Caxias, a "Princesa do Sertão Maranhense", completa hoje 187 anos
Situada na meso-região do leste maranhense e na micro-região do Itapecuru, Caxias tem uma área de, aproximadamente, 5.500 quilômetros quadrados e está a 365 quilômetros da capital do Estado do Maranhão, São Luis. É, atualmente, limitada ao norte pelos municípios de Codó, Aldeias Altas e Coelho Neto; ao sul pelos municípios de São João do Sóter, Governador Eugênio Barros, Parnarama, Matões, e Timon; ao leste pelo Estado do Piauí; a oeste pelos municípios de Buriti Bravo e Gonçalves Dias.
A história de Caxias começa no século XVII com o Movimento de Entradas e Bandeiras ao interior maranhense para o reconhecimento e ocupação das terras às margens do Rio Itapecuru, durante a invasão francesa no Maranhão, principalmente, com o trabalho valoroso dos missionários em busca de almas para a fé cristã.
O local onde se acha situada a bela Caxias foi, primitivamente, um agregado de grandes aldeias dos índios Timbiras e Gamelas que conviviam pacificamente com os franceses. Porém, com a expulsão dos franceses do Maranhão, em 1615, os portugueses reduziram tais aldeias à condição de subjugadas e venderam suas populações, como escravos, ao povo de São Luís.
Várias denominações foram impostas ao lugar, dentre as quais: Guanaré - denominação indígena -, São José das Aldeias Altas, Freguesia das Aldeias Altas, Arraial das Aldeias Altas, Vila de Caxias e, finalmente, através da Lei Provincial, número 24, datada de 05 de julho de 1836, fora elevado à categoria de cidade com a denominação de Caxias; em referência a uma planta nativa da região, que dava flores em cachos. É bom lembrar que, ao contrário do que muita gente pensa, o nome Caxias não se atribui a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro. Ele, sim, recebeu o título Barão de Caxias, pode ter sufocado a maior revolução social existente no Estado do Maranhão: a Balaiada. A cidade de Caxias foi palco da última batalha do movimento. Posteriormente, já em terras do Rio de Janeiro, o Barão de Caxias foi condecorado, novamente, com o título de Duque de Caxias.
Centro de Cultura de Caxias
A cidade de Caxias tem uma arquitetura herdada do século XIX e início do século XX no estilo português, ainda conservando boa parte de seu patrimônio histórico.
Tem como seus filhos ilustres, poetas como Gonçalves Dias, Coelho Neto, Teófilo Dias, Vespasiano Ramos e outros artistas como César Marques, o escultor modernista Celso Antônio Menezes, o idealizador da bandeira nacional Teixeira Mendes, o ex-Ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, entre outros.
Educação
Atualmente Caxias vem despontando como um centro formador de profissionais de nível superior para todo Maranhão. A Cidade dispõe de duas faculdades privadas (FAI, com os cursos de Direito, Administração, Ciências Contábeis e Pedagogia; e FACEMA, com os cursos de Administração, Enfermagem, Fisioterapia e Pedagogia). Conta ainda com a Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, com o seu Centro de Estudos Superiores de Caxias, com cursos de licenciatura (Matemática, Pedagogia, Biologia, Química, Física, Geografia e História), além dos cursos de Medicina e Enfermagem. O Curso de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão foi considerado pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE, como um dos melhores do Brasil. Além disso a Prefeitura Municipal inaugurou e mantem um polo da UAB - CEFET com destaque para o Curso de Licenciatura em Informática.
Caxias - Há exatamente 187 anos as autoridades políticas de Caxias assinavam o termo de adesão da cidade à Independência do Brasil. Apesar de a data suscitar controvérsias, a elevação de Caxias à categoria de cidade foi no dia 5 de julho, é em 1° de agosto que acontecem as celebrações em alusão ao aniversário da cidade. Hoje, muitos caxienses acordam com uma certeza, a de que a “Princesa do Sertão Maranhense” está progredindo.
Atualmente, um dos grandes destaques desse progresso está no setor educacional. Além de iniciativas pioneiras na rede pública, que já renderam títulos e prêmios a esses estabelecimentos de ensino, é na instalação de faculdades privadas que se concentra hoje a atenção dos caxienses.
As faculdades têm levado muitos estudantes da região e até mesmo de cidades do sul do Maranhão, a fixar residência em Caxias e impulsionar um negócio que até bem pouco tempo não era visto com bons olhos, uma vez que boa parte da população é de baixa renda.
Foi-se o tempo em que o grande sonho de muitos estudantes era o de freqüentar as salas de aula do Centro de Estudos Superiores de Caxias (Cesc), campus da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no município. É na rede privada que boa parte dos estudantes caxienses hoje almeja ingressar.
Cursos - Os cursos oferecidos são os mais variados e poucos são atrelados aos cursos de licenciatura. Direito, Enfermagem Fisioterapia, Administração, Serviço Social, Tecnólogo em Markenting, entre outros, fazem parte da variedade de cursos oferecidos na rede privada.
Outro fator que tem chamado a atenção é o fato de que a única faculdade de Direito, da rede privada, no interior do Maranhão, conseguiu aprovar, somente este ano, no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 10 profissionais. Um feito inédito para uma instituição maranhense.
