terça-feira, 25 de agosto de 2009

Palácio dos Leões - O marco zero da cidade de São Luís.



Erguido no alto de uma colina, de frente para o oceano Atlântico e experimentando a brisa dos ventos alísios que fazem balançar suas palmeiras imperiais, o Palácio dos Leões é uma preciosidade que há quase 400 anos permanece conservado para servir de residência e sede administrativa do Governo do Maranhão, figurando como o endereço mais nobre da Ilha de São Luís.

Com três mil metros quadrados de área construída e esculpido com o primor da arquitetura neoclássica, o forte erguido em 1612 pelos franceses transformou-se em um suntuoso palácio nos tempos do governador Joaquim de Mello e Póvoas, no ano de 1766. A obra de arte, que representa um dos maiores símbolos da cultura maranhense, guarda relíquias da história política do Maranhão.

Seus salões nobres e luxuosos são recheados com um mobiliário eclético e exibem peças que remontam a mais de duzentos anos, nos mais variados estilos: Luís XVI, Império Brasileiro, D. João VI, Luís Felipe, Vitoriano, Biedermier, Beranger, D. José, Napoleão III e Neo-rococó. São candelabros, castiçais, tapetes franceses, lustres de cristais, porcelanas finas trazidas de países como China, França e Áustria, e pratarias portuguesas de rara beleza que destacam o delicado trabalho da ourivesaria.

Uma das obras de arte que encanta é o espelho em estilo neobarroco do século XIX. Outra é o par de jarras Vieux Paris, em nuances de azul e dourado. Os objetos estão à mostra no centro de um dos salões e datam do século XIX. No Salão Dourado, duas peças deslumbrantes enfeitam um dos móveis: as porcelanas de Sèvres, que revelam o talento dos artistas do século XIX.

O acervo inclui raridades como um Biedermier artesanal e o Arcais (móvel utilizado para guardar objetos eclesiásticos), que pertenceu à capela do Bom Jesus dos Navegantes. Há ainda o cristal Baccarat assinado e os dois potiches azul-cobalto, que pertenceram a Dom Pedro II. A coleção de Arthur Azevedo lá guardada, comprada da viúva do teatrólogo, é o maior e mais importante acervo histórico e artístico do Maranhão e a maior coleção brasileira de arte sobre papel. A coletânea é composta por 18.540 peças, entre gravuras, álbuns de gravuras, estampas, mapas e 85 livros.

Os quadros a óleo, alguns deles muito valiosos, como os de Eliseu Visconti, Vitor Meireles, Belmiro de Almeida, Henrique Bernardelli e Parreiras, foram restaurados pelo talentoso pintor Euclides Fonseca e apresentam uma estética que tinha como base o belo, ideal, absoluto e eterno. Os bens móveis e artísticos, aliados à arquitetura, compõem um conjunto de fundamental importância para o entendimento da formação da identidade cultural do povo maranhense.


O prédio, um dos mais antigos construídos na Ilha de São Luís, é hoje vigiado por duas imponentes estátuas de leões, em bronze, dispostas em frente à fachada e que representam o poder executivo. Na entrada principal, uma escadaria é o caminho para a ala nobre, com seus cinco salões principais, que agregam 1.300 objetos de arte: Salão Luís Felipe, Salão de Banquete, Sala da Estrela, Salão Dourado e Hall do Arcais.

A fachada atrai a curiosidade de turistas do mundo inteiro. Os visitantes, somente após conhecerem a história do prédio, descobrem que da fachada foram demolidas as platibandas, retirada a balaustrada e colocada nova platibanda. O emboco e o reboco foram substituídos e acrescentaram-se ainda frisos, colunas, capitéis, cornijas, pedestais, socos, tudo com material de primeira qualidade.

A curadora de bens culturais do Palácio, Josimar Pereira, conta que o monumento chama a atenção dos turistas por sua magnitude. Durante o dia ou à noite, o difícil é não se deparar com alguém fotografando cada detalhe. O fascínio que o prédio exerce também sobre os moradores incentivou a Curadoria a reabrir as portas dos Leões para a visitação pública.


“Os guardas do Palácio acabam fazendo o papel de guias para os turistas, pois todos que chegam aqui perto têm ao menos uma perguntar a fazer. E a maioria sempre questiona se pode entrar para ver o que há lá dentro. Foi por isso que reabrimos as portas, para que todos possam ver a beleza que se esconde aqui dentro”, diz Josimar Pereira.

O Palácio dos Leões é uma viagem extraordinária ao passado, arte, cultura e política do Brasil. A muralha, às margens da Avenida Beira-Mar, expõe o desenho de sua arquitetura original, servindo de cartão-postal.

Um comentário:

Anônimo disse...

e muito lindo moro 28 km de sao luis e nunca tinha visto e maravilho