Jock Dean
Da equipe de O Estado
O acúmulo de sedimentos e matéria orgânica e a falta de tratamento adequado têm causado a poluição da Lagoa da Jansen. Para reverter esse processo, desde o começo desta semana está sendo realizado um estudo de viabilidade técnica para a implantação da tecnologia sustentável EM. A empresa Ambiem LTDA, responsável pela tecnologia no Brasil e pelo estudo realizado em São Luís, apresentará uma proposta à Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) que, se aprovada, revitalizará a área da lagoa em um prazo de 2 anos.
Segundo a análise prévia realizada pela Ambiem, a poluição da Lagoa da Jansen é provocada pelo acúmulo de sedimentos, que formam lodo no solo sob o espelho d´água, e matéria orgânica, que causa o mau cheiro característico do local. "Se não for tratada, com o tempo, as algas irão se multiplicar e impedirão a passagem da luz solar através da superfície da água, com isso o sistema passará por um processo chamado eutrofização e outras plantas aquáticas se multiplicarão pela área da Lagoa, que se tornará um pântano, pois o volume de água irá secar", Cid Simões, diretor-executivo da Ambiem.
A EM é uma tecnologia probiótica e natural que foi desenvolvida há 25 anos no Japão e é composta por organismos benéficos e altamente eficientes que não são nocivos, nem patógenos, nem geneticamente modificados ou quimicamente sintetizados. "Os microorganismos utilizados pertencem a três grupos bem conhecidos por nós. As bactérias ácido-láticas, usadas na elaboração de iogurte e queijos; leveduras, usadas para pães, cervejas e vinhos; e bactérias fotossintéticas, presentes nas algas verdes, ou seja, são as mesmas que já consumimos diariamente, portanto é algo altamente seguro", afirmou Cid Simões.
Os microorganismos eficazes, por meio de um processo de fermentação benéfico, aceleram a decomposição natural dos compostos orgânicos, produzindo substâncias bioativas e suprimindo os microorganismos nocivos que promovem a putrefação e a produção de gases nocivos que contaminam a água e produz maus odores. "Com a aplicação de EM, é possível restaurar o equilíbrio natural do sistema aquático, trazendo consigo, efeitos benéficos e sustentáveis", explicou Cid Simões.
Usa-se um litro de EM Ativado, um dos produtos desenvolvidos pela tecnologia, para cada mil litros de água a ser tratada. Depois da aplicação, é necessário esperar de 1 a 6 meses para avaliar os resultados. Uma vez alcançados os resultados esperados, há a necessidade de dar manutenção ao sistema aplicando-se mensalmente um litro do produto para cada 10 mil litros de água. "No caso da Lagoa da Jansen, os primeiros resultados serão observados em três meses e em dois anos ela estará totalmente despoluída", garantiu Carlos Sampaio, chefe de gabinete da Secid.
Um dos pontos positivos da tecnologia é que ela possui efeito permanente, pois é feita obedecendo aos processos naturais do ecossistema.
A Ambiem já iniciou os estudos técnicos para aplicação da tecnologia na Lagoa da Jansen e deve entregar ainda este mês a proposta de despoluição da área. A comunidade adjacente e Universidade Federal do Maranhão (UFMA) deverão ser parceiras do Governo do Estado no processo de revitalização da área.
Mais
Atualmente, o EM é usado em mais de 100 países e existem 54 fábricas ao redor do mundo, incluindo uma no Brasil, onde a tecnologia chegou há 2 anos. No país, a Lagoa da Pampulha, em Minas Gerais, há 8 meses, está sendo tratada com o uso da tecnologia. No mundo, o Rio Nilo, no Egito, foi um dos tratados com a técnica. O processo durou 3 anos.
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