É o que revela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2011, divulgada na última semana pelo IBGE.
André S. Lisboa
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
A abrangência do serviço de iluminação elétrica no Maranhão
chega a 98,6% das casas, conforme revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) 2011 que foi divulgada na última semana pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado elevado pode ser visto como
um avanço do programa Luz Para Todos, do Governo Federal, em atuação no
Maranhão, que está em plena segunda etapa de andamento, programada para ocorrer
de 2011 a 2014.
O programa busca levar eletricidade a casa de cidadãos que vivem
em áreas de extrema pobreza, em assentamentos da reforma agrária, as minorias
raciais (quilombolas e indígenas), os atingidos por empreendimentos do setor
elétrico e os moradores de áreas que teriam impacto tarifário se não houver a
atuação governamental. No Maranhão, prevê-se o atendimento a 42 mil famílias
rurais, com investimentos de
R$ 444 milhões.
Segundo os dados da pesquisa, a população residente do Maranhão,
se dividida por faixa etária, tem como maior parte crianças e adolescentes de 10
a 14 anos. O grupo tem um indicativo de 11,1%, seguido por adolescentes e jovens
de 15 a 19 anos. Os dados revelam que a população maranhense ainda é muito
jovem, o que se expressa no fato de que 41,1% dos moradores do estado terem
idade entre 0 a 19 anos.
Ficou constatado que o Maranhão é 10º estado mais populoso do
país, com 6.772.000 pessoas, o que corresponde a 3,7% da população brasileira. A
unidade federativa tem a maior população rural de todo o Brasil, com 39,82% de
seu total de habitantes no campo, quando em todo o Brasil a média é de 15,04%.
Os idosos (pessoas com mais de 60 anos) que vivem nas terras maranhenses
representam 10,5%. De toda a população que mora no Maranhão, a PNAD 2011 revela
que 91,9% dela é natural do estado, sendo 8,1% pessoas nasceram fora da
federação.
Educação - Ao analisar a população pela quantidade de anos de
estudo, a PNAD 2011 revelou que a maior parte dos maranhenses não tem sequer um
ano completo de estudo, com indicativo de 34,7%. Em todo o país, a média é de
7,3 anos de estudo, o que mostra que o Maranhão está longe dessa realidade.
Entre as crianças na faixa etária de 7 a 9 anos, 28,6% não eram alfabetizadas.
Se comparado com todo o país, no Maranhão o indicativo está muito abaixo da
média, que é de 11,94%. Em 2001, o analfabetismo entre as crianças nessa faixa
etária era de 43,9%.
Os indivíduos que estudaram de 1 a 3 anos correspondem a 13,5%
dos residentes do estado. As pessoas que estudaram de 4 a 7 anos são 19,1%. Os
estudantes médios – aqueles que estudaram por um período de 8 a 14 anos – chegam
a 29,8%. Aqueles que têm 15 anos de estudo ou mais correspondem a 2,9% de todos
os moradores no estado.
Segundo os dados revelados pela pesquisa do IBGE, os homens –
com mais de 10 anos – ocupados chegam a um percentual de 60,8%. As mulheres
ocupadas que residem no Maranhão são 39,2%. Nacionalmente, a taxa de desocupação
está em queda, se comparada ao ano de 2009, quando existiam no Brasil 8,2% de
desocupados. Atualmente, os desocupados chegam a 6,7%. No estado, são 32,84% os
habitantes ocupados que têm até 3 anos de estudo.
Moradias - A pesquisa ainda revelou que os homens são as
referências na maioria dentro das famílias que têm residências particulares,
somando 61%, enquanto o percentual de mulheres é de 39%. Esses indivíduos, que
conduzem e comandam as famílias, em sua maior parte são pessoas economicamente
ativas, representam 73,8% do dado geral. Aqueles que controlam uma casa e não
trabalham ou geram rendam correspondem a 26,2% dos entrevistados.
A população com mais de 10 anos ativa no estado corresponde a
57,83%, sendo que 3,136 milhões de pessoas estão voltadas para o mercado de
trabalho, quando em 1960 eram apenas 16%.
Renda - Cerca de 745 mil habitantes do Maranhão não têm
rendimento, o que representa um percentual de 25,33%. Apenas 3,19% das pessoas
com mais de 10 anos de idade possuem rendimento acima de cinco salários
mínimos.
“É um dado alarmante, porque mostra como ainda é muito
concentrada a renda no Maranhão e essa diferença é uma das causas da falta de
desenvolvimento de uma região”, comentou o chefe da Superintendência Regional do
IBGE, Marcelo de Melo, ao analisar ainda que, apesar da elevação do rendimento
nominal médio mensal do maranhense (passou de R$ 594,00 em 2009, para R$ 602,00
em 2011), se aplicado à correção monetária para o período – considerando
inflação – será percebida uma queda no rendimento, que seria de R$ 571,00.
A maioria das casas maranhenses particulares tem sistema de
esgoto canalizado, com número de 72,8%. As casas sem canalização no serviço de
abastecimento representam um índice de 27,2% no levantamento do IBGE. O número
não se repete quando o assunto é rede coletora de esgoto, que só está instalado
em 16,6% das moradas no estado.
Quanto à coleta de lixo, apenas 54,1% das residências instaladas
no estado são atendidas pelo serviço, enquanto 2,1% têm acesso a um sistema de
coleta indiretamente. Não há fossas sépticas instaladas nem em metade das casas,
somando somente 35,4%. O esgotamento sanitário só existe em 16,59% dos lares
maranhenses, bem menor que as médias do Nordeste (35,13%) e do Brasil
(54,92%).
Mudanças na realidade da telefonia marcam pesquisa
A internet ainda é um serviço longe da maior parte dos lares
maranhenses. No estado, o computador está em apenas 16,3% das casas e dessas
12,67% têm acesso à rede mundial de computadores. O número é o mais baixo do
país. Apesar disso, houve um crescimento se comparado a 2003, quando eram apenas
2,97% os lares com acesso à web. Atualmente, a média brasileira é de 36,34% e a
do Nordeste alcança o índice de 21,29%.
As residências sem computador são 83,7%, o que mostra que a
informática ainda é uma barreira a ser ultrapassada pelo cidadão maranhense. Em
relação ao acesso aos serviços de telefonia, 72,8% das casas no estado já dispõe
de aparelhos celulares. O que ficou evidente foi a transformação causada pelo
aparelho celular, que está presente em 58% dos lares no Maranhão.
Um dos dados que chamaram mais atenção foi a involução do
indicativo dos lares onde há telefones fixos e convencionais. Atualmente,
conforme apontou a pesquisa, apenas 13,9% dos lares maranhense têm linhas de
telefone fixo convencional, sendo que desses 1,1% não tem aparelho celular e
fixo. As casas sem qualquer tipo de aparelhos de telefone – sejam fixo ou
celular - correspondem a 27,2% em todo o Maranhão.
Quanto ao acesso a bens duráveis ficou esclarecido em números
que 93,5% das casas no estado têm fogão; 59,5% têm filtro de água; 90,4% têm
geladeira; 9,4% têm freezer; 15,7% têm máquina de lavar; 54,8% têm rádio e 93,4%
delas têm televisão. Com base nos dados, a televisão ainda é o meio de
comunicação de maior acesso ao maranhense.
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