terça-feira, 27 de março de 2012

Porto do Itaqui pode se tornar um dos 10 maiores do mundo


Ministros discutem melhorias na infraestrutura logística nacional



BRASÍLIA - O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, e o dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reuniram-se para uma análise conjunta dos projetos que estão sendo traçados por seus ministérios: o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) e o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT). O encontro ocorreu na semana passada, em Brasília (DF). Os ministros reconhecem a importância desta parceria no desenvolvimento do trabalho para a melhor integração dos modais logísticos.
Os estudos visam levantar a situação atual e uma visão geral da malha intermodal e assim identificar possíveis gargalos e investimentos, tanto do Governo Federal como da iniciativa privada.
No caso do setor portuário, o PNLP, desenvolvido pela Secretária de Portos (SEP) em parceria com a Universidade de Santa Catarina (UFSC), já concluiu a avaliação de todos os portos nacionais e dos Planos Diretores de 15 principais portos: Itaqui (MA), Rio Grande (RS), Salvador e Aratu, na Bahia, Suape (PE), Mucuripe e Pecém, no Ceará, Vila do Conde e Santarém, no Pará, Itaguaí e Rio de Janeiro, ambos no Rio, Vitória (ES), Itajaí (SC), Paranaguá (PR). O porto de Santos (SP), que faz parte da lista, terá seu plano diretor revisto.
O Plano irá contemplar também um prognóstico (projeções e tendências) para a avaliação de cenários com análises e apresentará o conjunto de proposições de ações de médio e longo prazo. Essas ações permitirão a tomada de decisões fundamentadas em seis principais áreas temáticas: infraestrutura; superestrutura e operações; logística e hinterlândia (área geográfica de influência); economia e finanças; gestão e meio ambiente.
A realização do PNLP é relevante não apenas porque prevê um horizonte de 20 anos e a realização de Master Plans (planos mestres, em tradução livre) ao final do estudo (fase atual), mas também porque irá condensar em um mesmo trabalho 95% das importações e exportações nacionais e cujo crescimento anual tem sido em torno de 10%. Uma das limitações do setor no Brasil país é aliar crescimento com capacidade instalada, além aprimoramento da legislação específica e do modelo de gestão pública.
Como os portos públicos apresentam dificuldades de acesso terrestre, a infraestrutura das rodovias e ferrovias é o que chama atenção no quesito logística. O diagnóstico sugere melhorias no estado de conservação das estradas - principal meio de transporte das cargas brasileiras - e indica que elas operam no limite de suas capacidades. Já as ferrovias têm pouca participação em virtude da falta de terminais especializados.
Itaqui - No Maranhão, técnicos da UFSC e do Porto de Roterdã (Holanda), visitaram a região portuária e colheram informações do setor junto à diretoria da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), na segunda quinzena de agosto de 2010.
A missão técnica previa a visitação aos portos de importância estratégica nacional e também alguns terminais privativos em todo o país.
Na ocasião, o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Emap, Daniel Vinent, explicou que a gestora do Porto do Itaqui contribuiu para o PNLP com dados sobre movimentação de cargas, crescimento da infra-estrutura, melhoria da produtividade, obras de expansão, entre outras informações.
Além de Vinent, participaram da reunião técnica: Ricardo Sproesser, consultor da UFSC; Maurits Van Schuylenburg, gerente de Projetos do Porto de Roterdã; e Gustavo Lago, gerente de Planejamento da Emap.
"O Porto de Roterdã, pela diversidade de operações que realiza, é o responsável pelo suporte técnico ao projeto. Existem vários grupos de trabalho coletando simultaneamente informações como capacidade instalada e aumento da demanda, questões ambientais e gestão portuária", explicou Ricardo Sproesser, na oportunidade.

Movimentação de cargas do Porto do Itaqui deve saltar dos 12,6 milhões de toneladas movimentadas em 2010 para 79,7 milhões de toneladas em 2020 

Estimativa - A projeção de crescimento do Itaqui tem sido divulgada constantemente pela Emap neste ano. O porto pode se tornar um dos 10 maiores do mundo nos próximos anos. A movimentação de cargas deve saltar dos 12,6 milhões de toneladas movimentadas em 2010 para 79,7 milhões de toneladas em 2020 e, assim, alcançar a liderança nacional em granéis sólidos e líquidos.
Atualmente, 50% da movimentação de carga no Itaqui são de derivados de petróleo, o que deve sofrer um incremento de 40% com a entrada em operação de um novo berço, de número 108, cujo processo de construção, no valor de R$ 80 milhões, está sendo conduzido pela Emap.
Até 2030, quando a meta é atingir uma movimentação de 149,7 milhões de toneladas por ano, a previsão é que o Porto do Itaqui acompanhe as tendências globais competitivas entre os portos, esteja alinhado ao desenvolvimento do Maranhão e do país, seja globalizado com prioridades locais e se transforme em um polo industrial e de logística funcionando 24 horas por dia.
O Plano de Negócios da empresa prevê uma nova matriz de carga com ampliação de linha regular de contêiner; a entrada em funcionamento do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no fim de 2013, cujo contrato de construção foi assinado recentemente; e com a introdução de novos produtos como celulose e pellets, da empresa Suzano Papel e Celulose. A descarga de carvão para a MPX e de cobre e níquel para a Vale também influenciarão nesses números.

Números


120 Bilhões de reais devem ser investidos no Maranhão até 2016 - empreendimentos industriais e logísticos.
25,3 Bilhões de reais têm São Luís como destino e impactam direta ou indiretamente na atividade portuária.
600 Milhões de reais estão sendo aplicados diretamente no Porto do Itaqui

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