Uma fantástica e poética lição de vida
Uma tocante e bem-humorada história de descobertas, que leva o espectador a acreditar que simplificar a vida é sempre o melhor caminho, norteia a peça “Ensina-me a Viver”, em cartaz de hoje até segunda-feira, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol), com produção local de Moraes Júnior.
Escrita por Colin Higgins e estrelada por Glória Menezes, Arlindo Lopes e grande elenco, o espetáculo traz a discussão sobre as relações humanas e os limites estabelecidos pelo sentido da existência e o caminho escolhido pelas pessoas, seja ele traçado pela vida ou pela consciência da morte.
Glória Menezes, no papel de Maude, está completando 50 anos de carreira e sobe ao palco cheia de vigor e paixão pela vida. Arlindo Lopes, por sua vez, cria um Harold cativante e engraçado. A química entre os dois garante o sucesso do espetáculo, que inclui ainda Ilana Kaplan (atriz e comediante da primeira formação do Terça Insana), Fernanda de Freitas e Augusto Madeira.
Sintonia - A lição da peça está presente no texto de Higgins, traduzido por Millôr Fernandes e adaptado e dirigido por João Falcão. A direção de produção é de Maria Siman. A história ganha vida na interpretação das personagens principais: Harold, um “senhor” de quase 20 anos obcecado pela morte, e Maude, uma “jovem” de quase 80 anos, apaixonada pela vida. Sensível, inteligente e rico, ele não conheceu o pai e vive com a mãe indiferente e autoritária. A quase octogenária Maude vive em um teatro, rodeada por margaridas e passarinhos. Ela aproveita cada segundo de sua existência como se fosse o último.
Segundo o ator e produtor Arlindo Lopes, que obteve os direitos da peça depois de trabalhar no filme “Cazuza” e na novela “Da cor do pesado”, a escolha da peça foi muito pessoal. “Na minha primeira audição, eu interpretei o texto dessa peça. Lembro de ter visto um filme inspirado na produção quando era criança e essa bela história me marcou muito”, diz o ator.
O cenário, de Sérgio Marimba, é composto de móveis, objetos, esculturas em ferro e tapadeiras em preto, que se movem e transformam o ambiente, dando a sensação da cortina que se abre no circo a todo o momento, para que um novo número aconteça. A iluminação de Renato Machado é outro ponto forte de “Ensina-me a Viver”, dando o toque certo na atmosfera lúdica idealizada. A trilha sonora de Rodrigo Pena completa o espetáculo.
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