sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Raízen projeta investimentos em estrutura portuária no Maranhão




SÃO PAULO - A Raízen, empresa originada de uma joint venture entre a Cosan e a Shell, informou que vai investir cerca de R$ 600 milhões até abril de 2013 para melhorar sua infraestrutura logística no transporte de combustível no país e exterior. Leonardo Gadotti Filho, vice-presidente de logística, distribuição e trading do grupo, declarou que há projetos que incluem investimentos em novos terminais, tancagem e exploração de melhor escoamento de líquidos por ferrovias e hidrovia.
Os projetos do grupo focam a região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), onde a fronteira agrícola para cana-de-açúcar começou a ser explorada e se consolida como importante atividade de negócios. "Temos uma base em Itaqui [no Maranhão], mas vamos avançar os investimentos, com um terminal de derivados, etanol e tancagem. Hoje, chegamos com o produto por navio, via cabotagem, e recebemos etanol por caminhão. No futuro, queremos receber esse etanol por vagão, num modal mais eficiente, via Norte-Sul e suprir Palmas [TO], que hoje é caminhão, por vagão. Em um segundo momento, vamos exportar por Itaqui, que é uma grande porta de saída, não só para etanol. Através da ferrovia, conseguiremos transportar etanol para Itaqui e dali poderemos embarcar para os Estados Unidos, só com dois terços do frete que você pagaria [por Santos]", informou Gadotti Filho, de acordo com sites especializados no setor logístico e portuário.
Segundo Gadotti Filho, a Raízen também visa oportunidades de expansão de transporte de combustíveis em locais onde a Petrobras está planejando novas refinarias. "Estamos olhando com lupa os portos de Suape [PE], Pecém [CE] e Bacabeira [MA]", afirmou. "No Maranhão, por exemplo, podemos trazer diesel por vagão e retornar com etanol, seja para exportação, ou cabotagem, para abastecer a região do Amazonas. Fazemos isso hoje por caminhão até Porto Velho", ressaltou.
Perspectiva - A atual infraestrutura para o escoamento de combustíveis no país é ineficiente, segundo Gadotti Filho. "Hoje, o etanol sai de caminhão do interior de Goiás [onde a Raízen tem usinas] e vai até Santos. São mais de mil caminhões que chegam a carregar um navio, por exemplo", disse. Segundo ele, a Raízen quer mudar esse cenário. "Itaqui é uma alternativa para o médio prazo para exportar. E quando tivermos um mercado mais aberto para hidrocarbonetos, vamos passar a importar”, declarou.
Em Tocantins, o grupo vai investir em um terminal e um centro coletor de etanol, que não será necessariamente produzido só pela Raízen. O grupo vai funcionar como originador e levar produtos terceiros. Atualmente, a Bunge, que é produtora de etanol no estado, utiliza a malha da Norte-Sul, com contrato de longo prazo com a Vale. "Vamos ter as duas pontas, levando o produto para o interior e retornando com etanol e biodiesel, a chamada logística reversa." Os aportes nos dois estados devem ficar em cerca de R$ 150 milhões.
Os planos da companhia também incluem explorar o transporte fluvial. "Estamos analisando. Atualmente, contratamos esse serviço na bacia do Amazonas, para suprir Santarém e Porto Velho (PA) e Manaus (AM). Saímos de Belém (PA) para Manaus por barcas. A meta é não terceirizar mais e sim ter nossa própria infraestrutura", afirmou Gadotti Filho.

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A Raízen movimenta de 21 bilhões a 22 bilhões de litros de combustíveis por ano, dos quais o etanol responde por 9%, gasolina 33%, diesel 44% e outros, que inclui querosene de aviação, 15%. Nas regiões Norte e Nordeste do país, disputa mercado de distribuição com o Ultra, controladora da Ipiranga. No ano passado, o grupo deu início a um programa de modernização e ampliação de seus 53 terminais. A Raízen reativou quatro pontos de distribuição na região Centro-Oeste, apostando na demanda nas regiões de Cuiabá, Alto Taquari e Rondonópolis (MT) e Campo Grande (MS).

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