O maior pintor baiano nasceu no MA: não reside ai nenhuma heresia
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Floriano de Araújo Teixeira (Cajapió (MA) 8 de março de 1923 —Salvador 21 de julho de 2000 ) foi um pintor, desenhista, miniaturista, capista, retratista e gravador e escultor autodidata maranhense.
Grande ilustrador
Floriano Teixeira - Ilustrou livros de Jorge Amado, como Dona Flor e seus dois maridos (1966), O menino grapiúna (1982), Tocaia grande (1984), O milagre dos pássaros (1997) e outros autores como Graciliano Ramos.
"(…) Incrível miniaturista, colorista castigado e terno, desenhista de raríssima força, escultor quando cisma nisso, gravador bissexto, contador de "causos e acontecidos", retratista imaginativo, sua obra se define em trabalho, pois tanto na largueza dum mural como na delicadeza do grafismo mais sutil, cada leitura leva os sete selos da sua identidade. Até parece que foi escrita para ele à frase de Giono: "Por qualquer lado que se veja, é sempre o retrato do artista que aparece. Cézanne é uma maçã de Cézane. E um pássaro de Floriano sempre será um Floriano(…)." Antônio Celestino
"(…) É desenho rico, com algo herdado de floresta, de renda de almofada ou da complicada simplicidade das asas de mosquito e cigarras.(…) Algo de monge medieval, ou de persa, anda por dentro de Floriano, nos óleos, em geral de grandes planos e pinceladas largas; de repente, numa janela, numa porta ou num portaló vê-se uma cena detalhadíssima, verdadeira miniatura, contando vida de povo, sempre com uma carga de poesia, uma alegria de cores e outra alegria, a de inventar meios de expressão, de dar mais e sempre mais, o que leva a pesquisar constantemente.(…) Decididamente Floriano não é torturado, é um pintor que gosta de seu ofício e pinta. Pinta rodeado de seus sete filhos e Alice. Num mundo que é seu mundo, cheio de arraias, de bolas de gude, de risos e broncas dos meninos. E dele." Caribé.
Floriano de Araújo Teixeira (Cajapió, 8 de março de 1923 — Salvador, 21 de julho de 2000) foi um pintor, desenhista, miniatuarista, capista, retratista, gravador e escultor autodidata brasileiro.
Em 1935 recebeu as primeiras aulas de desenho do professor Rubens Damasceno, neste mesmo ano pintou suas primeiras aquarelas. Engajou-se na imprensa, em "O Democrata", onde participavam grandes nomes do jornalismo como, Anníbal Bonavides, Odalves Lima, Aloíso Medeiros, Durval Aires, Moraes Né, e muitos outros, desenvolvendo desenhos para histórias em quadrinhos e caricaturas, Floriano era o fiel retrato do jornal, radicalizando suas posições . Em 1940, participou de um grupo de pintores liderados por J. Figueiredo, desde então começou a pintar com o cavalete.
Conheceu o trabalho de El Greco através de livros e revistas de arte. Em 1941 expôs no Primeiro Salão de Dezembro e ganhou o primeiro prêmio com o quadro "Bêbados". Na biblioteca do escritor e amigo Erasmo Dias descobriu os impressionistas franceses e expressionistas alemães. Em 1948 catalogando a coleção de obras de arte de Arthur Azevedo conheceu os trabalhos de Daumier, Gavarni, Millet e outros. Em 1949, em parceria com outros artistas , fundou o Núcleo Eliseu Visconti. Descobriu Candido Portinari. Trabalhou as técnicas monotipia e xilogravura. Em 1950 mudou-se para o Ceará. Os escritores em incessantes trabalhos convidaram-no para elaborar e ilustrar os projetos de suas obras de contos, poesias, crônicas, romances e ensaios. Aliado a Antônio Bandeira, Zenon Barreto e outros artistas, fundou o grupo dos "Independentes".
Em 1962, andava desenhando estampas para a fábrica de tecidos São José e também percorrendo o sertão como funcionário da Defesa Sanitária Animal, foi então convidado por Antônio Martins Filho, que tão logo notou seu talento excepcional, para integrar sua equipe da Universidade do Ceará, como desenhista, exercendo também a função de pesquisador. Com a ajuda de Heloísa Juaçaba e Zennon Franco, após coletar material suficiente para a instalação de um museu, Floriano organizou e dirigiu o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará. Floriano continuou os trabalhos artísticos com aprimoramento e ganhou espaço e prestígio nacional e internacional. A primeira exposição do pintor na Bahia se deu no Museu do Unhão, com trabalho intensivo na organização e no funcionamento do Museu, a exposição obteve grandioso sucesso. Floriano foi "emprestado" à Universidade Federal da Bahia por determinado período, mas aconteceu um pedido inevitável: a transferência de Floriano à Bahia. Jorge Amado, Carybé e outros bons amigos, com grande influência do reitor Miguel Calmon, Antônio Martins Filho com admiração e respeito concluiu a transferência de Floriano à Bahia e em 1969 mudou-se para Salvador onde residiu contribuindo para arte até morrer.
