quinta-feira, 22 de março de 2012

Infraero faz reforma milionária em aeroporto para desativá-lo em seguida


Por Zeca Maranhão

Até seria um grande escândalo em qualquer país sério sem a proteção da impunidade e da vergonhosa discriminação política por parte de uma das instituições mais ineficientes e incompetentes do Brasil, mas como estamos no país da politicagem e da impunidade, este é só mais um entre tantos escândalos que passará em branco considerado como coisa normal para um povo já acostumado a assistir a tudo passivamente e logo será esquecido mesmo.
A bela cidade de Natal (RN) que já conta com um aeroporto razoável, porém defasado, não tanto quanto outros, mas defasado também, o  aeroporto Augusto Severo, merecidamente a capital potiguar vai ter um aeroporto decente por obra e graça da iniciativa privada, tudo porque a Infraero, do alto de sua incompetência, se assumiu incapaz e entregou a primazia da navegabilidade aérea de alguns aeroportos  aos estrangeiros graças à Copa do Mundo. Natal poderá por algum tempo se ver livre da incompetência deles. Reconhecer-se incompetente e entregar os pontos, poderia até ser considerado um ato nobre, não fosse a insistência em continuar desperdiçando o dinheiro do povo brasileiro para provar que continua mandando e desmandando, fazendo e desfazendo, mais desfazendo que fazendo. E fariam pior se não lhes faltasse competência até para isto.

O  aeroporto Augusto Severo de Natal está ganhando uma reforma monumental, sem a ousadia de fechá-lo nem por um segundo, é claro, mas que  será desativado ou  demolido  logo após o término das obras ou talvez com muita sorte, poderá ser utilizado eventualmente pelos militares. Isso mesmo, ele será desativado daqui a dois anos já que o aeroporto de São Gonçalo do Amarante é que será o aeroporto oficial da cidade para a Copa e depois dela.

Vídeo de como ficará o aeroporto de Natal que será demolido ou desativado daqui a dois anos

Reforma e ampliação do Aeroporto Augusto Severo em Natal a todo vapor

O novo aeroporto de Natal que está sendo construído pela iniciativa privada


Enquanto isso a pobre São Luís, pobre menina rica, tem que se contentar com o velho e ordinário aeroporto que padece há um ano com uma obra de reparos no teto e muito bla-bla-bla além do deboche de dizer  que São Luís  terá um dos aeroportos mais bonitos do Brasil http://gilbertoleda.com.br/2012/03/05/diretor-da-infraero-diz-que-aeroporto-de-slz-sera-um-dos-mais-bonitos/ quando tirarem as goteiras, enquanto que as empresas nacionais, as multinacionais instaladas na capital, os turistas, os passageiros em geral que vêm a São Luís, a quarta maior e mais rica  metrópole do Nordeste, principal portão de entrada de um dos mais cobiçados focos de interesse turístico do país, os Lençóis Maranhenses, tem que se contentar com barracas improvisadas e quando pronto, ficará assim mesmo por outros longos anos, pelo menos enquanto a politicagem mandar no país. Isso mesmo que você imaginou, a barraca provisória de lona não sairá mais lá, ela será o nosso puxadinho. Estão fazendo reparos no teto mas quem vai reparar o estrago na autoestima dos maranhenses já tão em baixa?

Aerotenda Marechal Cunha Machado fadado a ser o eterno aeroporto de São Luís 

O adiamento pela quarta vez do término das obras sem qualquer explicação por parte da Infraero já era esperado por todos, bastando para isso lembrar que eles foram rápidos e eficientes em interditar o nosso aeroporto e de imediato retiraram o status de internacional, coisa que não nos fez qualquer diferença ou falta, já que era só mesmo status com o intuito de cobrar tarifas mais caras, efetivamente voos regulares internacionais nos céus de São Luís, só mesmo os que passam em altitude de cruzeiro provenientes de capitais respeitadas para outra cidade igualmente respeitada, o que não é o caso de São Luís e seus governantes. O fato de não retornarem o status de internacional agora no mês de março, já era um indício de que não teríamos o nosso aeroporto de volta tão cedo.


