domingo, 24 de julho de 2011

Arrecadação de ICMS cresce nos municípios de Bacabeira e Rosário


Arrecadação de ICMS cresce nos municípios de Bacabeira e Rosário


A economia da cidade de Bacabeira já está sendo impactada positivamente com os grandes investimentos na região, a exemplo das obras de instalação da Refinaria Premium I, da Petrobras. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do município saltou de R$ 2.429.959 em 2009 para R$ 5.506.117,54 em 2010. A taxa de crescimento foi de 126%, muito acima da estadual, que foi de 17,32%.
Somente no primeiro semestre deste ano, a arrecadação de ICMS em Bacabeira alcançou R$ 2.823.545. Segundo a Sefaz, as empresas do setor de cerâmica, mineração (areia e pedra) e siderúrgica estão entre os maiores contribuintes de Bacabeira, na atualidade.
Na zona de influência da Refinaria Premium, a cidade de Rosário também registra crescimento de ICMS. Em 2009, a arrecadação do município chegou a R$ 3.640.509, subindo em 2010 para R$ 4.129.455 - a taxa de crescimento foi de 12,8%. Nos seis primeiros meses deste ano, a arrecadação de Rosário ficou em R$ 1.524.008.
A tendência é de que esse bom momento para a economia de Bacabeira e Rosário se intensifique ainda mais a partir deste segundo semestre, com a retomada das obras de terraplanagem da refinaria, gerando mais oportunidade de negócios, emprego e renda e arrecadação de impostos. O prazo previsto para a conclusão dessa etapa é janeiro de 2012.
A construção da refinaria está orçada em cerca de US$ 19,8 bilhões. O empreendimento, considerado o maior das Américas, quando entrar em operação irá processar 600 mil barris/dia de petróleo. A operação da primeira etapa da refinaria está prevista para o fim de 2014.
Além da refinaria, as obras da Vale na duplicação da Estrada de Ferro de Carajás (EFC) e da Aurizônia Empreendimentos na construção de um porto às margens do Rio Mearim, em Bacabeira, também deverão contribuir para elevar o crescimento econômico da região. O investimento no porto, estimado em R$ 4,5 bilhões, vai criar 3.500 empregos, entre diretos e indiretos na fase de instalação.
Os investimentos industriais na região estão se refletindo também no crescimento dos setores de comércio e serviços, com a criação de empresas locais e filiais oriundas de outros estados. Levantamento da Junta Comercial do Maranhão (Jucema) revela que em Bacabeira, no ano de 2008, foram constituídas apenas cinco empresas. Em 2009 esse número passou para 22, chegando a 45 novos estabelecimentos em 2010. A variação entre 2009 e 2010 foi de 104,5%.
Já em Rosário, de acordo com a Jucema, o número de empresas constituídas foi maior em 2010, chegando a 91 - 71,2% em relação ao ano de 2009, quando foram constituídos 53 empreendimentos. Agora em 2011 já foram constituídas 37 empresas. Entre 2009 e 2011 foram abertas 197 empresas no município.
Ao avaliar os ganhos das obras em Bacabeira, o secretário de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Maurício Macedo, lembra que a Refinaria Premium I será a maior das Américas e que, geralmente, um empreendimento atrai outros. Portanto, Bacabeira e municípios do entorno tendem a crescer com benefícios significativos nos setores de comércio e serviços.
"Além dos empregos gerados, há uma demanda grande por produtos e serviços como hospedagem e alimentação, por exemplo, que costumam ser adquiridos no próprio município e cidades vizinhas. Portanto, são reflexos positivos da refinaria em várias frentes", observa o secretário.

Investimentos oportunizam mais empreendedorismo


Investimentos oportunizam mais empreendedorismo


O bom momento vivido pelas economias de Bacabeira e Rosário, como reflexo dos investimentos no estado, tem motivado o empreendedorismo na região, em diversas áreas do setor de comércio e serviços, tais como pousadas e hotéis, restaurantes, panificadoras, representação comercial, lava-jatos, entre outras atividades.
O empresário Joel Aquino tem motivos para comemorar. O restaurante Serv-Bem, de sua propriedade, que começou há 12 anos como lanchonete em Bacabeira, triplicou o movimento. A estrutura atual do empreendimento, com capacidade para mais de 120 pessoas, segundo ele mesmo admite, já está pequena para atender à demanda de clientes, entre eles o consórcio GSF, responsável pela obra de terraplanagem da refinaria.
"Quando montei o restaurante, a estrutura era grande para a realidade de Bacabeira. Depois, quando surgiu a informação de que a refinaria de petróleo viria para cá, ampliei o restaurante à espera do aumento do número de pessoas que teria na cidade. Mas confesso que não esperava que o momento cresceria tanto como agora", revelou o empresário.
Além do espaço físico, o número de funcionários do restaurante também aumentou, para 22 pessoas, divididas em dois turnos. A dificuldade, no momento, de acordo com o empresário, é encontrar fornecedores para abastecer o restaurante. Os produtos geralmente são comprados em São Luís.
Em Rosário, município vizinho à Bacabeira, a situação não é diferente. As pousadas e hotéis da cidade vivem sempre lotados, a maioria alugada para as empreiteiras. Os lava-jatos estão com bastante demanda. O setor imobiliário é outro que cresce. Entre 2010 e este ano, já foram construídas pelo menos 300 quitinetes.
Surgem também pequenos negócios, como uma panificadora aberta pelo empresário Luis Orlando Aquino, construída há seis meses na praça da igreja matriz de Rosário. "Rosário é passagem de turistas que vão à cidade de Barreirinhas. Então, já há um certo movimento por aqui desse fluxo", observou o empresário. "Confesso que investi nesta padaria, sim, pensando no momento ocasionado pela construção da refinaria de petróleo no município aqui ao lado. E o movimento vai muito bem. Acredito que este empreendimento será bom para todo mundo, tanto para a geração de emprego como para o comércio da região", disse Luís Orlando.
A representante comercial Antônia Pinho, que trabalha com a linha geral de produtos para conveniências e supermercados, mudou-se para Rosário há pouco mais de um ano. Natural do Piauí, a representante trabalhou em Bacabal e Caxias. "Vim para Rosário pela possibilidade de crescimento do mercado da região por causa da refinaria de petróleo. Na época, havia muita especulação, mas hoje muita coisa mudou", contou. Ela não esconde o entusiasmo com as vendas no comércio no município. "Antes, eu atendia de Santa Rita à Rosário. Hoje, consigo o dobro de vendas sem sair de Rosário", comemorou.
Natural de Rosário, Janio Araújo também está muito entusiasmado com o bom momento da economia de sua cidade. Ele conta que começou a trabalhar há quatro anos como cobrador de uma loja, ganhando apenas R$ 150 por mês. Atualmente, ele é representante comercial e diz que agora, os tempos em Rosário são outros. "Quase todos os meus amigos hoje estão trabalhando de alguma forma, seja na obra da refinaria, diretamente ou não. Acredito que esta obra gera muito emprego, mas a quantidade de empregos indiretos é bem maior", avaliou.

Nenhum comentário: