Navio Vale Caofeidian é o primeiro da classe Valemax a carregar minério de ferro no mais novo atracadouro da Vale em São Luís.
Cezar Scanssette
Editor de Portos
Editor de Portos
O novo atracadouro do Terminal Ponta da Madeira (TPM), o Píer
IV, em São Luís, recebeu no fim de semana o seu primeiro navio da classe
Valemax, os maiores mineraleiros do mundo, com capacidade de carga de até 395
mil toneladas. O berço sul do atracadouro iniciou a fase de testes operacionais
com navios de menor capacidade de carga, na faixa de 200 mil toneladas, em
dezembro do ano passado.
A Vale não informou se a operação com o Vale Caofeidian é o fim
da fase de testes do berço sul do Píer IV. Fontes do setor portuário também não
confirmaram esta hipótese. Há, contudo, no site da Vale, outros Valemax
programados para atracar no novo ancoradouro do TPM.
Construído para receber os megacargueiros Valemax, o Píer IV é a
aposta da mineradora Vale para aumentar a capacidade de exportação de minério de
ferro extraído de Carajás para o mercado internacional. Até então, os embarques
eram realizados somente no Píer I.
De acordo com a programação de navios constante no site da
mineradora, o Vale Caofeidian atracou no berço sul do Píer IV na tarde de sábado
(31 de agosto) e está programado para partir na madrugada de hoje, com um
carregamento de 391.070 toneladas de minério. O destino da carga ainda não foi
divulgado.
Testes – Em fins de dezembro de 2012, atracou no berço sul do
Píer IV de Ponta da Madeira o navio Ore Belo Horizonte, que realizou uma
operação de carga de 800 toneladas de minério de ferro. Este foi o primeiro
teste operacional, que durou cerca de 10 minutos, do novo atracadouro da Vale no
Maranhão.
A operação com o Ore Belo Horizonte, além de marcar o início dos
testes operacionais do píer, foi importante para a mineradora pois significou a
superação do acidente ocorrido em fins de setembro do ano passado: o naufrágio
da plataforma Sep Orion (que foi retirada do canteiro de obras recentemente). A
plataforma era utilizada na cravação de estacas do píer e havia rumores de que o
cronograma de atividades seria atrasado.
Com os testes operacionais, a mineradora divulgou um fato que
pôs fim aos rumores e dava segurança de que o cronograma de obras havia sido
preservado. Deste então, outros navios de porte similar ao do Ore Belo Horizonte
realizaram carregamentos no píer, em média um cargueiro por mês.
Licenciamento – Em abril deste ano, foi expedida pela Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Sema) a licença de
operação (LO) do Píer IV do TPM, referente às atividades em terra (onshore) e no
mar (offshore), integrantes do projeto Capacitação Logística Norte (CLN 150),
que prevê a movimentação de 150 milhões de toneladas de cargas por ano.
A parte onshore compreende dois viradores de vagões, dois pátios
de estocagem de minério de ferro, uma empilhadeira, duas recuperadoras de
minério de ferro e correias transportadoras. A parte offshore contém o berço Sul
do Pier IV, uma ponte de acesso (1,6 km), carregadora de navios com a respectiva
linha de carregamento (16 mil toneladas por hora), sistema de proteção
ambiental, um píer para rebocadores e outros equipamentos.
Segundo informes da Vale, na ocasião, a obtenção da LO
representa etapa fundamental para o suporte logístico ao crescimento da produção
de minério de Carajás, na medida em que obteve autorização para as operações
portuárias do projeto CLN 150.
Mais
Vale Caofeidian
Tipo de navio: ore carrier (mineraleiro ou cargueiro de minério,
em tradução livre do inglês)
Ano de construção: 2013
Comprimento: 360 metros
Largura: 65 metros
Porte bruto: 400.000 toneladas
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