Com o nível dos reservatórios em baixa no Nordeste, a Usina Termoelétrica Gera Maranhão (UTE Gera), instalada no município de Miranda Norte, poderá ser acionada pela primeira vez desde a sua inauguração em maio deste ano, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A expectativa era de que a produção de energia elétrica pela usina ocorresse já no início de novembro, mas o ONS resolveu aguardar mais um pouco a ocorrência de chuvas.
O diretor-geral da Gera Maranhão (UTE Gera), Alcio Adler, disse que a usina está pronta para atender qualquer demanda por parte do ONS. “Estamos com a usina pronta, em toda a sua capacidade de produção”, garantiu.
Em fevereiro deste ano, antes de sua inauguração oficial, a UTE Gera Maranhão foi acionada durante um fim de semana para atender demanda de energia elétrica da Eletronorte, que precisou fazer manutenção em linha de transmissão que abastece São Luís. Desde então, não mais operou.
A UTE Gera Maranhão, que é resultado de investimento de R$ 560 milhões por parte do consórcio formado pelas empresas Servitec, Ligna, Equatorial Energia e Fipe Brasil Energia, está instalada em uma área de 88 hectares, dos quais 35 de reserva ambiental, em Miranda do Norte, distante 129 km da capital.
O complexo termoelétrico, com capacidade para gerar 330 MW de energia elétrica, construído pela empresa filandesa Wartsila Oy, é formado por duas plantas gêmeas - Geramar I e Geramar II -, cada uma com 19 grupos geradores, o suficiente para suprir toda a Ilha de São Luís.
Quando estiver em operação, o acionamento dos grupos geradores demandará 1.700 toneladas/dia de óleo combustível. As plantas Geramar I e Geramar II dispõem de capacidade de tancagem de 11.400 toneladas de óleo pesado (B1), que, de acordo com a UTE, é de baixo teor de enxofre.
O óleo combustível, principal insumo da UTE Gera para a geração de energia, será adquirido de várias refinarias no país e chegará ao Maranhão de navio até o Porto do Itaqui, de onde seguirá de caminhão até a usina.
A usina em Miranda do Norte foi resultado do 4º Leilão de Novas Energias, realizado em 2007, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do qual participou a Servitec. Logo depois o grupo se associou a outras empresas para construir o empreendimento.
No leilão, a UTE Gera ganhou o direito de vender energia por um período de 15 anos para 36 distribuidoras espalhadas pelo país, inclusive para a Companhia Energética do Maranhão (Cemar).
Proprietárias da Gera Maranhão:
Equatorial Energia S/A (25%) – Holding com atuação no setor elétrico e presença no estado, onde, além da Gera Maranhão, detém o controle acionário da Cemar, e no Rio de Janeiro, mediante participação acionária na Light.
FIP Brasil Energia (25%) – Fundo de Investimento em participações iniciado em 2004, com gestão do BTG Pactual, que também é cotista, o FIP Brasil Energia reúne investimentos de grandes fundos de pensão, do BNDES e do Banco do Brasil Investimentos (BBI). Entre os cotistas estão Petros (Petrobras), Funcef (Caixa), Real Grandeza (Furnas), Fapes (BNDES), Infraprev (Infraero) e Banesprev (Banespa).
GNP S/A (50%) – Holding com atuação no setor elétrico que é controlada pelos grupos empresariais Servitec, com atuação em vários estados do país desde 1969 com serviços de engenharia e energia e que, além da Gera Maranhão, participa do controle acionário da Gera Amazonas (Manaus) e Bons Ventos (Ceará); e Ligna, conglomerado empresarial que atualmente investe nas atividades varejista (Leo Madeiras e Leroy Merlin), imobiliária (Novo Espaço), energética (Bons Ventos e Gera Maranhão) e industrial (Duratex).
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