sábado, 2 de abril de 2011

Produção de soja tem atraído investidores para o sul do MA

 


Produção de soja tem atraído investidores para o sul do MA

O cultivo da soja tem incentivado várias empresas a investirem no sul do Maranhão. Na região de Balsas, nos últimos dois anos, grandes conglomerados passaram a comprar áreas cultiváveis na região visando abastecer o mercado internacional. Além disso, existem empresas de processamento que já estão se instalando na região em decorrência do crescimento da produção de soja.
Algumas fazendas de Balsas, por exemplo, foram adquiridas recentemente por grupos estrangeiros como o argentino Los Grobo, que atua também no Paraguai e Uruguai. Outro grupo que passou a investir na região sul foi o norte-americano Insolo Agroindustrial S/A, além do Agrinvest, ligado ao fundo de investimento americano Ridgefield Capital. As fazendas ligadas a essas empresas têm área entre 10 mil e 40 mil hectares.
Além destas grandes empresas que passaram a dar um caráter mais profissional à produção de soja em Balsas, outras companhias já estão se instalando para o beneficiamento da soja. Um exemplo é a empresa Frango Natto, com unidades em todo o país, principalmente no Piauí, que deverá investir aproximadamente R$ 150 milhões nos próximos anos em Balsas na instalação de uma unidade de produção de farelo de soja para ração animal (para frango). O projeto deve gerar aproximadamente 2,5 mil empregos diretos e até 10 mil indiretos.
Para que a empresa se instalasse em Balsas, a Prefeitura concedeu alguns incentivos fiscais, como a renúncia ao Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN). O Governo do Estado também concedeu incentivos fiscais para que a empresa se instalasse na região. “É uma forma de mostrar que a soja pode ser plantada e beneficiada por aqui”, projetou o chefe de gabinete da Prefeitura de Balsas, Paulo de Tarso Fonseca Filho.(W.L)

Nova variedade de semente é destaque


Cultivar geneticamente modificada de nome FTS Balsas pode elevar em até 40% o faturamento dos produtores da região
Durante a safra 2010/2011, uma das grandes novidades foi a colheita de soja a partir de uma nova semente que foi batizada com o nome da cidade de Balsas: a FTS Balsas. O detalhe relacionado a essa nova cultivar, modificada geneticamente, é que ela pode ser responsável por um aumento de até 40% no faturamento dos agricultores, em comparação com outras sementes utilizadas no cultivo de soja em larga escala, como a M.9144.
Segundo os técnicos responsáveis pela pesquisa, o raciocínio é simples: essa semente permite um ciclo de produção de 100 dias, com uma possibilidade de produção de até 60 sacas de soja por hectare. Em uma semente normal, seriam necessários entre 115 e 120 dias para uma colheita com produção similar. Entretanto, agrônomos alegam que a vantagem produtiva não é somente de 20 dias, mas de até 50 dias, pois o produtor poderia antecipar sua plantação visando à colheita para fevereiro, período no qual normalmente cresce a demanda pelo commoditie.
Eis aí o que os técnicos chamam de “pulo do gato”. Com a antecipação do plantio e uma colheita mais precoce, sem prejuízo da qualidade da soja, é possível se diversificar uma cultura criando uma “micro-safra” de outros produtos como o milho. O produtor, nesse caso, ganha tanto com a soja, quanto com uma segunda cultura.
Estimativas feitas pelos técnicos responsáveis pela pesquisa apontam que o produtor pode arrecadar R$ 2.500,00 por hectare com a nova semente. Além disso, com uma microsafra, o agricultor pode ter faturamento de R$ 1.600,00 com a cultura de milho advinda da entressafra. Além disso, o custo operacional da semente de Balsas é R$ 200,00 por hectare mais barata se comparada com outra semente para produção de soja em larga escala. “A grande importância desta descoberta é que você potencializa a produção, sem dúvida nenhuma”, disse o técnico Anthony Boulati, integrante do grupo responsável pela descoberta. (W.L)

“Safra recorde em 2011 não surpreendeu”


