domingo, 2 de janeiro de 2011

Data cheia de 1 marca o início de uma nova década, salve 01/01/11


Diego Torres
Da equipe de O Estado

Show de luzes e ritmos na orla para festejar a chegada de 2011

Milhares de pessoas tomaram a Avenida Litorânea para saudar a chegada de 2011 ano em São Luís. Nos três locais onde o Governo do Estado ofereceu uma variada programação para a apresentação de artistas locais, a animação deu o tom da festa para celebrar o novo ano.

Um Réveillon para ficar na história como um dos mais animados de São Luís. A Avenida Litorânea ficou pequena para as milhares de pessoas que estiveram no local para assistir à tradicional queima de fogos. Caravanas de várias cidades do estado e até interestaduais, famílias acampadas nos morros e na beira da praia eram vistas aos montes.

De Santa Inês, um grupo de aproximadamente 50 pessoas viajou mais de 250 quilômetros até a capital para curtir a festa à beira-mar, que não terminaria com a passagem do ano. Leonardo dos Santos da Silva, um dos organizadores da caravana, disse que há mais de 10 anos ele faz a mesma viagem de fim de ano. Justificando que a festa da virada só pode acontecer de frente para o mar, ele contou que o planejamento acontece sempre três meses antes. “Em setembro, a gente já começa a avisar que vão ser feitas as pesquisas para saber sobre preço e quanto tempo vamos ficar, e todos esses anos sempre deu certo. A gente se diverte aqui e ainda relaxa de frente para o mar”, afirmou.

O grupo chegou a São Luís às 16h e foi direto para a praia. A animação da turma e as várias barracas colocadas de frente para o mar mostravam despreocupação com o dia da volta. “Aqui a gente só sabe o dia que vem, porque na manhã seguinte a única certeza é que vamos para outra praia”, alegrou-se Antônio Marcone Pereira, outro membro da caravana.

Também ocupando “cadeira cativa” de frente para o mar estava o professor Maxlou Furtado. Acompanhado por sua esposa, seu filho e seu sobrinho, ambos de 9 anos, o professor saiu de sua casa no bairro Sá Viana ainda durante a tarde do dia 31. Este ano, ele chegou ao local onde armou sua barraca por volta de 18h e o tamanho do abrigo e do isopor indicavam que ele não pretendia sair dali nas primeiras horas do dia 1°. “No isopor tem frutas, água, suco, queijo, sanduíche e tudo de que nós possamos precisar para se alimentar até a amanhã de manhã, depois que a maioria das pessoas for embora, mas com certeza não antes de 10h”, frisou. Maxlou vem há exatos 10 anos ao mesmo local. “Todas as passagens de ano do meu filho aconteceram aqui e no que depender de mim e da mãe dele, todas as demais também já tem lugar certo”, previu.

Shows - Outra parte das pessoas que estavam na Litorânea não pretendia ficar mais do que as duas primeiras horas de 2011. Marcela Castro estava com seu marido, Júlio Castro, apenas para assistir aos shows dos artistas maranhenses e a queima de fogos. A preocupação do casal era o retorno para casa para evitar congestionamentos longos. “Depois desse horário fica complicado sair daqui. O trânsito fica muito engarrafado e, por mais que não sejamos obrigados a acordar cedo, esses congestionamentos estressam qualquer um”, comentou.

No local com maior aglomeração de pessoas, a festa, após a contagem regressiva, foi contagiante. O Bicho Terra fez a passagem de ano e em seu show deu uma pequena mostra de como será o Carnaval de 2011. E foi o grupo da Madre Deus a melhor atração, na opinião do grupo de turistas de Portugal. Ainda no hotel, eles buscaram informações do que não poderiam deixar de assistir. “Nos falaram que vir a São Luís e não ver o ‘Bicho’ é como não vir. Realmente, é uma manifestação cultural muito bela e quem a vê não consegue ficar parado. É contagiante”, destacou Manuel Felipe da Costa.

Outro artista que levantou a multidão foi o cantor lírico Fernando de Carvalho. Em uma apresentação extasiante, ele emocionou a todos que estavam na platéia com a interpretação de “O que é o que é?”, de Gonzaguinha. “É uma música que não pode deixar de ser tocada em nenhuma festa de Ano-Novo porque nos faz pensar em tudo que fizemos durante o ano que passou e essa interpretação a deixou ainda mais bela. O Fernando de Carvalho foi maravilhoso”, elogiou a comerciante Dalva Silveira.
Outro espaço que ficou pequeno para tanta gente foi a tenda eletrônica. Instalada ao lado da Praça do Pescador, a turma mais jovem pôde dançar muito até os primeiros raios de sol do novo ano. O vigor físico também era nítido e nem a mudança de uma música para outra fazia com que interrompessem a dança.

