Aquiles Emir
A Panergy e a Engepet vão investir mais de R$ 20 milhões para a exploração de gás nos campos Oeste de Canoas e Espigão, no município de Santo Amaro, nos Lençóis Maranhenses. Os contratos foram assinados ontem pela manhã, na Federação das Indústrias, com a Agênia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), devendo os trabalhos serem iniciados entre outubro e novembro e, caso os resultados sejam positivos, é provável que já a partir de março de 2011 este gás esteja em pronto para ser extraído, segundo informou o empresário Cleber Bahia Silva Júnior, da Engepet, que venceu a disputa pelo poço Oeste de Canoas.
De acordo com o diretor geral interino da ANP, Victor Martins, há muitos anos esses poços foram identificados, porém como era inviável sua exploração pela Petrobras, foram entregues à sua agência que decidiu repassá-los a empresas de menor porte. Foram leiloados três poços, mas uma deles, o São João, terá de ir a novo leilão porque a empresa vencedora não cumpriu as exigências, portanto não foi possível a consolidação do contrato. Os leilões foram realizados em 2006, porém somente agora foi possível concluir os contratos, já que havia uma série de pendências, principalmente na área ambiental.
Segundo Normando José Costa Paes, sócio diretor da Panergy, embora ainda não haja uma precisão do potencial de todo o gás existente nos Lençóis, está comprovada sua viabilidade, principalmente porque esta exploração será feita por empresa de pequeno porte em comparação com uma Petrobras. Ele disse que ainda falta detalhar a questão do transporte, que será de responsabilidade da Gasmar (estatal maranhense), para que haja a comercialização nos centros urbanos. “Nosso compromisso é fazê-lo chegar até à beira da estrada”.
Impactos
Normando Paes diz que, assim como em outras atividades, esse tipo de exploração traz preocupações ambientais, mas lembrou que agressão à natureza já vem sendo cometida até mesmo com a circulação de veículos pelo Parque dos Lençóis. Ele frisou ainda que o zelo com a natureza foi o item que mais pesou para o retardo para celebração dos contratos. Os contratos foram firmados por 17 anos, sendo que dois deles para reabilitação dos poços.
Para Alan Kardec Dualibe, diretor da ANP, apesar do pessimismo propagandeado por alguns, o que é compreensível em períodos eleitorais, muitas coisas boas estão acontecendo no Maranhão, e uma delas é a descoberta do gás natural na Bacia do Parnaíba e agora a concretização da exploração de outra bacia, a de Barreirinhas. Ele disse que a população começará a sentir os impactos deste novo momento quando boa parte da frota de veículos nas cidades estiver circulando movida a GNV, quando o GLP estiver chegando mais barato nas casas e restaurantes, quando a indústria estiver substituindo outros combustíveis por uma energia mais limpa, quando o Maranhão estiver exportando gás para outros estados.
Já o secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, disse que não dá para esconder o otimismo diante deste novo momento vivido pelo Maranhão. Ele disse estar convencido de que outras riquezas serão confirmadas em breve, como, por exemplo, o petróleo de Capinzal. O presidente da Federação das Indústrias, Edilson Baldez, também falou com otimismo, afirmando que esses descobertas vão dinamizar a economia do estado.
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