sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estação do Jaracati reduz poluição de rio


Thamirys D´Eça
Da equipe de O Estado

A cada segundo, 120 L de dejetos deixaram de ser lançados in natura na bacia do rio Anil. O feito está sendo alcançado há duas semanas, em decorrência da reativação da Estação de Tratamento de Esgotos do Jaracati. Por enquanto, o sistema está trabalhando com 60% de sua capacidade e beneficiando a 120 mil ludovicenses. Quando estiver operando com toda a sua disposição, o número de resíduos tratados subirá para 200 L por segundo.

O esgoto tratado na Estação do Jaracati é proveniente do Calhau, da Avenida Litorânea, da Lagoa da Jansen, da Ponta d'Areia, da Ponta do Farol, e parte dos bairros São Francisco, Cohafuma e Renascença I e II. "Antes da Estação do Jaracati, esses bairros não tinham o esgoto tratado. Nossa meta agora é abranger a área de atuação, para receptarmos mais quantidade de esgoto", disse o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), João Reis Moreira Lima.

Por ainda não terem sido concluídas algumas obras em interceptores, redes de troncos, finas e elevatórias, a Estação do Jaracati está operando parcialmente em sua capacidade. "Precisamos fazer mais receptores para atendermos a mais bairros. Os recursos para as obras são financiados por meio do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", explicou João Reis Moreira Lima.

Tratamento - Os 120 L de dejetos tratados por segundo são receptados pela rede coletora das residências e direcionados à estação elevatória, que transporta para a Estação de Tratamento do Jaracati. Para o tratamento, primeiramente são retirados os resíduos sólidos de grande porte, como madeira e garrafas. Em seguida, no gradeamento fino, são retirados os resíduos menores. Todos os resíduos são encaminhados para leitos de secagem e, segundo o presidente da Caema, podem ser reutilizados como adubo na agricultura ou são encaminhados para aterros sanitários. A areia é retirada na etapa seguinte.

Reatores - Depois de retirados todos os dejetos, o líquido é levado aos reatores. "Nos reatores acontece o tratamento biológico, por meio de bactérias anaeróbias, que decompõem as impurezas", explicou João Reis Moreira Lima. Ele esclareceu ainda que depois da atuação das bactérias, o líquido é levado para um tanque onde é feita a desinfecção final com ozônio, e, só depois de concluídas todas as etapas - que são avaliadas com controle de qualidade passo-a-passo -, é lançado no rio Anil.

Conforme o presidente da Caema, todo o dejeto receptado pela Estação de Tratamento de Esgoto do Jaracati é tratado. "O benefício para a população é de que está aumentando o nível de balneabilidade de rios e praias. Até então, São Luís só dispunha da Estação de Tratamento do Bacanga e outra de pequeno porte no Maiobão. Havia outra na Cidade Operária, mas foi depredada", ressaltou Moreira Lima.

Mais

A Estação de Tratamento do Bacanga foi a primeira construída em São Luís. Segundo o presidente da Caema, João Reis Moreira Lima, o local tem capacidade para atender até 140 mil habitantes, mas atualmente só tem atendido 15 mil.

O motivo da redução é a ausência de reformas nos últimos anos. Só agora estão sendo concluídos os projetos para abrangência da área de atuação.

Comissão de Obras da AL faz visita à estação

A convite do presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), João Reis Moreira Lima, uma comissão de deputados estaduais visitou, no início da tarde de ontem, a Estação de Tratamento de Esgoto do Jaracati. A comitiva foi composta pelo presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Tavares, o presidente da Comissão de Obras da Assembléia Legislativa, Chico Gomes, o vice-presidente da comissão, Manoel Ribeiro, e o parlamentar Edivaldo Holanda. Foram visitados vários setores da estação, como a área de desinfecção e as estações elevatória e de tratamento preliminar.

"A estação foi totalmente recuperada. Ela estava completamente danificada, com problemas em vários setores. Não temos nada a esconder e se for detectada alguma irregularidade, a Caema tomará as providências para corrigir", disse João Reis Moreira Lima.

Segundo o deputado Chico Gomes, a visita à Estação de Esgoto do Jaracati abre os trabalhos da Comissão de Obras da Assembléia Legislativa, que visa fiscalizar as obras feitas pelo atual governo estadual e o anterior.

"O atual governo está fazendo várias obras. Vamos fiscalizar, pois esse é nosso papel. O governo passado também fez algumas, até inexplicáveis, como do Castelão e Ginásio Costa Rodrigues, onde foram gastos R$ 54 milhões e R$ 6 milhões, respectivamente, e não foram concluídas. Vamos fiscalizar estas também. Já estamos definindo a agenda para as visitas", disse.

Conforme o deputado Manoel Ribeiro, um relatório será elaborado depois do término de cada visita, inclusive a realizada ontem. "Temos de tomar uma posição séria. O governo passado, por exemplo, fez várias obras irregulares e vamos fiscalizar todas e levar para o Ministério Público", afirmou.

Após a visita, o deputado Chico Gomes afirmou que a inspeção também foi motivada por denúncias feitas por outros parlamentares. "Alguns deputados afirmaram que nas obras da Estação do Jaracati dinheiro havia sido desperdiçando ou usado indevidamente. Vindo aqui, o que se percebe é que está tudo funcionando perfeitamente. Vimos na prática e constatamos", considerou.

Para o depurado Marcelo Tavares, a estação é importante para a população. "Sem dúvida o funcionamento da Estação do Jaracati tem importância significativa. Como são recursos públicos aplicados aqui, vamos fiscalizar", comentou.

Nenhum comentário: