Vaticano
Mundo tem 1,1 bilhão de católicos, maioria na Ásia, América Latina e África
Catolicismo sofreu mudanças: em 1910, a Europa tinha 70%
dos católicos; hoje tem 23%
Cidade do Vaticano - Em dois mil anos de história, o mapa-múndi
do catolicismo sofreu mudanças radicais. Mas poucas foram tão dramáticas como a
transformação dos últimos cem anos. Dados do projeto Pew Fórum sobre Religião e
Vida Pública revelam que, se em 1910 a Europa tinha 70% dos católicos do mundo,
hoje tem apenas 23%.
Em números absolutos, a população de católicos no mundo
quadruplicou em um século. Em 1910, eram 291 milhões. Hoje, são 1,1 bilhão.
Mas nem em todas as partes do mundo os dados apontam uma
expansão. A Europa, sede da Santa Sé, e a América do Norte abrigam hoje apenas
32% dos católicos do mundo - menos de um terço. A constatação é de que o
catolicismo é menos eurocêntrico e mais global do que nunca.
Dois terços dos fiéis da Igreja estão agora na América Latina,
África e Ásia. Na América Latina, o número absoluto passou de 70 milhões para
425 milhões de católicos em cem anos, 45% do total. Na Ásia, o número subiu de
14 milhões para 131 milhões. A maior explosão, porém, foi na África. O
continente tinha cerca de 1 milhão de fiéis em 1910 (1% do total mundial). Hoje,
são 171 milhões (16%).
Os dados também apontam para uma mudança importante no ranking
dos principais países católicos do mundo. Em 1910, o maior deles era a França,
com 40 milhões de pessoas, seguido pela Itália com 35 milhões. O Brasil aparecia
em terceiro, com 21 milhões, comparado a 16 milhões na Alemanha e 14 milhões, no
México.
Brasil - Em 2010, o Brasil se consolidou como o maior país
católico do mundo, com 126 milhões de fiéis - ainda que o número proporcional de
católicos no País tenha caído de 96% da população para 65%.
A segunda posição hoje é do México, com 96 milhões, seguido
pelas Filipinas e pelos Estados Unidos, cada um com 75 milhões. Pela primeira
vez, um país africano entrou na lista dos 10 maiores. Na República Democrática
do Congo já há 31 milhões de católicos.
Se a queda na Europa foi acentuada, o instituto de pesquisas
insiste que a queda no número de europeus católicos se estabilizou desde 2005,
quando Joseph Ratzinger foi eleito papa, ainda que em níveis muito baixos do que
era cem anos atrás. Naquele momento, o papa colocou a Europa como sua
prioridade, escolhendo até mesmo o nome de Bento, em uma homenagem ao padroeiro
do Velho Continente.
Ainda assim, os números revelam como a religiosidade está
marginalizada na região. Apenas uma minoria aponta que a fé é ainda importante
em suas vidas.
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