terça-feira, 13 de abril de 2010

Ponta da Madeira é o primeiro do país a automatizar operações


Do pátio de estocagem até os porões dos navios, as operações de transporte de minério de ferro no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), administrado pela Vale, em São Luís, doravante serão efetuadas por meio de um sistema automatizado. Isso significa que os operadores de máquinas vão executar suas tarefas de uma única sala de controle, comandando todas as empilhadeiras e recuperadoras - utilizadas para transferir o minério para as correias transportadoras e, em seguida, para os cargueiros no porto.

Para modernizar as operações de pátio e implantar o Centro de Controle e Operações (CCO) no porto foram investidos R$ 9 milhões. Entre os ganhos mais significativos destacam-se o aumento de produtividade um 10%. Outro benefício é a maior segurança operacional, já que com o sistema remoto é possível ter um diagnóstico instantâneo de falhas no processo de transporte.
"Com esse sistema nós conseguimos padronizar nossa operação, sem contar as vantagens econômicas, já que o desgaste de componentes eletromecânicos são menores, assim como a variabilidade no fluxo horário", explicou o gerente-geral do TPPM, Welington Soares.

No CCO, cada operador dispõe de seu próprio terminal de computador. Desta forma, os operadores não precisam se deslocar pela área de estocagem quando é necessário trocar de máquinas, basta acionarem um comando. Atualmente, oito terminais controlam oito má-quinas empilhadeiras e recuperadoras. O sistema de operação é o mesmo adotado em grandes portos europeus, como o de Roterdã, na Holanda.

O TPPM é o segundo maior em movimentação de carga no país. No terminal, há três píeres com profundidades de 23 m (píer I - o que o coloca entre os portos de maior profundidade do mundo), 18 m (píer II) e 21 m (píer III) e seis silos de estocagem de grãos com capacidade estática de 165 mil toneladas e recebe navios graneleiros de até 365 mil toneladas de porte bruto (TPB).

Facilidade - Hoje, a operadora de máquina da Vale Janiele Lima Pereira não precisa mais subir 200 degraus para chegar até a cabine de uma empilhadeira, que fica a uma altura de aproximadamente 20 metros do solo. O trabalho dela é organizar o estoque no pátio de minério, na área do porto de Ponta da Madeira, em São Luís.

"Agora ficou bem mais fácil porque posso comandar a empilhadeira de forma remota, por meio de um terminal de comando instalado em nosso CCO, que fica a uma distância de 400 metros da máquina que opero. Ou seja, além do conforto da sala do centro de controle, eu tenho uma visão bem mais ampla das pilhas de minério", disse a operadora.

Segundo o engenheiro do departamento de inovação e desenvolvimento do TPPM José Pinheiro de Moura, nesse sistema a interferência do operador é mínima, já que o software foi desenvolvido e implementado para realizar todas as manobras. O operador insere apenas os dados básicos como origem, destino, fluxo e horário. A partir daí, o sistema assume todo o controle da operação. Neste caso, o operador tem como função principal o monitoramento do processo.

Até o momento da auto-mação completa das máquinas, foram necessárias diversas etapas que compreenderam desde o desenvolvimento do sistema de inteligência e testes operacionais até a instalação da instrumentação para garantia da segurança operacional.

Desempenho - Os investimentos da Vale no Maranhão somaram US$ 1,2 bilhão em 2009, equivalente a cerca de R$ 2,18 bilhões. No setor de logística portuária, a mineradora aplicou US$ 345 milhões (R$ 627,1 milhões).

Quanto ao desempenho portuário da mineradora, em relação ao biênio 2008/2009, houve crescimento 1,82%, passando de 85,7 milhões de toneladas para 87,3 milhões de toneladas.

Ainda no quesito minério de ferro, a logística ferroviária da Vale também apresentou alta no último biênio, caso da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que computou um volume de 94,3 milhões de toneladas em 2008, contra um total de 89,5 milhões de toneladas em 2009, uma diferença de 5,1%.
Números

9 Milhões de reais foram investidos no sistema de automação portuária

87 Milhões de toneladas de minério de ferro passaram pelo TPPM em 2009

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