BALSAS – A Empresa Maranhense de Administração Portuária, gestora do Porto do Itaqui, montou um estande no Agrobalsas 2010 para apresentar em detalhes o maior projeto do governo do estado para o setor do agroexportador do país: o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). O evento teve início terça-feira e termina sábado (29).
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, publicada nesta semana, o Porto do Itaqui poderá se transformar, em até três anos, em um importante centro logístico para exportação de grãos da região Centro-Oeste. Dois movimentos reforçam essa perspectiva: o único terminal que hoje escoa soja pelo porto maranhense, operado pela Vale, deve ser licitado no começo de 2011. Existe a expectativa de que na mesma época possam começar as obras do novo projeto do Tegram. Os dois projetos teriam, juntos, em uma primeira fase, capacidade de movimentar cerca de 8 milhões de toneladas de soja por ano.
Segundo informações da Emap, atualmente, os maiores interessados no assunto são os produtores rurais do chamado Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins). Hoje esses estados conseguem escoar apenas 52%, 8,7% e 39%, respectivamente, da sua produção agrícola. Após a conclusão do terminal, o Itaqui poderá atender até 100% dessa demanda.
Esse novo sistema de armazenagem e exportação de grãos também está sendo desenvolvido para atender às classes produtoras do Mato Grosso, sul do Pará e parte da Bahia. “Paranaguá [PR] é o porto que atende grande parte das demandas do Centro-Oeste e hoje está sobrecarregado. O Tegram vai integrar a logística intermodal à infra-estrutura portuária do Itaqui, possibilitando assim a mudança no roteiro da carga, tornando o porto referência para exportação do agro business brasileiro”, declarou o diretor de planejamento e desenvolvimento da Emap, Daniel Vinent.
Feira - No Agrobalsas, o Tegram está sendo apresentado ao público com a utilização de recursos tecnológicos. Os técnicos da Emap explicam o projeto conceitual e sua utilização, além da capacidade de movimentação. Uma animação feita em computação gráfica, criada para dar vida ao que está sendo idealizado, mostra todo o processo de escoamento, desde a recepção até a expedição da carga aos navios.
“A Emap vai disponibilizar uma grande área para o Tegram, o terminal que será construído para elevar a capacidade de movimentação do complexo portuário das atuais dois milhões de toneladas para até 15 milhões de toneladas na conclusão da última fase do projeto”, explicou Hermes Ferreira, presidente da Emap.
Ferreira destacou também a importância do projeto em sua participação no encontro com os produtores rurais ocorrido no auditório da FAPCEN, fundação responsável pela organização do Agrobalsas. Na solenidade, o consultor de logística da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Luiz Antônio Fayet, destacou o empenho da direção da Emap para concretizar o projeto.
“A diretoria da Emap está concluindo um projeto bem acabado e eficiente. É bom ver Emap, CNA, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e todas as instituições envolvidas nesse processo, juntas, num mutirão em prol da efetivação do Tegram”, declarou Fayet.
Agrobalsas prossegue com rodadas de negócios
Agrobalsas, considerado um dos maiores eventos agropecuários do Maranhão, prossegue hoje na Fazenda Sol Nascente. Na programação, que tem participação também de produtores do Piauí e Tocantins, haverá debates sobre produção de soja, palestras e reuniões entre os setores públicos e iniciativa privada, rodadas de negócios, minicursos, vitrines tecnológicas das principais culturas e visitas técnicas.
O público também poderá conferir as últimas novidades em produtos e serviços nos 70 estandes. O evento prosseguirá até sábado com o tema “Agricultura responsável nos cerrados nordestinos, compromisso com o futuro”. O 9º Agrobalsas é uma realização da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen), com o apoio do Governo do Maranhão.
Gisela Introvini, superintendente da Fapcen, destacou a importância do evento e a necessidade de políticas públicas para se ampliar o agronegócio no Maranhão. Segundo ela, o Governo do Estado apoiou efetivamente o evento até 2005, mas de lá para cá houve uma queda e, praticamente, a fundação andou sozinha. "Este ano houve um retorno e o governo está nos apoiando", informou Gisela Introvini.
Uma das preocupações manifestadas nesta edição do Agrobalsas é com o meio- ambiente. Muitos acreditam que os produtores de alimentos são os grandes vilões. Mas, de acordo com números da Fapcen, em 2008, a área usada pelo plantio de soja no Maranhão foi de apenas 7% da área total agriculturável do estado. "Portanto, dá para investir em cultivo de grão preservando o meio-ambiente", acredita a superintendente.
No evento, destaque para discussões sobre a integração da lavoura e da pecuária com a chamada cadeia do milho, profissionalização do cultivo, investimento em tecnologia e a união da agricultura familiar e o agronegócio, bem como a importância de se investir no próprio estado.
Gisela Introvini lembrou que a Fapcen tem um grande projeto que é a construção de um Centro Tecnológico que beneficiará estudantes. Será uma grande fazenda com laboratórios de pesquisa e desenvolvimento na produção de grãos, agricultura, piscicultura e onde será o local de realização do Agrobalsas.
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