhões de investimentos que acontecerão no nosso estado", enfatizou.
O capitão de Corveta, Vieira Barros, chefe do Departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário da Capitania dos Portos do Maranhão, acrescentou que a presença do Vale Brasil no Maranhão representa a evolução do estado. "Atestar que os portos de São Luís manobrarem navios acima de 400 mil toneladas é motivo de orgulho para a comunidade marítima e também para a Marinha do Brasil, que aqui se faz representada", destacou.
O coronel aviador, Ricardo Rodrigues Rangel, diretor do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), também falou do desenvolvimento do estado a partir da capacidade de operar navios de grande porte no complexo portuário ludoviscense. "É um aumento no nível de emprego, aumento na qualidade dos portos representados aqui no estado, aumento de tecnologias trazidas para o Maranhão, o que permitirá a ampliação de mercado", finalizou.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sinc), Maurício Macedo, o evento de ontem, que marcou o primeiro carregamento do maior mineraleiro do mundo em território maranhense, representa o coroamento de décadas de trabalho desenvolvido pela Vale. "A Vale investiu, está se modernizando e buscando otimizar sua logística de transporte, o que beneficia a ela e ao Maranhão", resumiu.
O presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Luiz Carlos Fossati¸ elevou as qualidades técnicas e naturais do Complexo Portuário de São Luís e fez elogios ao empreendimento da Vale. "Um navio desse porte no Maranhão, que vai aumentar a nossa competitividade, agregar valores, é um grande marco na história, não só para a Vale, como para o Maranhão. O que acontece aqui hoje é um orgulho de todos nós", destacou.
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