Aeroporto --- Movimento 2011 --- Crescimento % em 2011 

1º. São Paulo-Cumbica (SP) --- 29.964.108___11,60%
2º. São Paulo-Congonhas (SP) --- 16.753.567___8,09%
3º. Brasília (DF) --- 15.398.737___7,33%
4º. Rio de Janeiro-Galeão (RJ) --- 14.926.615___20,98%
5º. Belo Horizonte-Confins (MG) --- 9.359.033___28,89%
6º. Rio de Janeiro-Santos Dumont (RJ) --- 8.522.225___8,94%
7º. Salvador (BA) --- 8.310.651 --- 7.696.307 --- 7,98%
8º. Porto Alegre (RS) --- 7.836.074___17,37%
9º. Campinas-Viracopos (SP) --- 7.542.239___38,90%
10º. Curitiba (PR) --- 6.964.581___20,61%
11º. Recife (PE) --- 6.360.868___6,74%
12º. Fortaleza (CE) --- 5.646.996___11,32%
13º. Vitória (ES) --- 3.181.108___20,28%
14º. Florianópolis (SC) --- 3.121.936___16,83%
15º. Manaus (AM) --- 3.016.921___12,21%
16º. Belém (PA) --- 2.994.551___14,93%
17º. Goiânia (GO) --- 2.783.717___18,52%
18º. Natal (RN) --- 2.580.990___6,84%
19º. Cuiabá (MT) --- 2.551.120___19,53%
20º. São Luís (MA) --- 1.844.334___33,73%
21º. Foz do Iguaçu (PR) --- 1.691.392___46,36%
22º. Maceió (AL) --- 1.543.149___7,78%
23º. Campo Grande (MS) --- 1.514.185___25,27%
24º. Itajaí-Navegantes (SC) --- 1.156.859___35,70%
25º. João Pessoa (PB) --- 1.144.256___23,56%
26º. Ribeirão Preto (SP) --- 1.114.415___64,42%
27º. Aracaju (SE) --- 1.093.143___16,24%
28º. Teresina (PI) --- 1.074.921___34,71%
29º. Porto Velho (RO) --- 983.812___37,23%
30º. Londrina (PR) --- 961.902___31,33%
31º. Uberlândia (MG) --- 907.169___18,52%
32º. Belo Horizonte-Pampulha (MG) --- 793.484___4,72%
33º. São José do Rio Preto (SP) --- 669.290___57,58%
34º. Maringá (PR) --- 666.957___33,93%
35º. Macapá (AP) --- 560.469___3,40%
36º. Ilhéus (BA) --- 513.095___24,36%
37º. Palmas (TO) --- 503.408___29,34%
38º. Joinville (SC) --- 484.742___67,64%
39º. Santarém (PA) --- 461.212___13,85%
40º. Macaé (RJ) --- 454.959___10,93%
41º. Rio Branco (AC) --- 393.744___10,63%
42º. São Paulo-Campo de Marte (SP) --- 388.112___7,22%
43º. Petrolina (PE) --- 372.056___46,39%
44º. Juazeiro do Norte (CE) --- 342.958___40,11%
45º. Boa Vista (RR) --- 341.885___41,04%
46º. Marabá (PA) --- 322.388___32,99%
47º. Presidente Prudente (SP) --- 259.190___21,63%
48º. Imperatriz (MA) --- 240.156___2,50%
49º. São José dos Campos (SP) --- 236.084___180,46%
50º. Montes Claros (MG) --- 224.660___85,45%


Comparativo do  números de pousos e decolagens de 3 aeroportos de capitais nordestinas que demonstram que não se justifica tal discriminação com São Luís

Maceió 36
São Luís 64
Natal 70

Aeroportos construídos entre 1994-2002:

1- Aeroporto Internacional Afonso Pena, Curitiba, 1996. Terminal novo e moderno  capacidade quando construído 3.500.000.

2- Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre, 2001. Terminal novo e moderno - capacidade quando construído 4.000.000.

3- Aeroporto Pinto Martins, Fortaleza, 1998. Terminal novo e moderno - capacidade quando construído 2.500.000.

4- Aeroporto Internacional de Salvador, 2001. Terminal novo e moderno - capacidade quando inaugurado 6.000.000.

5- Aeroporto Internacional Augusto Severo, 2000. Terminal novo e moderno - capacidade quando inaugurado 1.500.000.

6- Aeroporto de Palmas (TO), 2001. Sítio aeroportuário novo - terminal, pistas, etc - capacidade quando inaugurado 370.000.

7- Aeroporto Internacional Marechal Rondon, Cuiabá, 2000. Terminal novo - capacidade quando construído 580.000

8- Aeroporto Internacional de Porto Velho, 2002. Terminal novo - capacidade quando inaugurado 920.000

9- Aeroporto Internacional de Rio Branco, 1999. Sítio aeroportuário novo - capacidade quando inaugurado 320.000

10- Aeroporto Internacional de São Luís, 1998. Novo terminal - capacidade quando inaugurado 1.000.000. Fechou 2011 com quase 2 milhões de passageiros

11- Aeroporto Val de Cans, Belém, 2001. Novo terminal - capacidade quando inaugurado 2.700.000.

12- Aeroporto de Londrina, 2000. Novo terminal - capacidade quando inaugurado 800.000.

13- Aeroporto Internacional dos Guararapes, Recife, construção iniciada em 2000. Novo e moderno terminal, inaugurado em 2006 e já está cheio de goteiras

14- Aeroporto Internacional Tom Jobim TPS 2, Rio de Janeiro, 1999. Capacidade do terminal 8.000.000.

15- Aeroporto Internacional de Aracajú, 1998. Terminal novo. Capacidade quando inaugurado 1.000.000.

Dados retirados do site da Infraero com a ajuda do pessoal do SSC.


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