sábado, 18 de maio de 2013

Inovações tecnológicas são mostradas no Geiatech



Evento foi aberto ontem e acontece até as 20h de hoje no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, promovido pelo Instituto Geia.

Jock Dean
Da equipe de O Estado
 
Com o objetivo de apresentar e discutir serviços, soluções e produtos na área de tecnologia, além de criar oportunidades de negócios na área, foi aberta ontem a primeira edição do Geiatech, evento de games, inovação e tecnologia do Instituto Geia, que acontece até as 20h de hoje no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma. Entre os espaços montados no local, o salão de games foi o que atraiu ontem o maior número de visitantes, entre eles centenas de competidores do Campeonato Maranhense de Futebol Digital.
De acordo com o presidente do Instituto Geia, Jorge Murad, há algum tempo o instituto era demandado quanto à realização de um evento desse tipo em São Luís. Por isso, foi idealizado o Geiatech. “Hoje, os jovens vivem conectados por meio de smartphones, tablets, games e outros dispositivos eletrônicos. Queremos aproveitar essa facilidade e disposição deles com a tecnologia para criarmos oportunidades de negócios e troca de conhecimentos no estado”, informou.
O público jovem foi o principal visitante do primeiro dia do evento. Como o estudante do curso de Eletrotécnica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Leonardo Dias, 17 anos, que foi ao Geiatech em busca de conhecimento. “Vim por causa das palestras, para saber quais as inovações do setor que estão sendo mais aplicadas. Como também há um espaço para jogos, aproveitei para conhecer as novidades dos games”, disse.

Games - O salão de games atraiu um grande número de visitantes. Dois monitores para jogos livres foram montados no local. Cada visitante tinha direito a dois minutos de diversão com os jogos mais badalados do mercado. “Muita gente acha que videogame é perda de tempo. Eu acredito que os games ajudam a melhorar a concentração e a nossa capacidade de criar estratégias, pois qualquer distração é suficiente para perder a partida”, disse Marcos Gustavo Souza, também aluno do IFMA.
O local foi o mais procurado pelo público também por causa do Campeonato Maranhense de Futebol Digital.
Eram apenas 256 competidores inscritos e dezenas de fãs de jogos eletrônicos interessados em aprender com campeões como Marquinhos
Cruel, 23 anos, que é campeão mundial de Futebol Digital. “Eu comecei a competir profissionalmente aos 16 anos e tenho tido bons resultados desde então”, afirmou. Ele se classificou para a segunda etapa da competição, que acontece hoje, após vencer os dois competidores que disputaram com ele.
Para a disputa, foi montada uma estrutura com 16 monitores para o campeonato de PES (Pro Evolution Soccer/Futebol Digital) 2013, com jogos de Play Station 3 e Xbox 360. Quem também se inscreveu na disputa foi Maurício Demétrio, 22 anos, que já participou de outras quatro competições, embora com resultados pouco empolgantes. “Eu gosto de víideogames e jogo principalmente por causa da diversão, por isso participo de campeonatos”, disse.

Exposições – O Geiatech também é um espaço para que empresas e profissionais apresentem ao público os produtos e serviços que desenvolvem na área de tecnologia. Por isso, foram montados 22 estandes para exposições. A Vale, por exemplo, expõe um simulador ferroviário, que reproduz a malha da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e um simulador portuário utilizado no treinamento de operadores do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Esta foi a primeira vez que os produtos estão sendo expostos ao público.
O gerente de engenharia da Vale, Tarik Chaaban, explicou que o simulador projeta um perfil da via por meio do qual é possível avaliar suas condições de trafegabilidade. “O simulador nos ajuda na capacitação dos maquinistas e a projetar o tamanho ideal dos trens, carga máxima e velocidade que podemos utilizar nas operações de transporte pela estrada de ferro de São Luís a Carajás. Assim evitamos contratempos durante as viagens, que ficam mais seguras”, informou.
A Companhia Energética do Maranhão (Cemar) levou para o Geiatech a maquete da Casa Eficiente. Por meio do protótipo, é possível pensar soluções simples que ajudam a reduzir o consumo de energia nas residências. “Quanto mais antigo o eletrodoméstico, maior o gasto de energia, mas quando ele for trocado é preciso ficar atento à eficiência do aparelho. Hoje, há selos indicativos com essas informações. Além disso, evitar abrir a geladeira sem necessidade e usar telhas solares para aproveitar a luz natural são medidas simples e baratas, que ajudam a economizar na conta de energia”, garantiu o engenheiro de Estudos e Planejamento da Cemar, Lucas Pinheiro.

Palestras – Durante a tarde de ontem, também foi grande a procura pelas 12 palestras realizadas no evento. A primeira foi a de Monitoramento de processos industriais por dispositivos móveis (smartphones), proferida por Carlos Buruaga, responsável pela implantação do sistema na Alumar. “Enquanto os smartphones forem vistos apenas como celulares, o gestor não vai compreender a importância de utilizá-los como ferramentas de trabalho. Na verdade, os smartphones são computadores que também podem ser usados para fazer ligações. Seu uso ajuda a reduzir custos no setor industrial”, explicou.
Todos os inscritos em palestras, oficinas e competições receberão certificado de participação no evento que é aberto ao público em geral, que pode assistir às exposições e participar dos jogos eletrônicos e de aeromodelismo disponibilizados para os frequentadores. O Geiatech possibilita ainda a realização de rodadas de negócios entre empresas e profissionais que demandam e ofertam produtos e serviços.

