sábado, 25 de setembro de 2010

Maranhão será contemplado com cinco hidrelétricas


Não bastassem, os investimentos da hidrelétrica de Estreito (na divisa com o Tocantins), que deve entrar em operação no próximo ano, das duas termelétricas que o grupo OGX está construindo em São Luís e Santo Antônio dos Lopes, o que pode tornar o estado num dos maiores produtores de energia elétrica do Brasil, um novo anúncio foi feito ontem pelo governo federal, prevendo mais cinco hidrelétricas para o estado. Todas elas serão no rio Parnaíba, na divisa com o Piauí, onde já existe uma em funcionamento, a de Boa Esperança, entre São João dos Patos (Maranhão) e Guadalupe (Piauí), desde a década de 60 do século passado.

O anúncio das novas hidrelétricas foi feito ontem pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, para quem o objetivo do governo é fazer mais um leilão, ainda este ano, para construção e operação de dez usinas hidrelétricas. "Estamos trabalhando para isso, mas é claro que o prazo é muito curto e tudo ainda depende de as licenças [ambientais] saírem a tempo", afirmou Tolmasquim logo após ter apresentado ao Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) o planejamento da EPE para o período 2010-19.

Maranhão

Das dez usinas em questão, cinco serão instaladas no Rio Parnaíba, na divisa entre Piauí e Maranhão; quatro na Bacia do Rio Teles Pires, em Mato Grosso, e uma - a Usina Hidrelétrica de Riacho Seco - na Bacia do Rio São Francisco, na divisa da Bahia com Pernambuco. "Queremos realizar o leilão, no máximo, até meados de dezembro. Para isso, é necessário publicarmos o edital até meados de novembro. Portanto, o ideal é que as licenças sejam emitidas até a publicação do edital, mas ainda vamos analisar se é possível obtermos a licença até próximo da data do leilão", declarou Tolmasquim.
O presidente da EPE disse ainda que está conversando com representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), das secretarias estaduais de meio ambiente e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para tentar agilizar os processos de licenciamento. "Estamos correndo para ver se eles agem celeremente para que dê tempo", disse Tolmasquim.
Ele informou que, no dia 10, o governo entregou ao Tribunal de Contas da União (TCU) os estudos de impacto relativos às usinas de Teles Pires, Sinop e São Manuel, na Bacia do Rio Teles Pires, além de Riacho Seco, no Rio São Francisco. Os estudos dos outros empreendimentos deverão ser entregues até o dia 10 de outubro.

Energia - Com esses novos investimentos, o Maranhão terá uma das maiores produções de energia do Brasil, pois a estrutura montada ou em fase de montagem daria para produzir 11,600 milhões de megawates, quase dez vezes mais o que o estado consome atualmente. A energia consumida pelos maranhenses é de 1.465.930 mwh, mas deste total somente o Consórcio Alumar fica com cerca de 900 mil.

Além da hidrelétrica de Estreito, cuja capacidade é de 1.087 mwh, estão sendo construídas as termelétricas MPX Itaqui (na capital), com capacidade para 360 mgw, e a MPX Parnaíba (em Santo Antônio dos Lopes), com capacidade de 1.087 mgw, mas com previsão de duplicação, caso se confirme a grande reserva de gás natural em Capinzal do Norte, bem como já está operando a UTE Gera Maranhão, no município de Miranda do Norte, com capacidade de 330 mgw.

Para o secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, este é dado animador, pois significa dizer que o Maranhão está se estruturando para receber todo tipo de investimento e, o que é mais importante, exportar o excedente, para estados vizinhos ou mesmo Sul e Sudeste, já que o sistema de distribuição nacional é integrado.

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