quarta-feira, 19 de maio de 2010

Verbas do PAC atendem apenas 23% das necessidades do setor portuário


BRASÍLIA - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou segunda-feira (17), em Brasília, estudo detalhado sobre as necessidades e os desafios que envolvem os portos brasileiros. O cenário não é dos mais animadores. As obras destinadas aos portos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, irão sanar apenas 23% dos problemas mais urgentes, como reformas de acessos rodoviários e ferroviários, dragagens e ampliações de áreas para movimentação de cargas.

Entre os principais portos que apresentaram problemas relativos às áreas portuárias destacam-se os portos de Santos (SP), Vitória (ES), Itaqui (MA), Pecém (CE) e Rio Grande (RS), que, juntos, respondem por quase 40% das demandas identificadas. Outros 34 portos apresentam também demandas referentes a áreas portuárias, com valores que vão de R$ 20 milhões a R$ 850 milhões.

Vale ressaltar que os 11 maiores portos do país, em valores de movimentação de comércio internacional, encontram-se na relação dos portos que demandam serviços de dragagem. São eles os portos de Santos, com movimentação de US$ 65,38 bilhões; Vitória, com US$ 17,09 bilhões; Paranaguá (PR), com US$ 16,55 bilhões, Rio Grande, com US$ 13,27 bilhões; Rio de Janeiro (RJ), com US$ 12,18 bilhões; Itajaí (SC), com US$ 7,88 bilhões; São Sebastião (RJ), com US$ 7,06 bilhões; São Luís (MA), com US$ 6,80 bilhões, Aratu (BA), com US$ 5,59 bilhões, São Francisco do Sul (RS), com US$ 5,53 bilhões) e Porto Alegre (RS), com US$ 4,88 bilhões, totalizando um fluxo de comércio de mais de US$ 160 bilhões.

Ao todo, estes portos perfazem uma necessidade de investimento de R$ 1,43 bilhão, correspondendo a 49,3% das necessidades identificadas nesta categoria. Ainda de acordo com as fontes utilizadas, é necessário um total de R$ 2,78 bilhões em investimentos para dirimir as demandas por dragagem, um total de 46 obras essenciais para o funcionamento eficiente do setor portuário nacional.

Prioridades - O estudo do Ipea mostra também que, entre as demandas portuárias, a mais contemplada pelo PAC é a das dragagens, sendo prevista a realização de 55,3% das obras necessárias, seguida pelos acessos terrestres, que cobrem 39,2% dos gargalos identificados.

Nesse mapeamento, foram identificadas a necessidade de 133 obras de construção, ampliação e recuperação de áreas portuárias (R$ 20,46 bilhões), 45 obras de acessos terrestres (R$ 17,29 bilhões), 46 de dragagem e derrocamento (R$ 2,78 bilhões) e 41 de infraestrutura portuária (outras obras) (R$ 2,34 bilhões), totalizando uma necessidade de investimentos de R$ 42,88 bilhões.

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