Dilma inaugura a UHE Estreito e destaca importância da obra
Hidrelétrica tem capacidade para gerar 1.087 megawatts de energia; presidente estava acompanhada do senador José Sarney.
Ribamar Cunha
Enviado especial
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Estreito - Um dos maiores projetos de geração de energia
elétrica do Brasil, a Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito) foi
inaugurada ontem pela presidente da República, Dilma Rousseff. A obra, iniciada
em 2007, no governo do ex-presidente Lula, custou R$ 5 bilhões e agrega 1.087
megawatts na capacidade instalada de energia elétrica do país. Durante a
solenidade, a presidente afirmou que o governo fez grande esforço para
estabilizar o setor elétrico e evitar racionamentos de energia no país, destacou
a importância dos investimentos em energias renováveis e se disse orgulhosa do
Brasil por tais iniciativas.
Dilma Rousseff chegou por volta de 10h15 à usina, onde fez uma
visita às instalações do empreendimento, acompanhada do presidente do Congresso
Nacional, senador José Sarney, dos ministros Gastão Vieira (Turismo) e Marcelo
Crivela (Pesca e Aquicultura), dos governadores do Maranhão em exercício,
Washington Luiz, e do Tocantins, Siqueira Campos, e de diretores das empresas
que compõe o Consórcio Ceste.
A presidente inaugurou a usina com sete turbinas em
funcionamento. A oitava e última deve entrar em operação no próximo mês,
consolidando a inserção da energia produzida Sistema Interligado Nacional (SIN)
para distribuição ao país por meio de uma linha de transmissão de 500 kV, com
140 km de extensão de Estreito (MA), construída até a Subestação de Imperatriz
(MA).
Bastante emocionada com a obra, ela destacou o trabalho e o
empenho dos investidores para a concretização do projeto, que começou em 2002
com a licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que encontrou
muitas dificuldades para se consolidar. "Foi uma obra realizada por muita
teimosia dos investidores, considerando todos os problemas existentes, de ordens
ambiental e regulatória e de equação econômico-financeira", ressaltou.
Dilma Rousseff lembrou que a UHE Estreito é resultado da
convicção que o Governo Federal tinha de voltar a investir em energia elétrica,
um projeto que se inclui nos 86% da matriz energética brasileira que são
oriundos da hidroeletricidade. "O Brasil é um dos poucos países com o privilégio
de ter como fonte de geração de energia a hidroeletricidade", destacou.
Para a presidente, a hidrelétrica de Estreito prova que é
possível obter crescimento e produzir energia, e, ao mesmo tempo, respeitar o
meio ambiente. "Vamos continuar crescendo para nos competitivos. E energia
elétrica é fator de competitividade", declarou Dilma Rousseff, deixando claro
que o governo continuará a investir no setor.
Desenvolvimento - O presidente do grupo GDF Suez Brasil,
Maurício Bahar, disse que a UHE Estreito, além de gerar energia limpa, será um
fomentador do crescimento econômico do país, mostrando também que é possível
conciliar desenvolvimento com meio ambiente. "Agradeço à presidente Dilma
Rousseff por essa obra grandiosa", frisou.
Representando o ministro Edison Lobão (que por problemas de
saúde não participou do evento de ontem), o secretário-executivo do Ministério
de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ressaltou que a hidrelétrica agregará não
somente energia, mas valor às comunidades no seu entorno. Ele também registrou a
participação efetiva de Edison Lobão para a construção dessa usina, de 1.087 MW
de potência.
Para o presidente do Consórcio Ceste, Carlos Castanho, mais do
que apenas uma hidrelétrica geradora de energia, a usina de Estreito se tornou
um vetor de desenvolvimento e inclusão social e econômica para a região. "Temos
muito orgulho de fazer parte dessa história e inaugurar uma hidrelétrica que vai
gerar energia limpa para milhões de brasileiros", ressaltou.
Capacidade é para gerar 1.087 megawatts de energia limpa e renovável
Ceste tem concessão da Aneel para operar a UHE Estreito por um
período de 35 anos
A Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito), com capacidade
para 1.087 MW, vai gerar energia limpa e renovável para milhões de brasileiros.
O empreendimento, que faz parte das ações do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC 2), do Governo Federal, foi construído pelo Consórcio Estreito
Energia (Ceste), formado pelas empresas GDF Suez - Tractebel Energia (40,07%),
Vale (30%), Alcoa (25,49%) e Intercement (4,44%). O Ceste tem concessão da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para operar a UHE Estreito por um
período de 35 anos.
De acordo o Ceste, foram gerados 36 mil empregos diretos e
indiretos durante sua fase de construção, desde o início das obras, em 2007. Dos
empregos criados, 85% beneficiaram trabalhadores da região de influência do
empreendimento, sendo que mais de 4 mil desses profissionais foram qualificados
pelo consórcio.
Localizada no Rio Tocantins, na divisa dos estados do Maranhão e
Tocantins, a usina abrange os municípios maranhenses de Carolina e Estreito e
ainda Aguiarnópolis, Babaçulândia, Barra do Ouro, Darcinópolis, Filadélfia,
Goiatins, Itapiratins, Palmeirante, Palmeiras do Tocantins e Tupiratins, que
ficam no estado do Tocantins.
Reservatório - O lago formado pela hidrelétrica ocupa uma área
de 400 km². Para a formação do reservatório, foram adquiridas mais de três mil
propriedades e remanejadas cerca de 2 mil famílias de proprietários e não
proprietários. Parte dessa população vive hoje em reassentamentos construídos
pelo Ceste.
