Boi de Morros volta a cantar o amor e faz homenagem a Gonçalves Dias Os Poemas do poeta maranhense Gonçalves Dias, os 400 anos de São Luís e o amor fazem parte da mensagem do Boi de Morros para animar os terreiros na festança junina Patrícia Cunha - Patrícia Cunha para O Imparcial | |
Com 36 anos, Boi de Morros volta a cantar o amor. Em 2003, o tema "A paz que brota do amor". Neste ano, cerca de 160 brincantes apresentarão o novo enredo |
O amor é um tema recorrente no Boi de Morros. Em 2003, por exemplo, o grupo apresentou o tema A paz que brota do amor. Neste ano, segundo José Lobato, fundador e amo do boi, a reflexão será muito profunda, pois falará do amor como uma força que vem do criador. O tema estará presente nas toadas, nas indumentárias e no espetáculo como um todo.
"Todo o nosso trabalho vai ser em cima desse tema. Paralelamente a isso vamos homenagear os 400 anos de São Luís invocando poemas de Gonçalves Dias e levando mensagem de amor na dança, no enredo, na encenação. Falamos de um amor maior, do Eros, do ágape, do que está acima de tudo, do amor divino", explica Lobato.
Os poemas de que Lobato fala são I-Juca-Pirama e Canção do Exílio, ambos de Gonçalves Dias. O primeiro é um poema indianista publicado em 1851. É um dos mais famosos poemas Indianistas do Romantismo Brasileiro, considerado por muitos a obra prima do poeta maranhense. O poema relata a história de um guerreiro tupi sobrevivente e fugitivo da destruição na costa que cai aprisionado por uma tribo antropófaga dos Timbiras e que deve ser sacrificado conforme o rito.
Já Canção do Exílio marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira.
Todo esse enredo será mostrado nos arraiais de São Luís e do mundo por um grupo de aproximadamente 160 brincantes utilizando indumentárias riquíssimas desenhadas pelo figurinista Márcio Figueiredo, mas segundo Lobato, confeccionadas pelos próprios brincantes. "Nós fazemos questão que os componentes se envolvam em todo o processo de preparação do grupo", comenta o amo.
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