Os juízes do TRE tentaram iniciar ontem uma discussão sobre a alta abstenção ocorrida no Maranhão - 23,97% do eleitorado não compareceram às urnas no dia 3. Foi o maior índice do país. O corregedor e vice-presidente da Justiça Eleitoral, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, tentou pautar o assunto na sessão administrativa, mas o presidente Raimundo Cutrim encerrou os trabalhos antes. Figueiredo dos Anjos diz que agora “lavou as mãos”, porque essa foi a terceira vez que tentou trazer o assunto a plenário. Segundo o corregedor, em 204 municípios maranhenses a abstenção foi superior a 18%, acima da média nacional. Por sua vez, Raimundo Cutrim disse: “O problema não é nosso, é lá de cima [do TSE]. Não permitiram o transporte de eleitores e nem alimentação”. Referiu-se ao fato de o TSE ter cassado decisão do TRE liberando alimentação e transporte sobre controle. A procuradora regional eleitoral, Carolina da Hora Mesquita, tentou minimizar a polêmica lembrando que historicamente o Maranhão tem uma alta abstenção. Lembrou que no segundo turno das eleições de 2006, na disputa entre Jackson Lago e Roseana Sarney, a ausência às urnas chegou a 30%. De acordo com a representante do Ministério Público Eleitoral, outro fato contribuiu para agravar o problema: a PF investiga a falsificação de certidões de nascimento. Com isso, os falsificadores conseguem a retirada de documentos, entre os quais o título de eleitor. A procuradora atribuiu parte dessa abstenção alta ao problema. Carolina da Hora fez questão de deixar claro que tais irregularidades não comprometem o resultado das eleições no Maranhão.

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