sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fluxo migratório para São Luís aumentou 12,12% em 10 anos

Dados do IBGE mostram que brasileiros de outros estados, principalmente nordestinos e estrangeiros, vieram mais para capital.
Em 10 anos aumentou em 12,12% o fluxo migratório de brasileiros de outros estados do país e estrangeiros para São Luís, segundo o último relatório do Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nordestinos ainda são maioria dos imigrantes que moram na capital, apesar de o número de pessoas que se declararam naturais dessa região com domicílio em São Luís ter diminuído. Em 2000, eram 35.294 nordestinos na cidade; já em 2010, o número era de 33.924.
Segundo o chefe da Unidade Estadual do IBGE no Maranhão, Marcelo Melo, o fluxo migratório para São Luís explica-se, basicamente, pela estagnação econômica dos municípios do interior do Maranhão na época, bem como pelas oportunidades de empregos criadas pela dinamização de alguns setores econômicos na capital maranhense, especialmente a construção civil.
Ao contrário do que aconteceu com os nordestinos, brasileiros naturais de outras regiões do país migraram em maior quantidade para a capital quando comparado ao Censo de uma década atrás. Hoje são 10.690 nortistas, 12.784 pessoas oriundas do Sudeste, 2.053 sulistas e 4.079 informantes que se declararam naturais do Centro-Oeste, representando, respectivamente, um crescimento de 22,15%, 22,47%, 54,01% e 49%. Os estrangeiros em São Luís já são 837, que contabiliza um aumento de 28,1%.
O Censo observou também que piauienses e cearenses são maioria dos imigrantes em São Luís, sendo 14.516 pessoas do estado limítrofe e 9.057 do Ceará. Quanto ao sexo, homens ainda migram mais do que as mulheres para a capital maranhense. A maior proporção está no Sudeste, de onde vieram 7.182 pessoas que participaram da pesquisa. Ao contrário, da Região Norte do país, são as mulheres que chegam em maior volume. Ao todo, são 6.078 da população nortista que mora no município.
A funcionária pública Marisa de Paula Castro, de 38 anos, natural do Ceará e radicada há três anos em São Luís, teve como motivação para fixar residência na capital o emprego. "Fiz o concurso para professora para o Maranhão, porque achei mais fácil a concorrência, o salário e o custo de vida também influenciaram e o fato de já ter parentes aqui também influenciou", afirmou.

Êxodo - O relatório possibilitou também detectar uma migração de maranhenses para outras regiões do país. Em 2010, eles somavam 160.094 somente nos estados da Região Nordeste. Em 2000, eram 149.845. O último Censo também mostrou que o Sudeste continua sendo a região preferida pelos maranhenses para fixar moradia, totalizando 277.074 pessoas que se autodeclaram maranhenses em um dos quatro estados da região mais populosa e rica do país. As mulheres são as que mais optam por essa escolha. Elas já são 149.485 morando na região.
"Esse crescimento se deve principalmente pelo fator econômico. As pessoas continuam acreditando que podem melhorar de vida nesses locais, tendo um emprego que pague melhor. Além disso, muitos vão para estudar, se aperfeiçoar e fazer cursos que geralmente não são oferecidos aqui", explicou o professor de Geografia Carlos Henrique Santos.
Apesar de a região Sudeste ser recordista em receber maranhenses, o estado que soma o maior número de pessoas naturais do estado é o Pará (234.185), seguido por São Paulo (78.858), Goiás (76.608) e Tocantins (67.004). Em 2000, o ranking era iniciado pelo Pará (com 407.764 maranhenses domiciliados no estado), São Paulo (118.586), Tocantins (123.375) e Distrito Federal (98.730).

Perda - Em relação à chamada migração de data-fixa, que investiga o local de residência do indivíduo cinco anos antes do Censo, observou-se que a região Nordeste foi a única que perdeu população. De 2005 a 2010, 1,3 milhão de pessoas deixaram a região, 828 mil dirigindo-se para o Sudeste e 386 mil fazendo o caminho inverso. Os estados que tiveram o maior ganho de população no período, com saldos migratórios positivos, foram São Paulo, Goiás e Santa Catarina. Maranhão e Bahia tiveram as maiores perdas.
Entre os 4,6 milhões de indivíduos que migraram entre as unidades da federação nos cinco anos antes do Censo, 2,4 milhões eram homens e 2,3 milhões, mulheres. A maior parte era formada por adultos de 20 a 29 anos (31,5%). Em seguida, vieram os migrantes que tinham de 30 a 39 anos (19,8%). Em termos gerais, 89% dos migrantes tinham menos de 50 anos e 5% eram idosos, com 60 anos ou mais.

Números


33.924 pessoas de outros estados do Nordeste vivem em São Luís
10.690 nortistas fixaram residência na capital maranhense
12.784 entrevistados disseram ser oriundos do Sudeste do país
2.053 nasceram no Sul e estão radicados na capital do estado

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