Índice[esconder] |
[editar] Cronologia
[editar] Exposições coletivas
- 1941 - I Salão de Dezembro - São Luís, MA
- 1942 - II Salão de Dezembro - São Luís, MA
- 1949 - I Salão Interestadual - São Luís, MA
- 1950 - VI Salão de Abril - Fortaleza, CE
- 1952 - VIII Salão de Abril - Fortaleza, CE
- 1952 - I Salão dos Independentes - Fortaleza, CE
- 1953 - IX Salão de Abril - Fortaleza, CE
- 1953 - II Salão dos Independentes - Fortaleza, CE
- 1954 - III Salão dos Independentes - Fortaleza, CE
- 1956 - XII Salão de Abril - Fortaleza, CE
- 1957 - XIII Salão de Abril - Fortaleza, CE
- 1962 - Museu de Arte da U.F. do Ceará - Fortaleza, CE
- 1963 - Museu de Arte Moderna da Bahia - Salvador, BA
- 1966 - I Bienal Nacional de Artes Plásticas - Salvador, BA
- 1969 - Museu de Arte Moderna de São Paulo - São Paulo, SP
- 1970 - Galeria Marte 21 - Rio de Janeiro, RJ
- 1972 - Galeria Inez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1972 - Galeria Schiettini - Milão, Itália
- 1973 - Galeria Múltipla - Brasília, DF
- 1975 - Galeria Ágora - Rio de Janeiro, RJ
- 1976 - Museu de Arte Moderna de São Paulo - São Paulo, SP
- 1980 - Galeria de Arte do Casino Estoril - Estoril, Portugal
- 1980 - Galeria Grossman - São Paulo, SP
- 1980 - Galeria de Arte do Teatro Daniel Sorano - Senegal
- 1980 - Museu de Arte da U.F do Ceará - Fortaleza, CE
- 1982 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1982 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1982 - Galeria de Arte Alberto Bonfiglioli - São Paulo, SP
- 1984 - Núcleo de Arte do Desembanco - Fortaleza CE
- 1984 - Galeria J. Inácio - Aracaju, SE
- 1985 - Bienal de Ilustrações de Bratislava - Tchecoslováquia
- 1985 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1986 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1986 - Casa da Manchete - Brasília DF
- 1987 - Convenção Latino-Americano da IBM - Salvador, BA
- 1987 -Anarte Galeria - Salvador, BA
- 1987 - Gabinete Português de Leitura - Salvador, BA
- 1988 - Malhoa Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1988 - Escritório de Arte da Bahia - Salvador, BA
- 1989 - Galeria do Hotel Monte Palace - São Miguel, Açores
- 1990 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1990 - Galeria de Arte do Casino Estoril - Estoril, Portugal
- 1990 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1991 - Imperial Othon Palace Hotel - Fortaleza, CE
- 1991 - Imperial Othon Palace Hotel - Fortaleza, CE
- 1992 - Anarte Galeria - Salvador, BA
- 1992 - Atrium Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1995 - 46° Salão de Abril - Fortaleza CE
- 1996 - Convento das Mercês - São Luís MA
- 1995 - Espaço Cultural Barcelona - Salvador, BA
- 1996 - Espaço Cultural Barcelona - Salvador, BA
- 1997 - Exposición itinerante IBERO-AMÉRICA PINTA
[editar] Exposições individuais
- 1949 - SCAM Sociedade Cultural Artística do MA - São Luis, MA
- 1949 - Sociedade Pró-Arte - Fortaleza, CE
- 1964 - Museu de Arte Moderna da Bahia - Salvador, BA
- 1965 - Galeria Convivium - Salvador, BA
- 1966 - Galeria Astréia - São Paulo, SP
- 1967 - Galeria Bonino - Rio de Janeiro, RJ
- 1969 - Museu de Arte da U. F. do Ceará - Fortaleza, CE
- 1970]] - Galeria Recanto de Ouro Preto - Fortaleza, CE
- 1971 - Galeria Bonfiglioli - São Paulo, SP
- 1975 - A Galeria - São Paulo, SP
- 1976 - Tempo Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1976 - Galeria Inez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1979 - Kattya Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1982 - Galeria de Arte do Casino Estoril - Estoril, Portugal
- 1983 - Galeria Ignez Fiuza - Fortaleza, CE
- 1984 - Época Galeria de Arte - Salvador BA
- 1985 - Núcleo de Artes do Desembanco - Salvador, BA
- 1985 - Museu de Arte Brasileira da FAAP - São Paulo, SP
- 1987 - Escritório de Arte do Ceará - Fortaleza, CE
- 1987 - Escritório de Arte da Bahia - Salvador, BA
- 1990 - Ada Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1993 - Anarte Galeria - Salvador, BA
- 1994 - Prova do Artista - Salvador, BA
- 1995 - Ada Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1996 - MCR Galeria de Arte - Salvador, BA
