Lobão e Pedro Novais vão compor ministério de Dilma. Bons ventos sopram pros lados de cá
BRASÍLIA - A presidente eleita Dilma Rousseff definiu ontem a indicação dos cinco nomes do PMDB para o futuro Ministério. O senador Garibaldi Alves (RN) foi o escolhido para Previdência; o ex-governador Moreira Franco para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), e o deputado maranhense Pedro Novais, um dos mais fieis aliados do senador José Sarney (PMDB), para o Ministério do Turismo. Agora, Sarney tem dois aliados no primeiro escalão do futuro governo, já que o senador Edison Lobão já estava confirmado para o Ministério de Minas e Energia. O quinto escolhido do PMDB é o atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que será mantido na função. Até o início da noite, Garibaldi era o único que não tinha recebido o convite oficial de Dilma.
Nos bastidores, a cúpula peemedebista explicitou insatisfação com a solução apresentada por Dilma, mas disse que não brigaria mais por espaço. Dirigentes do partido reclamaram da redução de espaço no novo governo - perderam pastas fortes e importantes, como Saúde, Integração Nacional e Comunicações.
Com a solução do PMDB, Dilma deve anunciar até o fim desta semana uma parcela significativa do seu primeiro escalão, inclusive com os nomes do PSB, PP, PR e PCdoB. Dos 37 atuais ministérios, a presidente eleita já tem nomes - confirmados ou não - para 24 ou 25.
"Como o processo ficou aberto, era importante concluir as indicações para não expor o partido e a presidente Dilma. Era importante ter uma solução. Fizemos um esforço para construir essa solução", disse o líder do PMDB, senador Renan Calheiros.
Dificuldades - O exemplo da dificuldade para fechar os ministérios do PMDB ocorreu com a indicação de Garibaldi Alves para a Previdência. No dia anterior, o nome sugerido por Dilma tinha sido do senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM), como uma forma de evitar o veto para a indicação do senador Alfredo Nascimento (PR-AM) para o Ministério dos Transportes. Os dois amazonenses são inimigos políticos.
Com a resistência de Braga, o partido estava sem nome. Foi quando Garibaldi disse que aceitaria ficar com a Previdência. O nome foi encaminhado por Temer e Renan ao deputado Antonio Palocci (PT-SP), futuro chefe da Casa Civil.
Dilma vai se concentrar hoje na definição das três pastas do PSB, durante encontro, na Granja do Torto, com o governador Eduardo Campos (PE), presidente da legenda. Ela ofereceu para os socialistas o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria Nacional de Portos, além do futuro Ministério das Micro e Pequenas Empresas para o senador Antonio Carlos Valladares (PSB). Ela o quer no governo para abrir a vaga de senador para o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Para Integração Nacional, Eduardo Campos deve indicar o ex-prefeito de Petrolina (PE) Fernando Bezerra Coelho. Já para os Portos, a indicação será do governador Cid Gomes (PSB-CE). Hoje, o titular da pasta é o ministro Pedro Brito, afilhado do deputado Ciro Gomes (PSB-CE).
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