Estudantes mostram experimentos para melhorar o dia a dia das pessoas



Experiências e protótipos desenvolvidos em sala de aula estão à mostra no Geiatech, que também é uma vitrine de produtos.

O Geiatech tem como objetivo reunir empresas, expositores, desenvolvedores de games, jovens profissionais, estudantes e professores da área de ciências exatas para demonstração e troca de experiências em atividades de interesse comum. Ontem, alunos de escolas de São Luís apresentaram experimentos desenvolvidos em sala de aula e demonstraram de que forma as inovações tecnológicas podem melhorar o dia a dia das pessoas.
Aos 12 anos, Caetano Pires, que cursa a 6ª série, era um dos alunos mais empolgados do estande do colégio Reino Infantil na mostra, explicando aos visitantes do local sobre o funcionamento do braço mecânico desenvolvido durante o Projeto de Educação Tecnológica da escola. “Os nossos professores criam o projeto e a gente executa. Montamos o braço com kits de Lego. Depois buscamos softwares livres na internet para fazermos a programação do experimento”, disse.
O protótipo apresentado pelos alunos consiste em um braço mecânico criado para ajudar a pessoas com deficiência na recuperação dos movimentos por meio de impulsos cerebrais (força do pensamento). O trabalho baseia-se em diversas pesquisas científicas divulgadas sobre o tema. Outro experimento exposto no Geiatech pelos alunos foi um cão-guia eletrônico. O Robocão, como é chamado, foi criado para ajudar a pessoas com deficiência visual a realizarem atividades cotidianas.
Nicolas Marão, 12 anos, outro aluno da turma de Educação Tecnológica do Reino Infantil, afirmou que no fim do ano todos os experimentos dos alunos serão reunidos em uma feira tecnológica da própria escola e os melhores projetos serão premiados. “A escola promove um campeonato para incentivar os alunos a participarem das aulas de robótica que acontecem uma vez por semana. São aulas divertidas porque a gente aprende como funcionam e a montar os robôs”, disse.
Segundo o coordenador pedagógico do Reino Infantil, Marcos Naufel, o objetivo do Projeto de Educação Tecnológica é integrar tecnologia e educação. “Todo recurso tecnológico desperta o interesse dos alunos e os motiva a desenvolver pesquisas na área. Eles entendem melhor a utilidade dessas ferramentas e como elas podem facilitar o dia a dia das pessoas, desde que bem aplicadas, além de ajudar a compreender o impacto econômico dessas criações”, afirmou.

Empresas de games fazem lançamentos no evento


Gerar oportunidades de negócios é uma das intenções do Geiatech. Por isso, empresas de desenvolvimento de games estão aproveitando a oportunidade para lançar seus produtos e apresentar os novos jogos aos amantes dos videogames. Com ideias simples e inovadoras, o mercado de jogos independente está entre os que mais crescem no setor de tecnologia no Brasil.
Formada por alunos do curso de Ciências da Computação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Whalesoft aproveitou o Geiatech para fazer o lançamento do seu primeiro jogo eletrônico, o Origami Flight, criado de uma ideia simples dos seus criadores de transformar a tradicional arte japonesa de dobrar papéis em jogos de computador. “Estamos desenvolvendo esse projeto há dois anos. O que trouxemos para o Geiatech é uma primeira versão do jogo, apenas para apresentação ao público, pois ainda há ajustes a serem feitos”, informou o diretor da Whalesoft, Wallas Sousa.
O Origami Flight chega ao mercado como um clássico do gênero Shoot em up horizontal, conhecido popularmente como “jogo de nave”. Ele se caracteriza pela grande quantidade e variedade de inimigos enfrentados pelo jogador durante o seu voo, combinando uma jogabilidade simples e intuitiva a um visual leve e divertido. Mas o jogo apresenta desafios gradativos que criam uma experiência compatível tanto para jogadores casuais quanto para jogadores hardcore, garantem os seus criadores.
Outra empresa que está lançando games no evento é a Valente Studio, especializada na criação de games em 3D. O grupo do Ceará trouxe para São Luís três jogos, dos quais dois ainda não chegaram ao mercado. No estande da empresa, além de conhecer os jogos, os visitantes ficam sabendo como é criado um jogo de computador, desde o desenho em papel até a programação do software. “Faremos o lançamento dos dois novos jogos em junho deste ano”, adiantou Rafael Meyer, um dos modeladores dos jogos.
Segundo Antonio Busson, que proferiu a palestra Mercado de Games Independente, desde 2010 o mercado para os chamados jogos indies começou a crescer por causa da saturação das grandes companhias. “As grandes franquias de lançamento de jogos não inovam nos seus produtos, diferentemente dos criadores independentes. E é nessa lacuna que os jogos indie ganham a preferência do público, além disso, os preços são muito mais acessíveis, podendo ser até 10 vezes mais barato”, afirmou.

Mais


A Whalesoft desenvolve jogos independentes e traz em sua bagagem a produção de games para a empresa teatral Cia Cambalhotas. Participa efetivamente do Simpósio Brasileiro de Jogos Eletrônicos (SB Games) e foi uma das principais organizadoras do Global Game Jam em São Luís.

Números


R$ 26 mil em prêmios
37 convidados
32 palestras
27 exposições
4 oficinas
3 competições

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