O número de alunos matriculados na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) irá dobrar até 2012, conforme informou ontem o reitor Natalino Salgado durante a 94ª reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) - sediada até amanhã em São Luís.
De acordo com Natalino Salgado, hoje a UFMA tem aproximadamente 11 mil matriculados, e a perspectiva é que nos próximos dois anos esse número cresça para cerca de 22 mil matriculados. Isso significa que até o ano que vem, pelo menos 11 mil novas vagas no ensino superior sejam oferecidas no Maranhão apenas por meio da UFMA. Hoje, nos oito campi (incluindo São Luís), a universidade tem 83 cursos de graduação.
Essa expansão universitária, conforme o reitor, é resultado da adesão da entidade ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e também da própria reestruturação que está vivendo a universidade por meio da construção de novos prédios e da implementação de cursos presenciais nos sete campi do interior do estado. “Resgatamos a universidade e estamos em uma perspectiva de um futuro promissor, ajudando ao desenvolvimento econômico do Estado”, declarou Salgado.
Novos cursos - Entre as prioridades de novos cursos que devem ser aprovados, conforme Salgado, estão áreas ligadas à metalurgia, engenharia naval, engenharia mecatrônica ou engenharia de transporte. Também para o reitor da Universidade Federal do Maranhão, a prioridade hoje da instituição é a implementação de cursos de licenciatura em áreas como ciências biológicas e linguagem.
Ainda segundo o reitor, esse processo de expansão universitária não se atém à graduação. Conforme Salgado, nos últimos três anos, houve uma ampliação drástica do número de cursos de pós-graduação. Há três anos, existiam na UFMA 12 cursos de mestrado e um de doutorado; hoje, já são 16 mestrados e quatro doutorados aprovados, com a perspectiva de aprovação de mais de dois doutorados: um de física e outro ligados a ciências da saúde.
“A nossa expansão também toma como base a reforma das estruturas e dos sistemas pedagógicos. Nacionalmente, temos o desafio de fortalecer a educação básica e também buscar a autonomia universitária. No âmbito local, proporcionar ao jovem esse acesso à universidade para que ele dê a sua contribuição à sociedade”, destacou Natalino Salgado.
Ipea - Uma das primeiras discussões ontem, durante a 94ª reunião da Andifes, foi justamente “O papel da universidade nos próximos 10 anos”. A discussão foi desencadeada a partir da exposição do presidente do Instituo de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.
Ele destacou que hoje o ensino superior não pode ser visto como o teto do sistema educacional, mas como a base desse sistema. “O ensino superior passou a ser o piso, e não mais o teto. A educação hoje é continuada. Não se pode mais sair da universidade e pensar que acabou o processo de aprendizagem”, destacou.
Porchmann também alertou que é inviável um processo educacional em que o aluno precise dividir suas atividades acadêmicas com um ingresso precoce no mercado de trabalho. “Não dá para o aluno estudar e trabalhar e ainda aprender. Se não remunerar efetivamente, é difícil estimular os melhores quadros”, assinalou.
Campi - O presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil, afirmou que nos últimos anos as universidades federais, por meio do Reuni, criaram cerca de 200 campi apenas no interior do Brasil. A expansão universitária deverá dobrar o número de vagas após o término do Reuni (de 500 mil matrículas para um milhão de matrículas). “Todas as universidades têm muitos campi, o que vai no sentido da interiorização do ensino superior, que eu penso que é algo interessante, e de encontro a grandes problemas da sociedade, como os grandes aglomerados urbanos, entre outros”, disse Brasil.
No entanto, ele destacou que o ideal seria que as universidades públicas fossem responsáveis por 40% das vagas. Hoje, apenas 14% das vagas do ensino superior são oferecidas pelas universidades públicas. “Quando terminarmos a expansão do reuni sairemos de 500 mil matrículas, para um milhão de matrículas. Para dar conta disso tudo [do contingente de estudantes], precisamos de pelo menos mais uns dois Reuni. Triplicar o número de vagas das nossas universidades”, afirmou.
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