A estudante Mariana Gonçalves disse que passou pelos três espaços, o Palco Belvedere, o trio Matrix e a tenda eletrônica. Ela preferiu ficar no último até a hora de ter que voltar para casa. “Eu e minhas amigas assistimos ao César Nascimento no primeiro palco, depois o Boneco Guelo no trio e agora aqui na tenda, de onde não vamos sair antes que acabe”, disse.

Comércio – Quem estava na Avenida Litorânea, não para brincar e sim para lucrar com o Réveillon eram centenas de vendedores. Os produtos comercializados ao longo da avenida iam de adereços carnavalescos, como chapéus e perucas, a alimentos. Entre os comerciantes, estava Helenilsa Maria Alves. Ela instala sua “lanchonete móvel” há 10 anos no mesmo local e leva o irmão para ajudar nas vendas. Sobre o lucro esperado com uma noite inteira de trabalho, a comerciante disse que se vendesse tudo o que trouxe, poderia voltar para casa com pouco mais de R$ 500,00. “Todos os anos é o que eu consigo, às vezes mais e outras vezes menos”, disse.

A tranqüilidade da festa foi garantida por policiais e bombeiros militares. Segundo o sargento Júlio Castro, do Corpo de Bombeiros não houve registro de casos graves. No total, somente no trecho compreendido entre a Praça do Pescador e o Palco Belvedere, armado entre as praias de São Marcos e do Calhau, foram escalados 35 bombeiros militares e cerca de 50 policiais militares, além de três viaturas, que realizavam rondas para coibir a ação de marginais.

Requinte e mistura de ritmos marcam celebração em hotéis

Nos principais hotéis da cidade, além da alegria, luxo e requinte foram as palavras de ordem. A festa para marcar a chegada de 2011 no Hotel Pestana, no Calhau, foi organizada pelo jornalista Pergentino Holanda, enquanto que no primeiro “Réveillon das Luzes 2011”, do Hotel Luzeiros, o ritmo foi com músicas das décadas de 70, 80 e 90. Já no Rio Poty a festa Absolut teve ritmos do axé ao eletrônico, sem deixar de fora o sertanejo.

Inspirado no artista plástico italiano Giuseppe Arcimbold, Pergentino Holanda realizou uma festa de extremo bom gosto. Idealizado por ele e pela designer de interiores Cintia Klamt, o terceiro ano da celebração de Réveillon confirma que a passagem de 2010 para 2011 no Hotel Pestana se tornou mais uma grande cerimônia a integrar o calendário das comemorações assinadas pelo jornalista. “Foi uma festa organizada antes para comemorar a primeira eleição da nossa governadora Roseana e a segunda foi pela sua reeleição, e como este ano ela foi novamente eleita eu não poderia deixar de repetir a celebração”, afirmou.

A explicação para escolha do tema deste ano não é nova, mas por uma boa razão conforme explica PH. “A fruta, como todo alimento, é vida e reconstrução, e como no Ano-Novo nós sempre desejamos fartura não poderia ser outro o tema deste lindo Réveillon”, disse o jornalista. Enquanto o som mantinha os convidados de PH dançando, artistas em performances ousadas se apresentavam no palco.

Luzes - Em seu primeiro ano do “Réveillon das Luzes”, do Hotel Luzeiros, na Ponta do Farol, o ritmo entoado foram os clássicos das décadas de 1970, 1980 e 1990. Ao som da Banda All Times e de DJs, o Luzeiros ofereceu um jantar aos participantes da festa. Famílias que buscaram algo mais tranqüilo e longe da multidão, encontraram no salão Gambarra e no restaurante Mearim um buffet variado com entradas, antepastos, mesas de frios, pratos quentes, além de open bar com whisky e espumante nacional, cervejas e refrigerantes.

Já no Rio Poty Hotel, a variedade de ritmos foi a principal característica do Réveillon Absolut. O rock da Mr.Jones, o sertanejo com Jhonatan e Jardel, a música eletrônica da DJ Mari Rossi e o axé e a suingueira de Pepê Júnior e da Banda Reprise do Brasil transformaram os jardins do hotel numa celebração de Ano-Novo que mais parecia um caldeirão de ritmos.

Foi justamente essa variedade que fez com que Rafael Sousa escolhesse o Rio Poty para passar sua virada de ano. “Como aqui tinha tudo de que eu gosto, a escolha passou por minha namorada e nossos amigos. E já podemos adiantar que se no próximo ano for de novo os mesmos grupos já podem contar com nossos ingressos”, brincou Rafael.

O professor Edson Sarmento também escolheu ir para o Rio Poty porque foi um dos poucos lugares que ofereceu uma diversificação das apresentações de cantores e gupos. “Aqui você não é obrigado a ouvir um ritmo que não o agrade. Essa foi uma boa sacada da organização”, destacou o professor.

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