Arimatéia Azevedo
Governadora Roseana Sarney: o Maranhão pode lucrar com três dos blocos de gás que serão explorados
A aposta
Deu no Globo: a governadora Roseana Sarney (PMDB) está exultante com a licitação da ANP para localizar gás de xisto. O Maranhão pode lucrar com três dos blocos que serão explorados: Pará-Maranhão, Barreirinhas (MA) e Parnaíba (PI).
Olha aí, Wilson Martins: a Roseana incorporou Parnaíba ao Maranhão.
E não vai pagar nada?
Resposta deste blogueiro ao jornalista:
O excelente jornalista do Portal AZ de Teresina (PI) sempre que pode expõe uma compreensível dorzinha de cotovelo com os investimentos que estão chegando ao Maranhão e não estão chegando, pelo menos na mesma proporção, ao Piauí.
Como maranhense eu poderia responder a pergunta feita por ele no mesmo diapasão que ele usou ao perguntar se a governadora Roseana Sarney não vai pagar nada por Parnaíba, a bela cidade litorânea, do igualmente belo, Estado do Piauí. Mas a resposta vem curta e grossa: Não, não vai pagar. Não vai pagar porque o interesse dela e dos maranhenses como ela, não é a cidade de Parnaíba mas a Bacia sedimentar do rio Parnaíba que já nos pertence, da mesma forma que também pertence aos piauienses. Eu poderia como maranhense também responder que pretendemos pagar pela parte piauiense da Bacia do Parnaíba o mesmo que o Piauí pagou ao Maranhão por 75% do Delta das Américas, também conhecido como Delta do Parnaíba, que se localiza na bacia em questão e que o nosso vizinho estado vende turisticamente como se fosse exclusividade dele. Porém acho que não devo responder como maranhense mas como alguém que torce pelo progresso conjunto dos dois estados. O rio Parnaíba não é o rio que separa o Maranhão do Piauí mas o que UNE esses dois estados irmãos. O Maranhão, mesmo possuindo uma porção menor dessa bacia, em contrapartida, tem uma melhor estrutura e incentivos que justificam a preferência dos investidores pelo nosso Estado, fazendo com que eles venham se instalar no lado maranhense. Se dependesse apenas do governo piauiense, que não dá valor ao rico estado que tem nas mãos, esses investidores iriam torcer o nariz para todas essas riquezas. Hidrocarbonetos, sejam eles gás natural ou petróleo, só tem valor quando já estão jorrando fora da superfície, a custo de grandes investimentos em sísmica, mas enquanto estão enterrados a quilômetros da superfície, por mais qualidade que tenham, de nada valem. Porém, para que esses investimentos aconteçam, não basta apenas ter o produto, precisa ter com o que atrair investidores e isso inclui além de logística, investimentos em portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e mão de obra capacitada. Sem a infraestrutura adequada dificilmente o Piauí entrará nos trilhos do desenvolvimento. O governo do Piauí precisa parar de querer botar o carro à frente dos bois e aprender que primeiro se planta, depois se cuida e só então se colhe. Se não se conscientizar disso, o Piauí vai ficar sozinho a ver de longe as chamas sairem das torres de petróleo e gás como debochados avisos em mensagem de fumaça, vai ficar a ver navios (em outros portos) e a ver passar o trem da história do desenvolvimento bem debaixo dos seus olhos, só que nos estados vizinhos.
Como maranhense eu poderia responder a pergunta feita por ele no mesmo diapasão que ele usou ao perguntar se a governadora Roseana Sarney não vai pagar nada por Parnaíba, a bela cidade litorânea, do igualmente belo, Estado do Piauí. Mas a resposta vem curta e grossa: Não, não vai pagar. Não vai pagar porque o interesse dela e dos maranhenses como ela, não é a cidade de Parnaíba mas a Bacia sedimentar do rio Parnaíba que já nos pertence, da mesma forma que também pertence aos piauienses. Eu poderia como maranhense também responder que pretendemos pagar pela parte piauiense da Bacia do Parnaíba o mesmo que o Piauí pagou ao Maranhão por 75% do Delta das Américas, também conhecido como Delta do Parnaíba, que se localiza na bacia em questão e que o nosso vizinho estado vende turisticamente como se fosse exclusividade dele. Porém acho que não devo responder como maranhense mas como alguém que torce pelo progresso conjunto dos dois estados. O rio Parnaíba não é o rio que separa o Maranhão do Piauí mas o que UNE esses dois estados irmãos. O Maranhão, mesmo possuindo uma porção menor dessa bacia, em contrapartida, tem uma melhor estrutura e incentivos que justificam a preferência dos investidores pelo nosso Estado, fazendo com que eles venham se instalar no lado maranhense. Se dependesse apenas do governo piauiense, que não dá valor ao rico estado que tem nas mãos, esses investidores iriam torcer o nariz para todas essas riquezas. Hidrocarbonetos, sejam eles gás natural ou petróleo, só tem valor quando já estão jorrando fora da superfície, a custo de grandes investimentos em sísmica, mas enquanto estão enterrados a quilômetros da superfície, por mais qualidade que tenham, de nada valem. Porém, para que esses investimentos aconteçam, não basta apenas ter o produto, precisa ter com o que atrair investidores e isso inclui além de logística, investimentos em portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e mão de obra capacitada. Sem a infraestrutura adequada dificilmente o Piauí entrará nos trilhos do desenvolvimento. O governo do Piauí precisa parar de querer botar o carro à frente dos bois e aprender que primeiro se planta, depois se cuida e só então se colhe. Se não se conscientizar disso, o Piauí vai ficar sozinho a ver de longe as chamas sairem das torres de petróleo e gás como debochados avisos em mensagem de fumaça, vai ficar a ver navios (em outros portos) e a ver passar o trem da história do desenvolvimento bem debaixo dos seus olhos, só que nos estados vizinhos.
Zeca Maranhão é
Escritor, Tecnólogo em Petróleo e Gás e blogueiro nas horas vagas.
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