quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Representantes do Ministério do Turismo vistoriam praias de São Luís

Representantes do Ministério do Turismo, acompanhados de engenheiros da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema)

Anderson Corrêa
Da equipe de O Estado
 
Representantes do Ministério do Turismo, acompanhados de engenheiros da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), visitaram os pontos críticos de poluição das praias de São Luís na manhã de ontem e diagnosticaram como crítica a situação de balneabilidade na orla.
A visita foi agendada durante reunião realizada na segunda-feira, dia 6, na qual foi discutida a possibilidade de alocar recursos com o Ministério para dar andamento ao projeto de saneamento básico na capital. Engenheiros e representantes do governo estiveram na foz dos rios Calhau, Pimenta e Claro e passaram pela Estação Elevatória de Esgoto Pimenta I, entre as praias do Calhau e Olho d'Água.
Segundo o secretário nacional do Programa de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota, o Ministério está decidido a repassar a verba que complementa o orçamento necessário para a execução das obras de esgotamento sanitário fundamentais na despoluição dos três rios que deságuam na orla ludovicense e, consequentemente, melhorará a balneabilidade, permitindo a volta dos banhistas e do turismo de sol e mar na cidade.
A obra está orçada em R$ 30 milhões e, segundo a Caema, resolveria o problema nas praias da capital, especialmente do Calhau e Olho d'Água. "O Ministério do Turismo fará o primeiro empenho, mas é necessário que o Estado faça a inscrição do projeto para que a gente possa analisá-lo. Disseram que até esta quarta-feira [hoje] vão inscrever", afirmou Fábio Mota.
De acordo com Mota, somente depois do projeto inscrito o Ministério terá como empenhar e passar o recurso para a Caixa Econômica Federal (CEF) para que seja feita a licitação e a Caema comece as obras. "Vamos ajudá-los, mas demos um prazo. Exigimos que elas [as obras] sejam feitas até a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Eles acreditam que em 18 meses conseguem concluí-las", enfatizou o secretário.
Para ele, esse trabalho fará com que o destino São Luís seja mais competitivo, já que a cidade é um dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil. Dados do Ministério apontam um déficit de pelo menos R$ 15 milhões no turismo este ano. Em conversa com presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), João Antônio Barros Filho, Mota percebeu a preocupação da classe com economia do turismo na região. Desde o anúncio dos laudos da Sema sobre a balneabilidade, proprietários de bares, restaurante e da rede hoteleira afirmam que houve uma queda de pelo menos 50% no lucro nos últimos meses.
Projeto - A primeira etapa das obras do projeto executivo que trata do sistema de esgotamento sanitário de São Luís já foi iniciada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Ministério das Cidades, que chegam a R$ 124 milhões. Para a segunda etapa, que engloba a região das praias, foi proposto o convênio com Ministério do Turismo. O projeto trata da coleta, do afastamento e do tratamento dos esgotos da capital, com a construção de elevatórias, estações de tratamento, interceptores e ampliação da rede coletora.
"Esse projeto, se implantado, conseguirá tratar 60% de esgoto de São Luís. Somente nessa primeira fase, que já temos os recursos assegurados, chegaremos a 30% do esgoto tratado. Um avanço para a cidade. Hoje a situação de São Luís é muito desfavorável. Temos apenas 10% do esgoto tratado. Embora desfavorável, ela é superior aos índices do Nordeste, que tem apenas 7,8%", explicou Nelson Lima, coordenador das obras do PAC em São Luís.
Para o secretário adjunto de Recursos Hídricos do Estado, César Carneiro, a possibilidade de o mar ter novamente condições para banho dependerá não somente dessas obras. "Não adianta apenas despoluir os rios. É preciso que haja fiscalização dos órgãos competentes para que não haja novos pontos de lançamento de esgoto, principalmente em função de novas construções imobiliárias. É preciso o envolvimento de diversos órgãos. Não é só a Caema que vai resolver o problema", comentou.

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