Evento foi aberto ontem e acontece até as 20h de hoje no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, promovido pelo Instituto Geia.
Jock Dean
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
Com o objetivo de apresentar e discutir serviços, soluções e produtos na área de tecnologia, além de criar
oportunidades de negócios na área, foi aberta ontem a primeira edição do
Geiatech, evento de games, inovação e tecnologia do Instituto Geia, que acontece
até as 20h de hoje no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma.
Entre os espaços montados no local, o salão de games foi o que atraiu ontem o
maior número de visitantes, entre eles centenas de competidores do Campeonato
Maranhense de Futebol Digital.
De acordo com o presidente do Instituto Geia, Jorge Murad, há
algum tempo o instituto era demandado quanto à realização de um evento desse
tipo em São Luís. Por isso, foi idealizado o Geiatech. “Hoje, os jovens vivem
conectados por meio de smartphones, tablets, games e outros dispositivos
eletrônicos. Queremos aproveitar essa facilidade e disposição deles com a
tecnologia para criarmos oportunidades de negócios e troca de conhecimentos no
estado”, informou.
O público jovem foi o principal visitante do primeiro dia do
evento. Como o estudante do curso de Eletrotécnica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Leonardo Dias, 17 anos, que
foi ao Geiatech em busca de conhecimento. “Vim por causa das palestras, para
saber quais as inovações do setor que estão sendo mais aplicadas. Como também há
um espaço para jogos, aproveitei para conhecer as novidades dos games”,
disse.
Games - O salão de games atraiu um grande número de visitantes.
Dois monitores para jogos livres foram montados no local. Cada visitante tinha
direito a dois minutos de diversão com os jogos mais badalados do mercado.
“Muita gente acha que videogame é perda de tempo. Eu acredito que os games
ajudam a melhorar a concentração e a nossa capacidade de criar estratégias, pois
qualquer distração é suficiente para perder a partida”, disse Marcos Gustavo
Souza, também aluno do IFMA.
O local foi o mais procurado pelo público também por causa do
Campeonato Maranhense de Futebol Digital.
Eram apenas 256 competidores inscritos e dezenas de fãs de jogos
eletrônicos interessados em aprender com campeões como Marquinhos
Cruel, 23 anos, que é campeão mundial de Futebol Digital. “Eu
comecei a competir profissionalmente aos 16 anos e tenho tido bons resultados
desde então”, afirmou. Ele se classificou para a segunda etapa da competição,
que acontece hoje, após vencer os dois competidores que disputaram com ele.
Para a disputa, foi montada uma estrutura com 16 monitores para
o campeonato de PES (Pro Evolution Soccer/Futebol Digital) 2013, com jogos de
Play Station 3 e Xbox 360. Quem também se inscreveu na disputa foi Maurício
Demétrio, 22 anos, que já participou de outras quatro competições, embora com
resultados pouco empolgantes. “Eu gosto de víideogames e jogo principalmente por
causa da diversão, por isso participo de campeonatos”, disse.
Exposições – O Geiatech também é um espaço para que empresas e
profissionais apresentem ao público os produtos e serviços que desenvolvem na
área de tecnologia. Por isso, foram montados 22 estandes para exposições. A
Vale, por exemplo, expõe um simulador ferroviário, que reproduz a malha da
Estrada de Ferro Carajás (EFC) e um simulador portuário utilizado no treinamento
de operadores do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Esta foi a primeira vez
que os produtos estão sendo expostos ao público.
O gerente de engenharia da Vale, Tarik Chaaban, explicou que o
simulador projeta um perfil da via por meio do qual é possível avaliar suas
condições de trafegabilidade. “O simulador nos ajuda na capacitação dos
maquinistas e a projetar o tamanho ideal dos trens, carga máxima e velocidade
que podemos utilizar nas operações de transporte pela estrada de ferro de São
Luís a Carajás. Assim evitamos contratempos durante as viagens, que ficam mais
seguras”, informou.
A Companhia Energética do Maranhão (Cemar) levou para o Geiatech
a maquete da Casa Eficiente. Por meio do protótipo, é possível pensar soluções
simples que ajudam a reduzir o consumo de energia nas residências. “Quanto mais
antigo o eletrodoméstico, maior o gasto de energia, mas quando ele for trocado é
preciso ficar atento à eficiência do aparelho. Hoje, há selos indicativos com
essas informações. Além disso, evitar abrir a geladeira sem necessidade e usar
telhas solares para aproveitar a luz natural são medidas simples e baratas, que
ajudam a economizar na conta de energia”, garantiu o engenheiro de Estudos e
Planejamento da Cemar, Lucas Pinheiro.
Palestras – Durante a tarde de ontem, também foi grande a
procura pelas 12 palestras realizadas no evento. A primeira foi a de
Monitoramento de processos industriais por dispositivos móveis (smartphones),
proferida por Carlos Buruaga, responsável pela implantação do sistema na Alumar.
“Enquanto os smartphones forem vistos apenas como celulares, o gestor não vai
compreender a importância de utilizá-los como ferramentas de trabalho. Na
verdade, os smartphones são computadores que também podem ser usados para fazer
ligações. Seu uso ajuda a reduzir custos no setor industrial”, explicou.
Todos os inscritos em palestras, oficinas e competições
receberão certificado de participação no evento que é aberto ao público em
geral, que pode assistir às exposições e participar dos jogos eletrônicos e de
aeromodelismo disponibilizados para os frequentadores. O Geiatech possibilita
ainda a realização de rodadas de negócios entre empresas e profissionais que
demandam e ofertam produtos e serviços.