- 1997 - Galeria ACBEU - Salvador, BA
[editar] Exposição individual permanente
- Casa José de Alencar - Fortaleza (Sala Floriano Teixeira)
[editar] Capas de livros
- 1957 - Pequena Antologia de Clã - Ilustrações para Poemas Brasileiros Clã nº15
- 1968 - Amizade Todo Dia - Zitelmann de Oliva
- 1969 - Roteiro da Bahia - Herman Lima
- 1969 - Sesmaria - Myriam Fraga
- 1971 - Entre a Boca da Noite e a Madrugada - Milton Dias
- 1971 - Cais da Sagração - Josué Montello
- 1975 - Obra Completa - Graciliano Ramos (12 volumes)
- 1975 - São Coisa da Vida - Zitelmann de Oliva
- 1977 - A.B.C. de Castro Alves - Jorge Amado
- 1979 - Anarquistas, Graças a Deus - Zélia Gattai
- 1982 - Ordem e Desordem - José Alcides Pinto
- 1982 - Obra Completa - Rubem Braga (07 Volumes)
- 1982 - 50 Anos de Literatura - Capa para catálogo da Fundação Cultural do Distrito Federal para Exposição Bibliográfica comemorativa dos 50 anos da literatura de Jorge Amado
- 1982 - Um Chapéu para Viagem - Zélia Gattai
- 1983 - Relicário Pornô - José Alcides Pinto
- 1984 - Senhora Dona do Baile - Zélia Gattai
- 1985 - Rosamonde (O Touro da Morte) - Bandeira Tribuzi
- 1985 - Criaturas de Jorge Amado - Paulo Tavares
- 1985 - Lili Passeata - Guido Guerra
- 1989 - O Yoga Espiritual de São Francisco de Assis - François Chenique
- 1989 - L'Avortement-questions-réponses - Michel Schooyans
- 1990 - Benditos Perversos - Ricardo Cruz
- 1990 - Exu nº 18 (Revista cultural bimestral)
- 1992 - Obra Poética - Gregório de Matts (2 Volumes)
- 1992 - Chão de Meninos - Zélia Gattai
- 1993 - Jorge Amado - Retrato Incompleto - Itazil Benício dos Santos
- 1993 - A Ninfa - Ildásio Tavares
- sem data - Cais da Sagração - Josué Montello
[editar] Capas e separatrizes
- 1996 - Vária Navegação: Mostra de poesia - Judith Grossmann
[editar] Capas e ilustrações
- 1960 - Sete Estrêlo - Milton Dias
- 1968 - Sindicato da Morte - Juarez Conrado
- 1969 - Maria Duzá - Lindolfo Rocha
- 1972 - Gente da Terra - Antonio Celestino
- 1976 - A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água - Jorge Amado
- 1979 - O Milagre dos Pássaros - Jorge Amado
- 1980 - A Terra dos Meninos Pelados - Graciliano Ramos
- 1982 - O Menino Grapiúna - Jorge Amado
- 1984 - Tocaia Grande - Jorge Amado
- 1984 - O Estribo de Prata - Graciliano Ramos
- 1990 - Sementes - Rita de Cássia
- 1992 - Navegação de Cabotagem - Jorge Amado
- 1994 - Cartas de Amor a Heloisa - Graciliano Ramos
- 1997 - Desenhos - Floriano Teixeira
- 1997 - O Lacandón - Alejandro Reyes
- 1998 - Gente do Mar: Desenhos - Floriano Teixeira ; textos de James Amado , Juarez Paraíso e Alejandro Reyes
Homenagens
- "(…) Incrível miniaturista, colorista castigado e terno, desenhista de raríssima força, escultor quando cisma nisso, gravador bissexto, contador de "causos e acontecidos", retratista imaginativo, sua obra se define em trabalho, pois tanto na largueza dum mural como na delicadeza do grafismo mais sutil, cada leitura leva os sete selos da sua identidade. Até parece que foi escrita para ele a frase de Giono: "Por qualquer lado que se veja, é sempre o retrato do artista que aparece. Cézanne é uma maçã de Cézanne. E um pássaro de Floriano sempre será um Floriano(…)." Antônio Celestino
- "(…) É desenho rico, com algo herdado de floresta, de renda de almofada ou da complicada simplicidade das asas de mosquito e cigarras.(…) Algo de monge medieval, ou de persa, anda por dentro de Floriano, nos óleos, em geral de grandes planos e pinceladas largas; de repente, numa janela, numa porta ou num portaló vê-se uma cena detalhadíssima, verdadeira miniatura, contando vida de povo, sempre com uma carga de poesia, uma alegria de cores e outra alegria, a de inventar meios de expressão, de dar mais e sempre mais, o que leva a pesquisar constantemente.(…) Decididamente Floriano não é torturado, é um pintor que gosta de seu ofício e pinta. Pinta rodeado de seus sete filhos e Alice. Num mundo que é seu mundo, cheio de arraias, de bolas de gude, de risos e broncas dos meninos. E dele." Carybé
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