Possibilidade de colheita de até 1,6 milhão/t de soja na safra 2010/2011 não chegou a surpreender o secretário Cláudio Azevedo, que citou como fatores que colaboraram para esse desempenho, investimentos em tecnologia e melhoramento genético
O Estado - Surpreendeu o fato de o Maranhão em 2011 estar próximo de uma safra recorde de soja?
Cláudio Azevedo - Não. Conhecendo a realidade das lavouras de soja do Maranhão, especialmente na região de Balsas, Gerais de Balsas e Penitente, não surpreende a safra recorde. Os produtores rurais investiram consideravelmente em pesquisa, tecnologia e melhoramento genético de sementes. Ou seja, está sendo um grande investimento técnico-científico que está mostrando seus resultados.
Acredito que a tendência é melhorar ainda mais esses números, já que o investimento em pesquisa continua na região, como é o caso da nova variedade que foi batizada com o nome de FT Balsas, desenvolvida pelo pesquisador Francisco Terasawa com produtores de sementes da região.
O Estado - Os produtores afirmam que aspectos climáticos e a própria experiência de outros anos contribuíram para esse desempenho. Existem outros fatores, como um maior esforço do estado, que também ajudaram nesse processo?
Cláudio Aazevedo - Como disse antes, acho que o investimento em pesquisas para melhoramento das sementes e tecnologia também foi decisivo para essa maior produtividade das lavouras. Apoiamos e vamos apoiar ainda mais a Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor Centro Norte (Fapcen) e os produtores. O Governo do Estado tem contribuindo com incentivos fiscais aos produtores. Porém, o governo deve atuar mais fortemente este ano em favor do agronegócio da região, promovendo ou intercedendo em melhorias de infra-estrutura, sobretudo na MA-140 e BR - 324, que são as principais vias de escoamento da produção de soja. Recentemente estivemos com a governadora Roseana Sarney e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para pleitear o asfaltamento da rodovia que liga o município de Balsas a Ribeiro Gonçalves, no Piauí, integrando os estados e proporcionando mais uma via de escoamento da produção também para o estado do Piauí.
O Estado – O que tem de prático nessas conversas?
Cláudio Azevedo - A Governadora Roseana Sarney determinou que articulássemos uma parceria entre o governo estadual e a iniciativa privada para a construção do Anel Rodoviário da Soja, a exemplo do que aconteceu nos estados da Bahia e Mato Grosso. O anel inclui essas rodovias citadas e vai resolver o maior problema enfrentado pelos produtores da região, que é a logística para chegar com a soja até o Porto do Itaqui. Falando em Porto do Itaqui, o Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram, também é um sonho antigo dos produtores da região, que o Governo do Estado está viabilizando. A previsão é de que a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) inicie a licitação das obras ainda no primeiro semestre deste ano.
O Estado – Existem outras medidas além dessas?
Cláudio Azevedo - Faz parte ainda das ações governamentais, a instalação de uma Superintendência da Secretaria de Meio Ambiente, que vai agilizar as licenças ambientais de toda a região de Balsas. Ou seja, com os investimentos das empresas em pesquisa científica, em tecnologia, empregos e o cumprimento dos compromissos do Governo do Estado para melhorar a infra-estrutura da região, acreditamos que a produção de soja do Maranhão só tem a dobrar nos próximos anos.
O Estado - A região do Baixo Parnaíba aparece agora como nova fronteira agrícola no estado. O que pode ser feito para que essa posição se consolide nos próximos anos?
Cláudio Azevedo - Fundamentalmente investimento em energia elétrica e em infra-estrutura, especialmente em estradas, para agilizar o escoamento da produção.
O Estado - Quais são os reais benefícios sociais desse aumento da produção de soja no Maranhão?
Cláudio Azevedo - São muitos. Para o estado, por exemplo, há a geração de impostos e divisas pela exportação das commodities. Para a região, destacamos a perspectiva de geração de mais empregos seja nas propriedades rurais, ou em atividades indiretas e no comércio, sobretudo após a melhoria da infra-estrutura das estradas. (W.L)

Um comentário:

Anônimo disse...

fico feliz em saber que podemos produzir tanto. Mas gostaria mesmo era de processar o produto aqui.Agregar valor na soja processada gerando renda p/ o munícipio, vendo envestimento na educação e isso iria longe. Emprego para todos elevando a economia acrescer de verdade.