Estudantes mostram experimentos para melhorar o dia a dia das pessoas
Experiências e protótipos desenvolvidos em sala de aula estão à
mostra no Geiatech, que também é uma vitrine de produtos.
O Geiatech tem como objetivo reunir empresas, expositores,
desenvolvedores de games, jovens profissionais, estudantes e professores da área
de ciências exatas para demonstração e troca de experiências em atividades de
interesse comum. Ontem, alunos de escolas de São Luís apresentaram experimentos
desenvolvidos em sala de aula e demonstraram de que forma as inovações
tecnológicas podem melhorar o dia a dia das pessoas.
Aos 12 anos, Caetano Pires, que cursa a 6ª série, era um dos
alunos mais empolgados do estande do colégio Reino Infantil na mostra,
explicando aos visitantes do local sobre o funcionamento do braço mecânico
desenvolvido durante o Projeto de Educação Tecnológica da escola. “Os nossos
professores criam o projeto e a gente executa. Montamos o braço com kits de
Lego. Depois buscamos softwares livres na internet para fazermos a programação
do experimento”, disse.
O protótipo apresentado pelos alunos consiste em um braço
mecânico criado para ajudar a pessoas com deficiência na recuperação dos
movimentos por meio de impulsos cerebrais (força do pensamento). O trabalho
baseia-se em diversas pesquisas científicas divulgadas sobre o tema. Outro
experimento exposto no Geiatech pelos alunos foi um cão-guia eletrônico. O
Robocão, como é chamado, foi criado para ajudar a pessoas com deficiência visual
a realizarem atividades cotidianas.
Nicolas Marão, 12 anos, outro aluno da turma de Educação
Tecnológica do Reino Infantil, afirmou que no fim do ano todos os experimentos
dos alunos serão reunidos em uma feira tecnológica da própria escola e os
melhores projetos serão premiados. “A escola promove um campeonato para
incentivar os alunos a participarem das aulas de robótica que acontecem uma vez
por semana. São aulas divertidas porque a gente aprende como funcionam e a
montar os robôs”, disse.
Segundo o coordenador pedagógico do Reino Infantil, Marcos
Naufel, o objetivo do Projeto de Educação Tecnológica é integrar tecnologia e
educação. “Todo recurso tecnológico desperta o interesse dos alunos e os motiva
a desenvolver pesquisas na área. Eles entendem melhor a utilidade dessas
ferramentas e como elas podem facilitar o dia a dia das pessoas, desde que bem
aplicadas, além de ajudar a compreender o impacto econômico dessas criações”,
afirmou.
Empresas de games fazem lançamentos no evento
Gerar oportunidades de negócios é uma das intenções do Geiatech.
Por isso, empresas de desenvolvimento de games estão aproveitando a oportunidade
para lançar seus produtos e apresentar os novos jogos aos amantes dos
videogames. Com ideias simples e inovadoras, o mercado de jogos independente
está entre os que mais crescem no setor de tecnologia no Brasil.
Formada por alunos do curso de Ciências da Computação da
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Whalesoft aproveitou o Geiatech para
fazer o lançamento do seu primeiro jogo eletrônico, o Origami Flight, criado de
uma ideia simples dos seus criadores de transformar a tradicional arte japonesa
de dobrar papéis em jogos de computador. “Estamos desenvolvendo esse projeto há
dois anos. O que trouxemos para o Geiatech é uma primeira versão do jogo, apenas
para apresentação ao público, pois ainda há ajustes a serem feitos”, informou o
diretor da Whalesoft, Wallas Sousa.
O Origami Flight chega ao mercado como um clássico do gênero
Shoot em up horizontal, conhecido popularmente como “jogo de nave”. Ele se
caracteriza pela grande quantidade e variedade de inimigos enfrentados pelo
jogador durante o seu voo, combinando uma jogabilidade simples e intuitiva a um
visual leve e divertido. Mas o jogo apresenta desafios gradativos que criam uma
experiência compatível tanto para jogadores casuais quanto para jogadores
hardcore, garantem os seus criadores.
Outra empresa que está lançando games no evento é a Valente
Studio, especializada na criação de games em 3D. O grupo do Ceará trouxe para
São Luís três jogos, dos quais dois ainda não chegaram ao mercado. No estande da
empresa, além de conhecer os jogos, os visitantes ficam sabendo como é criado um
jogo de computador, desde o desenho em papel até a programação do software.
“Faremos o lançamento dos dois novos jogos em junho deste ano”, adiantou Rafael
Meyer, um dos modeladores dos jogos.
Segundo Antonio Busson, que proferiu a palestra Mercado de Games
Independente, desde 2010 o mercado para os chamados jogos indies começou a
crescer por causa da saturação das grandes companhias. “As grandes franquias de
lançamento de jogos não inovam nos seus produtos, diferentemente dos criadores
independentes. E é nessa lacuna que os jogos indie ganham a preferência do
público, além disso, os preços são muito mais acessíveis, podendo ser até 10
vezes mais barato”, afirmou.
Mais
A Whalesoft desenvolve jogos independentes e traz em sua bagagem
a produção de games para a empresa teatral Cia Cambalhotas. Participa
efetivamente do Simpósio Brasileiro de Jogos Eletrônicos (SB Games) e foi uma
das principais organizadoras do Global Game Jam em São Luís.
Números
R$ 26 mil em prêmios
37 convidados
32 palestras
27 exposições
4 oficinas
3 competições
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