O estudante maranhense Rogério da Silva Logrado Júnior, 15 anos, do 2º ano do Ensino Médio da Escola Crescimento, é um dos vencedores da 24ª edição do Prêmio Jovem Cientista. Ele ficou em 2º lugar na categoria estudante do ensino médio, com um projeto de uma central hidrelétrica, que gera energia limpa e barata, sem a necessidade de construções de barragem. A idéia surgiu do problema enfrentado pela população ribeirinha do Rio Itapecuru.
Durante uma discussão sobre qual seria seu projeto para a Feira de Ciências de 2009, Rogério Logrado já pensava com ousadia: projetar uma usina hidrelétrica para atender os moradores que viviam à beira do Rio Tocantins. Como a proposta mostrou-se inviável, Rogério optou por estruturar uma central elétrica flutuante, utilizando hélices com funcionamento à base de energia cinética. “Novamente, tive que rever os estudos, porque o Rio Tocantins tem muitos sedimentos. Então, substituí as hélices pela roda d’água, que já era utilizada na região para outros fins”, afirma o estudante.
Posteriormente, o projeto iniciado no município de Imperatriz foi transferido para São Luís. “Como nós nos mudamos, trouxe comigo a pesquisa. Queria dar continuidade ao projeto e escolhi o Rio Itapecuru para isso. Minha principal preocupação sempre foi conseguir gerar energia de uma forma limpa, sustentável e acessível para todos”, explicou.
Balsa - O método criado por Rogério consiste na montagem de uma balsa de 64 células, cada uma com seis garrafas PET (politereftalato de etileno) de dois litros, que permitem a flutuação da central, ligadas a outras quatro garrafas cheias de cimento para dar mais estabilidade - que se unem a uma roda d’água, de ferro ou madeira, ligada a uma série de polias. O princípio funciona graças a um gerador magnético monofásico, que produz energia suficiente para abastecer uma geladeira comum.
Com relação aos possíveis problemas de oscilação de voltagem e queda de amperagem, o aluno solucionou a questão instalando seis baterias de 12 volts de carro, que serviram como fonte de reserva caso o gerador estivesse desligado, e incluiu um estabilizador que manteve a voltagem em 220 volts, evitando assim a queima dos eletrodomésticos. Para combater o problema da maresia, Rogério Logrado decidiu suspender as instalações elétricas utilizadas e pintá-las com metal de sacrifício (magnésio), numa tentativa de evitar a corrosão e aumentar a durabilidade.
Para o jovem, ver seu o trabalho conquistando o segundo lugar na categoria ensino médio é um reconhecimento muito grande. “Uma vitória muito importante para mim e para todos aqui na região. Espero conseguir, com esse prêmio, um patrocínio e fazer o projeto acontecer. A central poderia ser usada como fonte energética secundária, não só no Maranhão, mas em outros estados. Cheguei a construir uma maquete e demonstrei que a pesquisa é totalmente viável”, argumentou.
Maranhense - Os vencedores do 24º Prêmio Jovem Cientista foram anunciados ontem, durante uma entrevista coletiva realizada na sede do CNPq, em Brasília, além de terem seus trabalhos publicados em livro.
Esta é a segunda vez que um maranhense é premiado no Jovem Cientista. Em 2008, o estudante da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) Uslan Júnior de Sousa Mesquita ficou em segundo lugar com o trabalho “Desemprego e baixo IDH no Maranhão: Uma análise das políticas de inclusão de jovens nas periferias de São Luís”. O tema da edição anterior havia sido “Educação para reduzir as desigualdades sociais”.
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