O setor educacional, que tanto faz Caxias crescer, também impulsiona outros setores. Um deles é o imobiliário, inflacionado pela grande procura de pessoas por casas e apartamentos para alugar. Hoje, o aluguel de uma casa na região central da cidade não sai por mesmo de R$ 350,00, o que assusta quem não se enquadra no perfil de estudante.
E como uma coisa sempre leva a outra, com a necessidade de mais espaços para alugar a estes estudantes, o setor da construção civil também é impulsionado, conseqüentemente todo o comércio local, tanto o varejista quanto o atacadista.
Mesmo com uma trajetória tão grandiosa, a celebração em alusão ao aniversário de Caxias será simples. O ano é eleitoral e a legislação não permite comemorações que possam ter caráter político.
Para comemorar os 187 anos de Adesão de Caxias à Independência do Brasil, hoje será realizada, pelo bispo de Caxias, Vilson Basso, uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e uma série de celebrações cívicas em alusão ao aniversário da cidade.
Nacional - A cultura de Caxias é permeada pela herança dos indígenas, negros, portugueses e tantos outros povos que fincaram raízes em terras caxienses. Suas manifestações populares são a melhor expressão desse encontro de raças e culturas.
O patrimônio cultural da cidade é bastante diversificado, com muitas festas e danças folclóricas, festejos religiosos, todos temperados pela culinária local e ornados pelo tradicional artesanato. São muitos os festejos realizados em homenagem aos santos de devoção.
Concorrendo com as opções de lazer modernas, essas festas tradicionais ainda atraem um grande número de devotos e visitantes. Entre as várias festas religiosas da cidade, destacam-se a festa de São Benedito, em agosto, São Sebastião, em janeiro, com as suas novenas, rezas, cantos e danças. Exemplos marcantes de fé cristã.
A produção cultural de Caxias não se esgota nas suas manifestações populares. Vários são os poetas, escritores, médicos e magistrados que saíram de Caxias e ganharam o reconhecimento nacional, às vezes internacional. As palmeiras, os sabiás, a brisa que Gonçalves Dias descreve em seu poema “Canção do Exílio” são de Caxias, sua terra natal. E como ele, vários outros nomes louvaram e reconheceram em Caxias uma terra de encantos, beleza e cultura.
Para manter viva a chama da cultura, foram criados nos últimos anos a Academia Caxiense de Letras (ACL), o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) e, ainda, o Memorial da Balaiada, entre outras dezenas de associações culturais que trabalham na preservação da arte feita pelos caxienses.
Curiosidades
- A Bandeira Nacional foi idealizada por um caxiense, o positivista Raimundo Teixeira Mendes. A frase "Ordem e Progresso" é de sua autoria.
- No Hino Nacional, os versos "Nossos bosques têm mais vida; nossa vida no teu seio mais amores" foram retirados do poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, dedicado a Caxias.
- A frase "Cidade Maravilhosa", que virou “hino” do Rio de Janeiro, é de autoria do caxiense Coelho Neto.
- O primeiro gol do Brasil em Copa do Mundo foi feito por João Coelho Neto, jogador do Fluminense e filho do poeta caxiense Coelho Neto.
Importância histórica é destaque
Caxias foi uma das cidades importantes do Brasil até o início do século XX. Histórica, teve papel decisivo na Independência do Maranhão e do Brasil e foi palco de uma sangrenta revolta que eclodiu no Maranhão, Ceará e Piauí, a Guerra da Balaiada (1838 a 1841). Sua história começa no século XVII, com o movimento de Entradas e Bandeiras no interior maranhense, para o reconhecimento e ocupação de terras às margens do rio Itapecuru, e com a chegada dos jesuítas.
Em função do crescimento populacional, econômico, social e cultural, foi elevada à categoria de vila em 31 de outubro de 1811, com o nome de Caxias das Aldeias Altas. Entre os acontecimentos mais notáveis ocorridos na vila, encontramos a luta pela adesão do Maranhão à Independência.
A vila foi um foco de resistência à Independência, sob influência portuguesa da capital e dos comerciantes locais que se opunham ao desligamento da Coroa Portuguesa, e que culminou na batalha entre as tropas portuguesas de Fidié, sitiadas no Morro Tabocas (hoje Morro do Alecrim), e os independentes brasileiros liderados por João da Costa Alecrim. Com a rendição de Fidié, Caxias e o Maranhão aderiram então à Independência.
A cidade era um centro muito importante de comércio com um núcleo grande de lavradores e um dos pontos onde se exportavam muitos gêneros agrícolas. Foi a principal exportadora de algodão, abastecendo parte da Europa.
Caxias comemora dia 1° de agosto 187 anos de Adesão à Independência do Brasil, data em que também é celebrado o aniversário da cidade. Pronta para o progresso, a cidade dispõe de infra-estrutura necessária para receber qualquer tipo de investimento.
Caxias chega à sua maturidade sob todos os aspectos. Conhecida por seu grande apelo intelectual, continua a fluir nomes que despontam, principalmente, na literatura contemporânea, tanto que a cidade conta hoje com a sua Academia de Letras, que tem sido uma das principais instituições de atuação em prol da cultura do município.
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