quinta-feira, 28 de outubro de 2010

OGX amplia busca por gás no Maranhão


A OGX, companhia de petróleo e gás do grupo EBX, do empresário Eike Batista, já iniciou a perfuração do segundo poço na bacia terrestre do Parnaíba, na região dos municípios maranhenses de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, em busca de indícios de gás natural. A intenção é perfurar 15 poços na região até 2012. As informações foram postadas ontem no twitter oficial do empresário.

Segundo as postagens na internet, a OGX avança na busca por gás natural no Maranhão. “A meta é encontrar novas acumulações de gás na região”, diz uma mensagem. Em outra, é afirmado: “A Bacia do Parnaíba representa enorme potencial pata o Maranhão e o Brasil”.

Além de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, o grupo OGX também já recebeu a licença de operação para a realização de pesquisas sísmicas à procura de gás natural nas cidades de Alto Alegre do Maranhão, Altamira do Maranhão, Bacabal, Bom Lugar, Coroatá, Paulo Ramos, Vitorino Freire e Santa Luzia. Nestes casos, as sondas de pesquisa devem vir de outras cidades nordestinas onde o grupo OGX já realiza atividades de levantamento de viabilidade de exploração comercial de petróleo.
O segundo poço perfurado está no bloco PN-T-68. A OGX Maranhão, sociedade formada pela OGX S.A. (66,6%) e MPX Energia S.A. (33,3%), é a operadora e detém 70% de participação neste bloco, enquanto a Petra Energia S.A. detém os 30% restantes.
No dia 2 do mês passado, a OGX informou que identificou novos indícios de gás no bloco PN-T-68 do poço OGX-16, o primeiro a ser perfurado, em agosto, por meio de sua subsidiária, a OGX Maranhão. Para a companhia, os novos indícios, na época, "comprovam o grande potencial gerador de petróleo da bacia", que havia sido anunciado anteriormente, em agosto.

Pelos estudos técnicos da OGX, havia a expectativa de encontrar um volume de gás com produção diária de 50 mil metros cúbicos ao dia em apenas um dos poços. Mas análises posteriores atestaram que o volume de produção em um único poço chegou a 400 mil metros cúbicos em um único dia.

Descoberta – No dia 12 de agosto, a MPX havia anunciado a descoberta de imensa reserva de gás natural em Capinzal do Norte, localizada a 260 km de São Luís. A governadora Roseana Sarney também confirmou a descoberta em uma coletiva de imprensa. Na ocasião, a OGX afirmou que a reserva tinha de 10 trilhões a 15 trilhões de pés cúbicos de gás, o equivalente a 15 milhões de metros cúbicos por dia – metade do que a Bolívia manda ao Brasil diariamente, o que foi confirmado com o aprofundamento das perfurações no Poço OGX-16. A OGX energia espera começar a explorar comercialmente essa reserva em até dois anos.

Em números, hoje, o Brasil produz aproximadamente 60 milhões de metros cúbicos de gás. Com a projeção da exploradora, somente com a produção desse campo gigantesco, o Maranhão será responsável pelo aumento de 25% da capacidade de produção de gás natural em todo o Brasil nos próximos anos. Somente a exploração comercial desse mega-campo de gás natural deve demandar investimentos da OGX da ordem entre R$ 600 a R$ 700 milhões.

Facilidade - Outro dado que ilustra o otimismo da descoberta refere-se à facilidade com a qual se achou gás naquela região. Os primeiros indícios haviam sido verificados quando as perfurações chegaram a 1.600 metros, dos 3.450 que a OGX pretendia perfurar naquela região. Nessa profundidade, o poço, com 10 minutos de abertura, estava com 1.900 psi de pressão.

Normalmente, em 1.600 metros não há pressão, contudo, com 1.900 metros os exploradores alcançaram uma chama de 15 metros de altura, como descreveu na ocasião o diretor-geral da OGX, Paulo Mendonça.

Saiba mais

- A região de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, tecnicamente, foi escolhida porque responde a alguns pré-requisitos para a exploração comercial de gás: além de ter gás em grande quantidade, está concentrado em uma área capaz de ser retirado sem ser espalhado pelo sub-solo.
- Tecnicamente, uma área para ser apta a gerar gás precisa ser uma bacia sedimentar formada de rochas geradoras (rica em matéria orgânica), rochas reservatório (com porosidade e permeabilidade), rochas selantes (impermeável - em relação ao sistema reservatório), rochas de sobrecarga, fluídos (hidrocarbonetos, água) e que estejam envolvidos em um processo relacionado à formação de uma trapa (armadilha do subsolo) para que ocorra a geração, migração e acumulação de hidrocarbonetos.

- Na região específica de Capinzal do Norte, onde começaram as perfurações, todas essas condicionantes foram atendidas e o solo é rico em rochas como arenitos, rochas ígneas, carbonetos, granitos, entre outras formações. Na região, a grande quantidade de arenitos é uma das determinantes para um possível campo gigante de gás.

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