FORTALEZA- O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) foi destaque no primeiro painel de debates do V Seminário SEP de Logística, aberto ontem no Centro de Convenções do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Fortaleza (CE). O palestrante Clythio Buggenhout - diretor de Portos da Cargil - afirmou que o Tegram é a grande esperança para o agronegócio brasileiro.
Segundo ele, a produção agrícola, principalmente de soja, está em pleno crescimento, e a expectativa é de que nos próximos 15 anos haja um estrangulamento do modal portuário, o que torna urgente o surgimento de alternativas para o escoamento da produção. "Há hoje uma imensa demanda reprimida, e o Terminal de Grãos do Maranhão pode ser a solução para o problema", disse Clythio.
O seminário visa apresentar a estrutura portuária do Norte e Nordeste do país e discutir os pontos positivos e negativos da logística da região. Até amanhã, serão debatidos temas relacionados a investimentos em logística, perspectivas de projetos para 2011 e a expansão da estrutura portuária norte/nordestina, bem como a cabotagem e a integração de ferrovias e rodovias ao sistema portuário brasileira.
"Em um país com dimensões continentais, como no caso do Brasil, faz-se necessário potencializar as vocações negociais das diferentes regiões, minimizando-se as concorrências predatórias e a disputa por cargas", afirmou o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Hermes Ferreira.
Tegram - O início das obras do Tegram tem data prevista para 2011. Na primeira fase, o terminal terá armazéns com capacidade estática de 125 mil toneladas cada, infra-estrutura para recepção de grãos nos modais rodoviário e ferroviário, correia transportadora central compartilhada e capacidade de expansão para até 15 milhões de toneladas por ano, quando o terminal estiver em plena fase de operação. Atualmente, são embarcados pelo porto do Maranhão, 2 milhões de toneladas de soja no berço 105, que é operado pela Vale.
Estão interessados no terminal produtores rurais do chamado Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins). Hoje, esses estados conseguem escoar apenas 52%, 8,7% e 39%, respectivamente, da sua produção agrícola. Após a conclusão do terminal, o Porto do Itaqui poderá atender até 100% dessa demanda.
Esse novo sistema de armazenagem e exportação de grãos também está sendo desenvolvido para atender às classes produtoras do Mato Grosso, sul do Pará e parte da Bahia. Paranaguá (PR) é o porto que atende grande parte das demandas do Centro-Oeste e hoje está sobrecarregado.
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O evento é promovido pela Secretaria Especial de Portos (SEP) e Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph) e acontece até amanhã. O Maranhão é representado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
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