sábado, 7 de setembro de 2013

Governadora lança o projeto de restauração da Igreja da Sé

A recuperação dos bens móveis e integrados dará ênfase à restauração dos altares da Igreja da Sé.

Jock Dean
Da equipe de O Estado

 
Foi lançado ontem o projeto de intervenção para conservação, restauro e adaptação da Catedral de Nossa Senhora da Vitória (Igreja da Sé) e do Palácio Arquiepiscopal, localizados na Praça Dom Pedro II, Centro Histórico de São Luís. O lançamento das obras, orçadas em R$ 6 milhões e que terá duração de um ano, contou com a presença da governadora Roseana Sarney, já que o projeto será desenvolvido em parceria pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), e Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH), com apoio cultural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Também prestigiaram a solenidade o ministro de Estado do Turismo, Gastão Vieira; o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior; o secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu, e a secretária de Estado da Cultura, Olga Simão, entre outras autoridades.
O projeto prevê a execução de intervenções de recuperação do edifício da Igreja da Sé, além da recuperação e adaptação do espaço físico do Palácio Arquiepiscopal, que abrigará o Espaço de Referência da Arte Sacra no Maranhão, que deverá abrigar, além da mostra dos elementos de arte sacra, uma exposição gráfica e um Laboratório-Escola de Conservação e Restauro de bens móveis e integrados.
O projeto de adaptação do pavimento térreo do Palácio Episcopal foi elaborado para o funcionamento dos diversos organismos da arquidiocese e do Espaço de Referência, sem que haja interferência entre as duas funções.
Os bens móveis, integrados, mobiliário e paramentos também passarão por restauração. A recuperação dos bens móveis e integrados dará ênfase à restauração dos altares da Igreja da Sé, nos bens existentes na coleção e dos que encontram no Museu de Artes Visuais. O projeto de restauro das peças foi feito a partir de levantamento da situação atual destes itens. Para a governadora Roseana Sarney, o conjunto de obras tornará São Luís uma referência nacional em cultura e história sacras.
“Aqui, ao término deste projeto, o acervo de propriedade da arquidiocese de São Luís, que reúne mais de 180 peças, entre imagens dos séculos XVII e XIX e mobiliários, estará de volta ao seu lugar de origem e servirá como mais um ponto de referência a todos que residem e visitam a capital do Maranhão”, afirmou a governadora Roseana Sarney.
Em seu pronunciamento, a governadora lembrou ainda do PAC Cidades Históricas, que prevê 49 intervenções em prédios que abrigam museus e casas de cultura na capital, com recursos de R$ 150 milhões. Entre as ações previstas estão o restauro e conservação de igrejas e monumentos tombados, como os palácios das Lágrimas e Cristo Rei, Mercado Central, prédio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), teatros Arthur Azevedo e João do Vale e Casa do Maranhão.

Acervo - Para o futuro Espaço de Referência, a Secma doará o acervo de peças sacras que atualmente estão no Museu de Arte Sacra (localizado no Museu Artístico e Histórico do Maranhão - MHAM), na Rua do Sol, na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, na Praça Dom Pedro II, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Praça João Lisboa, e no Museu de Artes Visuais, na Rua Portugal. A gestão do novo Espaço de Referência será da Secma, por meio do MHAM.
O acervo de peças de arte sacra, de propriedade da Arquidiocese de São Luís, que está depositado no MHAM, é composto por imagens, alfaias de metal (objetos litúrgicos), ornamentos e outras pequenas coleções, como mobiliário, porcelana e opalina (um tipo de pedra semipreciosa). Faz parte integrante do acervo, o conjunto de imagens dos séculos XVIII e XIX e os retábulos neoclássicos da nave e do transepto, executados com influência do Rococó, que se contrapõe ao altor-mor, praticamente o único exemplar na transição entre o Maneirismo e o Barroco na talha luso-brasileira, executado no fim do século XVII.

Museu – O conceito expositivo do Espaço de Referência da Arte Sacra no Maranhão foi pensado para ser um museu que possa abrigar a coleção abrigada em diversos espaços expositivos existentes, incorporar peças sacras representativas de diversas capelas e pequenas igrejas da Arquidiocese de São Luís que, por questão de segurança, estão guardadas em sacristias e cofres, portanto, impossibilitadas de serem vistas por visitantes, agrupar os paramentos abrigados no Museu de Artes Visuais, possibilitar a ampliação e enriquecimento da coleção já existente e apresentar instalações onde o visitante possa ser remetido às demais igrejas da arquidiocese e aos antigos locais onde as peças em exposição ficavam abrigadas.
O Laboratório-Escola de Conservação e restauro será composto pelos móveis e instrumentos básicos inerentes ao laboratório. No local, serão instaladas duas salas de aula – uma teórica e outra prática –, além de um espaço de recepção, guarda imagens e utensílios.
“O que estamos fazendo é bem mais que uma obra de restauração, mas um projeto de educação e formação de mão de obra. Isto para um estado como o nosso é de suma importância vide a necessidade de profissionais restauradores no Maranhão”, informou Kátia Bogéa, superintendente do Iphan no Maranhão.
O restauro do conjunto arquitetônico do qual fazem parte a Catedral Metropolitana e a sede da arquidiocese da capital ficará pronto em um ano e o cronograma da obra foi planejado para que apenas na etapa final da restauração as atividades da arquidiocese sejam interrompidas.
Os recursos, na ordem de R$ 6 milhões foram obtidos por meio da Lei de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) com financiamento do BNDES.
“Esta obra faz parte de uma estratégia do BNDES para revitalizar os principais monumentos históricos das cidades brasileiras, por meio de um projeto integrado de arte, cultura e turismo”, explicou Marcelo Goldstein, gerente do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES.

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