Já está no sul do Maranhão uma equipe formada por arquitetos, historiadores, assistentes sociais e fotógrafos da Superintendência de Patrimônio Cultural (SPC), da Secretaria de Estado de Cultura (Secma). Os profissionais realizarão um mapeamento em Carolina por meio de levantamento arquitetônico, fotográfico e pesquisa socioeconômica. A ação faz parte das atividades do projeto Preservação e Valorização do Acervo Urbanístico, Arquitetônico e Paisagístico dos Centros Históricos Maranhenses de Carolina, Caxias e Viana.
O inventário identificará as características arquitetônicas da cidade. Segundo a arquiteta Justina Castro, que integra a equipe, diferentemente de São Luís, que apresenta linhas arquitetônicas bem definidas (portuguesas, em sua maioria), em Carolina não se sabe, ainda, quais influências definiram a construção dos prédios. "Isso é dificultado, sobretudo, pelas interferências dos moradores. Muitos entendem que basta conservar algumas partes da fachada do casario quando, na verdade, os cuidados devem ser maiores", disse.
A arquiteta se refere ao fato de, em muitos prédios, algumas áreas das fachadas terem dado lugar a portas e portões. Em outras situações, revelou Justina Castro, a modificação foi ainda maior. "Há casas que foram transformadas em uma só, uma forma de ampliação do espaço encontrada pelos moradores, mas que acabou por descaracterizar as edificações", afirmou.
A tarefa da equipe, assim, será analisar cada um dos prédios e tentar encontrar as principais características, para que se possa afirmar quais as influências mais relevantes, bem como quais prédios possuem maior importância, sob o ponto de vista histórico, para Carolina.
A pesquisa também identificará as principais modificações promovidas nos prédios históricos pelos moradores da região. "Apesar de alguns prédios terem sofrido uma alteração grande, ainda há elementos que permitem identificar a qual tendência arquitetônica esses imóveis pertencem", afirmou Justina Castro.
Outra vertente do inventário está sob a responsabilidade dos profissionais de Serviço Social que integram a equipe. Eles estão encarregados de fazer a pesquisa sobre o perfil dos moradores de Carolina, o que inclui informações sobre ocupação e renda das famílias, bem como recolher dados referentes aos serviços oferecidos no Centro, como igrejas e templos religiosos.
A arquiteta revelou que o inventário será minucioso. Por conta disso, cada um dos prédios será analisado isoladamente. Além disso, um fotógrafo acompanhará as vistorias e está encarregado de registrar detalhes da fachada, sobretudo, e de outros pontos importantes do casario.
O extremo cuidado tem outro motivo, além da necessidade de avaliação cuidadosa. "Nós pretendemos catalogar o material e reunir tudo em um livro, um Inventário do Patrimônio de Carolina", contou Justina Castro.
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