Em cinco anos de construção, foram utilizados mais de 50 mil
toneladas de aço, o que precisaria de duas mil carretas para transportar todo o
material. Já o volume de concreto utilizado na obra foi cerca de um milhão de
metros cúbicos.
Dos 250 hectares previstos para serem reflorestados, já foram
executados mais de 200 hectares. No total, o Ceste plantou cerca de 300.000
mudas, o equivalente a 1.500 mudas por hectare.
A construção do empreendimento também envolveu ações
socioambientais previstas no Plano Básico Ambiental (PBA). Neste processo, foram
cumpridos 39 programas sociais e ambientais e estabelecidos 12 termos de
compromisso com os municípios na área de influência da usina. Isso representou
mais de R$ 600 milhões em investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança
pública.
Alumar já está recebendo energia
Com 25,49% de participação na Usina Hidrelétrica de Estreito
(UHE), a Alcoa já está utilizando energia produzida pelo empreendimento. Segundo
o presidente da Alcoa para a América Latina, Franklin Feder, dos 1.087 MW de
potencia, 165MW já estão indo direto para o consumo do Consórcio de Alumínio do
Maranhão (Alumar), em São Luís.
O consumo total de energia da Alumar é de cerca de 700 MW, e sua
totalidade era fornecida pela Eletronorte. Com a entrada em operação da UHE
Estreito, a Alcoa cortou 165 MW do contrato com a Eletronorte.
Segundo Franklin Feder, a UHE Estreito para a Alcoa representa
70% de autossuficiência na produção de energia limpa e renovável e que este é o
compromisso da empresa para com o Brasil, onde está presente na área alumínio,
com fábricas em São Luís (MA) e Poços de Caldas (MG).
Sobre a negociação com o Governo Federal para a redução da carga
tributária sobre a tarifa de energia elétrica, Franklin Feder, disse que o
processo está bem adiantado e que quem irá ganhar com isso é o Brasil. Ele
destacou o apoio nessa questão, do presidente do Congresso Nacional, senador
José Sarney, do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e da governadora
Roseana Sarney.
Empreendimento criou empregos
Ao participar da solenidade de inauguração da Usina Hidrelétrica
de Estreito (UHE Estreito), o governador em exercício do Maranhão, Washington
Luiz, destacou que o empreendimento resultou ao cenário maranhense muito mais
que energia, ao propiciar também criação de emprego e renda para a região.
Segundo Washington Luiz, nesses cinco anos de obras, o Consórcio
Estreito Energia (Ceste) deixou um legado positivo para o estado, que foi a
qualificação de milhares de trabalhadores que, agora, se encontram aptos a
atender à demanda por mão de obra que o Maranhão tanto necessita, nesse contexto
de uma carteira de mais de R$ 100 bilhões em investimentos.
O governador em exercício lembrou que todo o processo de
construção da usina foi bem conduzido, desde o governo do então presidente Lula
e que teve continuidade com a presidente Dilma Rousseff, culminando agora com a
inauguração da obra. Ele destacou ainda a participação e empenho efetivos da
governadora Roseana Sarney para a viabilização do projeto.
Para o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo
Guterres, a
inauguração da usina de Estreito consolida o Maranhão como um
estado produtor de energia, especialmente de energia limpa e renovável,
impactando positivamente em termos econômicos e ambientais. "Os municípios de
Estreito e Carolina também já estão sendo beneficiados com o recebimento de
royalties pagos pela usina, recursos que poderão ser utilizados em benefício da
população", lembrou.
O secretário de Estado de Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
Maurício Macedo, disse que o Maranhão está ampliando sua matriz energética, com
hidrelétrica, gás natural e fonte eólica. "Estamos vivendo uma nova era, de
energia renovável", assinalou.
Histórico da obra
Junho 2002 - Licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica,
vencida pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste).
Dezembro de 2006 - Obtida licença de instalação do
empreendimento.
Fevereiro a maio de 2007 - Ceste e construtoras priorizam a
execução dos acessos, a construção de edificações do canteiro, incluindo o
prédio da administração, e a instalação das redes de energia elétrica e
abastecimento de água, tanto para a obra quanto para os trabalhadores.
Maio a dezembro de 2007 - Construção de ensecadeiras das margens
esquerda e direita e escavação das fundações da Casa de Força e do
Vertedouro.
Fevereiro de 2008 - Início da concretagem da Casa de Força
Março de 2008 - Início da concretagem do vertedouro
Setembro de 2009 - Desvio do Rio Tocantins
Dezembro de 2009 - Início do esgotamento da água entre as
ensecadeiras de montante (acima da linha de barragem) e jusante (abaixo da linha
de barragem).
Maio de 2010 - Início da construção da barragem
Novembro de 2010 - Obtida licença e operação do
empreendimento
Dezembro de 2010 - Início do enchimento do reservatório
Abril de 2011 - Início da geração comercial de energia da
primeira unidade geradora
Outubro de 2012 - Inauguração da usina
Mais
Integram os municípios da área de influência da Usina
Hidrelétrica, as cidade de Estreito e Carolina no Maranhão; e Aguiarnópolis,
Palmeiras, Babaçulândia, Barra do ouro, Filadélfia, Darcinópolis, Goiatins,
Itapiratins, Palmeirante e Tupirantins em Tocantins.
Números
39 Programas ambientais e sociais foram desenvolvidos pelo Ceste
na região
96% Dos equipamentos utilizados na construção da usina são
nacionais
8 É o total das unidades geradoras (turbinas) da Usina
Hidrelétrica de Estreito
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