terça-feira, 15 de setembro de 2009

Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM)



Órgão integrante da Secretaria de Estado da Cultura, o Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM) está completando 36 anos de existência. Para comemorar a data, as portas da casa estarão abertas hoje, das 17h30 às 19h, para uma programação especial de aniversário. O tema é “Museu Histórico e Artístico do Maranhão: 36 anos preservando e comunicando nossa história”.

Os convidados e visitantes assistirão a um vídeo institucional sobre o museu, seus anexos, e também a uma performance teatral com a atriz maranhense Cris Campos. Além disso, o professor Dr. José Henrique Borralho ministrará palestra sobre o tema “Sociedade e Cultura Letrada em São Luís do Século XIX”.

A programação inclui ainda entrega de placas aos professores aposentados do primeiro curso de História do Maranhão. Quem se dirigir às dependências do museu hoje será recepcionado por um casal vestido com roupas de época.

O MHAM tem o acervo erudito mais importante do Maranhão, sendo responsável pela guarda e preservação de um conjunto de bens culturais composto de, aproximadamente, 10 mil peças, entre elas mobiliário da 1ª metade do século XIX, azulejaria de origem diversa, porcelana, vidros cristais e coleção de numismática.

O acervo é proveniente, em grande parte, de doações de colecionadores, a exemplo de José Sarney, Josué Montello, José Jansen e vários outros. Muitos objetos também resultam de compras feitas pela Fundação Cultural do Estado do Maranhão e de contratos de comodato firmados entre a Arquidiocese de São Luís e a Secretaria de Cultura do Maranhão.

Visitas - Segundo a diretora da casa, Maria Luzia Raposo, o museu recebe, em média, 1.800 visitantes por mês, dada sua importância para a história do Maranhão. Embora muita gente não saiba, o MHAM engloba ainda o Museu de Arte Sacra, a Cafua das Mercês ou Museu do Negro, a Igreja do Desterro, a Capela Bom Jesus dos Navegantes e a Capela São José das Laranjeiras.

O prédio que hoje abriga o museu foi antes o Solar Gomes de Sousa, construído em 1836 para servir de residência ao coronel Ignácio Gomes de Sousa, proprietário de engenhos no Vale do Itapecuru, pai do grande matemático Joaquim Gomes de Sousa. Com a decadência econômica dos Gomes de Sousa, o casarão foi comprado pela família Colares Moreira, na época com grande influência política no Maranhão, e posteriormente foi adquirido por José Francisco Jorge, abastado industrial de São Luís, dono da antiga fábrica Rio Anil, atualmente sede do colégio Cintra.

Foi somente em 1967 que o imóvel foi adquirido pelo Governo do Estado do Maranhão, para instalar o Museu Histórico e Artístico do Maranhão, cuja criação deu-se no governo Sarney, por meio da Lei nº. 2923, datada de 8 de novembro de 1968. Somente no dia 28 de julho de 1973, o MHAM abriu as suas portas à sociedade maranhense como a primeira instituição museológica do estado do Maranhão.

Maria Luzia Raposo diz que serão colocados em prática alguns projetos, a exemplo de “Vivência no Museu” e “Museu como Equipamento Turístico”. O primeiro possibilita à casa ser mediadora de ação educativa, desenvolvendo vários projetos. “Nossa dificuldade para que os próprios maranhenses se apropriem deste museu, no entanto, é a ausência de educação patrimonial nas escolas, que faz com que o homem desconheça a sua história, ficando distante de algo que lhe pertence e que faz parte da memória social. Ele não se reconhece como sujeito dessa história e, com isso, não se identifica com os bens patrimoniais que estão sob a guarda do museu. Daí a necessidade urgente de que um diálogo com a sociedade maranhense seja promovido por esta casa, para que ela possa se apropriar desses bens patrimoniais que são parte da sua história e da sua identidade cultural”, diz Maria Luzia Raposo.


Serviço

• O quê

Aniversário de 36 anos do Museu Histórico e Artístico do Maranhão

• Quando

Hoje, das 17h30 às 19h

• Onde

Rua do Sol, 302, Centro


• Entrada franca


Conhecendo algumas peças do MHAM

Estante Julio Roca – Oferecida pelo Presidente da Argentina, Julio Roca, à cidade de São Luís em 1902. De cedro e frejó é admirada pela sua suntuosidade.


Cadeira Trono – Feita de cedro na segunda metade do século XIX, a peça era típica do costume e hábito da burguesia da época. Era utilizada para as necessidades fisiológicas.


Manuscrito de “O Mulato” – Obra-prima do grande escritor maranhense Aluísio Azevedo que retrata a sociedade maranhense do século XIX.


Cama com Dossel – Usada na primeira metade do século XIX, estilo D. João VI.


Compõem o MHAM

Museu de Artes Visuais - Tem, em seu acervo, importantes

coleções de obras de artistas plásticos maranhenses, pinturas, gravuras, desenhos e esculturas e também guarda trabalhos de artistas nacionalmente consagrados, tais como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Ademir Martins.


Cafua das Mercês ou Museu do Negro - Está sob a administração do MHAM. É destinado a preservação da memória e da forte presença da cultura afro no Maranhão. No seu acervo, instrumentos do período da escravidão, objetos da

cultura afro-maranhense e uma valiosa coleção de arte africana proveniente de diversas regiões e etnias da África, tais como os grupos culturais Bamdara, Dogon. Senufo e outros.


Igreja do Desterro – Também está sob a guarda da

Secretaria de Estado da Cultura, por meio do MHAM.

É considerado o primeiro templo religioso do Maranhão.


Capela Bom Jesus dos Navegantes – Está sob a

direção do MHAM. É uma construção do século XVII, feita

pelo jesuíta Frei Cristóvão de Lisboa. Foi do seu púlpito que o grande jesuíta Pe. Antonio Vieira proferiu, em 1654, seu célebre

“Sermão aos Peixes”. Nela são realizadas as tradicionais

solenidades da Quaresma.


Capela São José das Laranjeiras – Foi erguida sob a

invocação de São José das Laranjeiras, em 1812, construída pelo português José Gonçalves da Silva, o barateiro, que

mandou construí-la para ser a capela particular da família.

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