quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dilma inaugura hidrelétrica no Maranhão

 

Dilma inaugura a UHE Estreito e destaca importância da obra


Hidrelétrica tem capacidade para gerar 1.087 megawatts de energia; presidente estava acompanhada do senador José Sarney.

Ribamar Cunha
Enviado especial

Estreito - Um dos maiores projetos de geração de energia elétrica do Brasil, a Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito) foi inaugurada ontem pela presidente da República, Dilma Rousseff. A obra, iniciada em 2007, no governo do ex-presidente Lula, custou R$ 5 bilhões e agrega 1.087 megawatts na capacidade instalada de energia elétrica do país. Durante a solenidade, a presidente afirmou que o governo fez grande esforço para estabilizar o setor elétrico e evitar racionamentos de energia no país, destacou a importância dos investimentos em energias renováveis e se disse orgulhosa do Brasil por tais iniciativas.
Dilma Rousseff chegou por volta de 10h15 à usina, onde fez uma visita às instalações do empreendimento, acompanhada do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney, dos ministros Gastão Vieira (Turismo) e Marcelo Crivela (Pesca e Aquicultura), dos governadores do Maranhão em exercício, Washington Luiz, e do Tocantins, Siqueira Campos, e de diretores das empresas que compõe o Consórcio Ceste.
A presidente inaugurou a usina com sete turbinas em funcionamento. A oitava e última deve entrar em operação no próximo mês, consolidando a inserção da energia produzida Sistema Interligado Nacional (SIN) para distribuição ao país por meio de uma linha de transmissão de 500 kV, com 140 km de extensão de Estreito (MA), construída até a Subestação de Imperatriz (MA).
Bastante emocionada com a obra, ela destacou o trabalho e o empenho dos investidores para a concretização do projeto, que começou em 2002 com a licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que encontrou muitas dificuldades para se consolidar. "Foi uma obra realizada por muita teimosia dos investidores, considerando todos os problemas existentes, de ordens ambiental e regulatória e de equação econômico-financeira", ressaltou.
Dilma Rousseff lembrou que a UHE Estreito é resultado da convicção que o Governo Federal tinha de voltar a investir em energia elétrica, um projeto que se inclui nos 86% da matriz energética brasileira que são oriundos da hidroeletricidade. "O Brasil é um dos poucos países com o privilégio de ter como fonte de geração de energia a hidroeletricidade", destacou.
Para a presidente, a hidrelétrica de Estreito prova que é possível obter crescimento e produzir energia, e, ao mesmo tempo, respeitar o meio ambiente. "Vamos continuar crescendo para nos competitivos. E energia elétrica é fator de competitividade", declarou Dilma Rousseff, deixando claro que o governo continuará a investir no setor.

Desenvolvimento - O presidente do grupo GDF Suez Brasil, Maurício Bahar, disse que a UHE Estreito, além de gerar energia limpa, será um fomentador do crescimento econômico do país, mostrando também que é possível conciliar desenvolvimento com meio ambiente. "Agradeço à presidente Dilma Rousseff por essa obra grandiosa", frisou.
Representando o ministro Edison Lobão (que por problemas de saúde não participou do evento de ontem), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ressaltou que a hidrelétrica agregará não somente energia, mas valor às comunidades no seu entorno. Ele também registrou a participação efetiva de Edison Lobão para a construção dessa usina, de 1.087 MW de potência.
Para o presidente do Consórcio Ceste, Carlos Castanho, mais do que apenas uma hidrelétrica geradora de energia, a usina de Estreito se tornou um vetor de desenvolvimento e inclusão social e econômica para a região. "Temos muito orgulho de fazer parte dessa história e inaugurar uma hidrelétrica que vai gerar energia limpa para milhões de brasileiros", ressaltou.

Capacidade é para gerar 1.087 megawatts de energia limpa e renovável



Ceste tem concessão da Aneel para operar a UHE Estreito por um período de 35 anos

A Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito), com capacidade para 1.087 MW, vai gerar energia limpa e renovável para milhões de brasileiros. O empreendimento, que faz parte das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do Governo Federal, foi construído pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste), formado pelas empresas GDF Suez - Tractebel Energia (40,07%), Vale (30%), Alcoa (25,49%) e Intercement (4,44%). O Ceste tem concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para operar a UHE Estreito por um período de 35 anos.
De acordo o Ceste, foram gerados 36 mil empregos diretos e indiretos durante sua fase de construção, desde o início das obras, em 2007. Dos empregos criados, 85% beneficiaram trabalhadores da região de influência do empreendimento, sendo que mais de 4 mil desses profissionais foram qualificados pelo consórcio.
Localizada no Rio Tocantins, na divisa dos estados do Maranhão e Tocantins, a usina abrange os municípios maranhenses de Carolina e Estreito e ainda Aguiarnópolis, Babaçulândia, Barra do Ouro, Darcinópolis, Filadélfia, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante, Palmeiras do Tocantins e Tupiratins, que ficam no estado do Tocantins.

