sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Imprensa que Censura a Imprensa


Folha, Estadão, Veja e Globo defendem seus próprios umbigos

Se tem um setor que sai desgastado caso Dilma Rousseff vença as eleições de domingo é a grande mídia paulista e carioca, mais precisamente a Folha, Globo, Estadão e Veja.

Por que a ofensiva desses meios contra Lula e a candidata petista? Será porque ela no governo deverá acabar com a liberdade de imprensa, além de ser uma ameaça a democracia?.
É importante afirmar que a liberdade de imprensa é sagrada e benéfica a democracia. Assim como algumas poucas empresas não devem mais dominar sozinhas a comunicação no Brasil, nenhum governo eleito democraticamente pelo povo tem o direito de calar denúncias, pressionar e chantagear para que delitos cometidos pelo administrador público de plantão seja abafado e jogado debaixo do tapete.

Qualquer país civilizado do mundo seja da Europa ou os Estados Unidos, a sociedade dispõe de leis que garantem a democratização da mídia. Principalmente o que diz respeito a propriedade que não deve ser concentrada e a produção cultural ser plural, diversificada e mais acessível ao povo e suas organizações.

A maior parte da mídia do sudeste é contra um marco regulatório da comunicação que garante a concorrência, a competição, a inovação tecnológica, o atendimento aos direitos da sociedade à informação.
No Brasil a maior parte da mídia é concentrada no sudeste. O controle é exercido por conglomerados de redes de televisão, rádio, jornais impressos, revistas. Reproduzem um modelo de comunicação vertical, concentrado no sudeste e não pluralizado.
O resultado dessa concentração é que a maior parte das verbas publicitárias públicas e privadas é abocanhada por meia duzia de famílias. O pior de tudo é termos que engolir uma produção de programas e noticiários que não levam em conta a diversidade cultural que o Brasil possui.
Basta dar uma pesquisada na trajetória da principal rede de televisão do país e da maior parte dos jornais para constatar que no passado apoiaram a ditadura, se posicionaram contra as eleições diretas para presidente, apoiaram Collor, foram contra a criação do Conselho de Jornalistas, apoiaram o fim da exigência do diploma para jornalistas, são contra as rádios comunitárias e ao fortalecimento de uma rede pública de tv controlada pela sociedade civil capaz de dar maior equilíbrio na produção de notícias entre o interesse privado e o público.
O processo de descentralização da produção midiática no Brasil precisa com urgência ser acelerado para ampliar e fortalecer a democracia, estimular a cultura local e regionalizada.

Os jornalistas tem direito sim a criação de seus conselhos, assim como já tem os médicos, os advogados, a enfermagem, etc. Também tem direito ao diploma universitário para o exercício da profissão. A sociedade civil, sobretudo entidades organizadas, tem direito a produzir comunicação. Mais canais de acessos da população devem ser estimulados para que a diversidade cultural brasileira se manifeste em sua plenitude.


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