domingo, 13 de setembro de 2015

A São Luís que os adoradores de palafitas odeiam mostrar

Mercado imobiliário investe em prédios com helipontos

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Hoje, a área nobre da capital tem um prédio comercial com aeródromo em funcionamento e outros dois prontos para operar; mais dois edifícios em construção também terão a estrutura para pouso e decolagem de helicópteros

Mercado imobiliário investe em prédios com helipontos

Do heliponto construído no alto do edifício Office Tower, a vista da Lagoa da Jansen e os prédios que marcam a verticalização da cidade (Foto: Flora Dolores / O Estado)
Há poucos anos, São Luís ultrapassou a mar­ca de 1 milhão de habitantes e o boom imobiliário que ocorreu, sobretudo a partir de 2000, fez com que a cidade crescesse sem parar. Como esse crescimento também tem pontos negativos, o mercado imobiliário da capital vislumbrou uma nova oportunidade de negócio. Aliando a construção de prédios cada vez mais modernos e uma alternativa ao trânsito caótico da cidade, prédios equipados com heliponto começam a se destacar na paisagem urbana de São Luís.
Em São Luís, há quem troque o asfalto pelas nuvens na hora de se deslocar pela cidade. Claro que essa não é a realidade da maioria, mas quem pode se dar ao luxo de trafegar de helicóptero, fugindo dos engarrafamentos, já procura pelo serviço. “Algumas pessoas vem nos procurar para saber so­bre o nosso heliponto. Muitas não têm helicópteros ainda, mas já buscam esse tipo de informação”, disse Shirley Roberta da Costa, administradora do Office Tower, edifício comercial localizado na Avenida Colares Moreira, Renascença II.
O prédio de 18 pavimentos e 448 salas comerciais – das quais 77% estão ocupadas - é o único a ter um aeródromo em funcionamento na capital. “O prédio está em funcionamento há três anos, mas o heliponto funciona há apenas quatro meses, pois o processo de liberação pela Agência Nacional de Aviação Civil [Anac] é um pouco demorado”, informou Shirley Roberta da Cos­ta. Atualmente, apenas um dos condôminos utiliza, geralmente de duas a três vezes por semana, segundo a administradora do edifício.
O Estado tentou contato com o condômino, mas ele preferiu preservar sua identidade por motivos de segurança. Segundo a Anac, qualquer pessoa pode comprar uma aeronave. No entanto, para pilotar é necessário obter licenças e habilitações. Ainda segundo a Anac, as habilitações para pilotar aeronaves dão autorização para que o piloto opere em todo o território brasileiro, não havendo, assim, limitação de localidade para as operações.

Aeródromo no alto do Lagoa Corporate & Office, na Ponta d’Areia (Foto: Flora Dolores / O Estado)
Uso exclusivo
A estrutura localizada no topo do Office Tower é de uso exclusivo dos condôminos, mediante o pagamento de uma taxa mensal de R$ 350,00, já incluída na taxa de condomínio. Para efetuar pousos ou decolagens no local, o piloto precisa entrar em contato com administração do prédio para informar o horário e o tipo do procedimento. “Esse aviso é necessário por uma questão de se­gurança, pois precisamos ter funcionários nossos orientando os pousos e decolagens e ao passageiro sobre como proceder para embarcar e desembarcar da aeronave”, informou. Além disso, o heliponto não pode ficar ocupado. O helicóptero fica apenas o tempo necessário para embarque e desembarque de passageiros e para a realização dos procedimentos de pouso e decolagem.
Outro empreendimento imobiliário que tem heliponto em São Luís é o Lagoa Corporate & Office, localizado na Avenida Ana Jansen, na Ponta d’Areia. O edifício do tipo triplo A tem 239 salas no total, sendo 64 na torre corporativa, 170 na torre comercial e cinco lojas. O heliponto do prédio está pronto para uso e foi homologado pela Anac, segundo a Sá Cavalcante, construtora do prédio. Como o prédio foi entregue há pouco tempo, a estrutura ainda não está sendo utilizada, mas será exclusivo para os condôminos.
O Bussiness Center, edifício comercial de 408 salas, também na Avenida Colares Moreira, Renascença II, é outro grande empreendimento comercial de São Luís que conta com aeródromo. No entanto, a estrutura ainda não está em uso, pois depende da homologação pela Anac. “A administradora do condomínio fez o pedido de homologação em 2014. Ele ainda está em análise pela Anac”, informou a gerente do prédio, Paola Cunha.

Heliponto em construção em prédio comercial no Renascença II (Foto: Flora Dolores / O Estado)
Helipontos
Não há dados oficiais de quantos empreendimentos imobiliários têm heliponto na capital maranhense. Segundo uma contagem feita por O Estado, apenas nos bairros Renascença II, Ponta d’Areia e Ponta do Farol foram localizados cinco prédios do tipo. Além do Office Tower, do Lagoa Corporate & Office e do Bussiness Center, outros dois prédios em construção, um na Avenida dos Holandeses e outro na Rua das Andorinhas, terão a estrutura.
De acordo com a Sá Cavalcante, responsável pela construção do Lagoa Corporate & Office, foi percebido que havia uma carência de empreendimentos comerciais do tipo na cidade e as grandes empresas que se instalam em São Luís, na maioria das vezes, precisavam se dividir entre várias salas em um empreendimento e até mesmo em dois ou três empreendimentos diferentes. Sendo assim, foi feita uma pesquisa na qual foi identificado que havia demanda para um empreendimento de alto padrão comercial na cidade, no qual estivessem junto os principais profissionais liberais da cidade e as grandes empresas ins­taladas no estado, além das em­presas locais.
HELIPONTO
COMO TER UM

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o interessado em construir um heliponto deve primeiro procurar a Prefeitura de São Luís para adquirir autorização de construção desse tipo de estrutura. A administração municipal (em alguns casos, o Governo do Estado) avalia se o heliponto pode ser construído no local solicitado, se o tráfego de aeronaves no determinado local é permitido. Depois, entra em contato com a Anac e segue normas estipuladas pela agência. Após construir o heliponto e seguir as instruções, e ter a autorização da Prefeitura ou governo, o solicitante pede homologação da Anac para funcionamento. A agência só autoriza o tráfego de helicópteros no heliponto após passar pela homologação (vistoria e certificação da obra), registro do mesmo na Anac e autorização da Prefeitura ou Governo.
NÚMERO
26 é a frota de helicópteros
em todo o Maranhão, segundo a Anac
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