SÃO LUÍS - Diante dos investimentos previstos em R$ 100 bilhões para os próximos cinco anos no Estado, o presidente da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Edílson Baldez das Neves, estima que em menos de 10 anos seja duplicada a participação do setor industrial no Produto Interno Bruto (PIB) maranhense.
De acordo com dados do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), o PIB do Maranhão soma R$ 38, 487 bilhões (dados de 2008). Na formação de toda essa riqueza produzida no Estado, o setor industrial responde por 16,9%.
Caso se concretize essa previsão do presidente da Fiema, a participação do setor industrial no PIB maranhense deverá alcançar o patamar de 34%, superando a atividade agropecuária (22,2%) e chegaria a pouco mais da metade do atual PIB do segmento de serviços (60,9%).
“Todos esses investimentos que estão em andamento ou em via de se instalar no Estado, estão pautados na indústria”, constatou Edílson Baldez, ao avaliar essa nova conjuntura da economia maranhense.
Ele citou como exemplos a Refinaria Premium I, da Petrobras, que está sendo construída em Bacabeira, que poderá atrair para o Maranhão um pólo petroquímico; e a indústria do gás natural em Capinzal do Norte e Santo Antonio dos Lopes, onde já foram encontradas reservas.
Nessa carteira de grandes projetos também estão a fábrica da celulose do Grupo Suzano em Imperatriz, a Aciaria do Grupo Ferronorte em Açailândia, a fábrica de cimentos da Votorantim, em São Luís, entre outros investimentos que estão criando um ambiente de otimismo em todos os segmentos econômicos do Estado.
“O potencial do Porto do Itaqui e os investimentos previstos nas ferrovias Carajás e Norte-Sul, nos dão a certeza de que, além dos projetos em instalação, muitos outros serão atraídos, ao identificarem toda essa logística infra-estrutural disponível”, disse Edílson Baldez.
Ciclo
Para o economista José Cursino Raposo Moreira, o Maranhão, que já conviveu com diversos ciclos econômicos - do arroz, babaçu, têxtil e, açúcar - atravessa agora uma nova fase, de aprofundamento da indústria mínero-metalúrgica. “Esse novo ciclo se apresenta com um grau multiplicador e de maior valor agregado”, analisou.
José Cursino Raposo assinalou, no entanto, a necessidade de se desconcentrar a economia, com o direcionamento dos investimentos para outras regiões do estado. Hoje, os grandes investimentos estão concentrados em São Luís, Imperatriz, Balsas e Açailândia, cidades que respondem, juntamente com Caxias, por 51,62% do PIB maranhense.
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