Reservatório - O lago formado pela hidrelétrica ocupa uma área de 400 km². Para a formação do reservatório, foram adquiridas mais de três mil propriedades e remanejadas cerca de 2 mil famílias de proprietários e não proprietários. Parte dessa população vive hoje em reassentamentos construídos pelo Ceste.
Em cinco anos de construção, foram utilizados mais de 50 mil toneladas de aço, o que precisaria de duas mil carretas para transportar todo o material. Já o volume de concreto utilizado na obra foi cerca de um milhão de metros cúbicos.
Dos 250 hectares previstos para serem reflorestados, já foram executados mais de 200 hectares. No total, o Ceste plantou cerca de 300.000 mudas, o equivalente a 1.500 mudas por hectare.
A construção do empreendimento também envolveu ações socioambientais previstas no Plano Básico Ambiental (PBA). Neste processo, foram cumpridos 39 programas sociais e ambientais e estabelecidos 12 termos de compromisso com os municípios na área de influência da usina. Isso representou mais de R$ 600 milhões em investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança pública.

Alumar já está recebendo energia


Com 25,49% de participação na Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), a Alcoa já está utilizando energia produzida pelo empreendimento. Segundo o presidente da Alcoa para a América Latina, Franklin Feder, dos 1.087 MW de potencia, 165MW já estão indo direto para o consumo do Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), em São Luís.
O consumo total de energia da Alumar é de cerca de 700 MW, e sua totalidade era fornecida pela Eletronorte. Com a entrada em operação da UHE Estreito, a Alcoa cortou 165 MW do contrato com a Eletronorte.
Segundo Franklin Feder, a UHE Estreito para a Alcoa representa 70% de autossuficiência na produção de energia limpa e renovável e que este é o compromisso da empresa para com o Brasil, onde está presente na área alumínio, com fábricas em São Luís (MA) e Poços de Caldas (MG).
Sobre a negociação com o Governo Federal para a redução da carga tributária sobre a tarifa de energia elétrica, Franklin Feder, disse que o processo está bem adiantado e que quem irá ganhar com isso é o Brasil. Ele destacou o apoio nessa questão, do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney, do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e da governadora Roseana Sarney.

Empreendimento criou empregos


Ao participar da solenidade de inauguração da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito), o governador em exercício do Maranhão, Washington Luiz, destacou que o empreendimento resultou ao cenário maranhense muito mais que energia, ao propiciar também criação de emprego e renda para a região.
Segundo Washington Luiz, nesses cinco anos de obras, o Consórcio Estreito Energia (Ceste) deixou um legado positivo para o estado, que foi a qualificação de milhares de trabalhadores que, agora, se encontram aptos a atender à demanda por mão de obra que o Maranhão tanto necessita, nesse contexto de uma carteira de mais de R$ 100 bilhões em investimentos.
O governador em exercício lembrou que todo o processo de construção da usina foi bem conduzido, desde o governo do então presidente Lula e que teve continuidade com a presidente Dilma Rousseff, culminando agora com a inauguração da obra. Ele destacou ainda a participação e empenho efetivos da governadora Roseana Sarney para a viabilização do projeto.
Para o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, a
inauguração da usina de Estreito consolida o Maranhão como um estado produtor de energia, especialmente de energia limpa e renovável, impactando positivamente em termos econômicos e ambientais. "Os municípios de Estreito e Carolina também já estão sendo beneficiados com o recebimento de royalties pagos pela usina, recursos que poderão ser utilizados em benefício da população", lembrou.
O secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Maurício Macedo, disse que o Maranhão está ampliando sua matriz energética, com hidrelétrica, gás natural e fonte eólica. "Estamos vivendo uma nova era, de energia renovável", assinalou.

Histórico da obra


Junho 2002 - Licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica, vencida pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste).
Dezembro de 2006 - Obtida licença de instalação do empreendimento.
Fevereiro a maio de 2007 - Ceste e construtoras priorizam a execução dos acessos, a construção de edificações do canteiro, incluindo o prédio da administração, e a instalação das redes de energia elétrica e abastecimento de água, tanto para a obra quanto para os trabalhadores.
Maio a dezembro de 2007 - Construção de ensecadeiras das margens esquerda e direita e escavação das fundações da Casa de Força e do Vertedouro.
Fevereiro de 2008 - Início da concretagem da Casa de Força
Março de 2008 - Início da concretagem do vertedouro
Setembro de 2009 - Desvio do Rio Tocantins
Dezembro de 2009 - Início do esgotamento da água entre as ensecadeiras de montante (acima da linha de barragem) e jusante (abaixo da linha de barragem).
Maio de 2010 - Início da construção da barragem
Novembro de 2010 - Obtida licença e operação do empreendimento
Dezembro de 2010 - Início do enchimento do reservatório
Abril de 2011 - Início da geração comercial de energia da primeira unidade geradora
Outubro de 2012 - Inauguração da usina

Mais


Integram os municípios da área de influência da Usina Hidrelétrica, as cidade de Estreito e Carolina no Maranhão; e Aguiarnópolis, Palmeiras, Babaçulândia, Barra do ouro, Filadélfia, Darcinópolis, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante e Tupirantins em Tocantins.

Números


39 Programas ambientais e sociais foram desenvolvidos pelo Ceste na região
96% Dos equipamentos utilizados na construção da usina são nacionais
8 É o total das unidades geradoras (turbinas) da Usina Hidrelétrica de Estreito

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