quinta-feira, 19 de julho de 2012

Autorizadas obras de esgotamento sanitário das bacias Anil e Vinhais

Roseana assinou as ordens de serviço para a construção das Estações de Tratamento de Esgoto das bacias do Anil e Vinhais.

Jock Dean
Da equipe de O Estado
 
Em cinco anos, São Luís deverá ter a rede de tratamento de esgoto ampliada de 10% para 90% de cobertura. O projeto de ampliação do sistema de esgotamento sanitário da capital foi iniciado ontem com a assinatura pela governadora Roseana Sarney das ordens de serviço para a construção das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) das bacias do Anil e Vinhais e a conclusão da ETE da bacia do São Francisco. As obras serão executadas em 18 meses, com investimentos de R$ 124 milhões.
Atualmente, São Luís tem apenas duas ETEs em funcionamento: a do Jaracati, inaugurada em dezembro de 2003, que recebe os esgotos oriundos dos domicílios e estabelecimentos comerciais instalados na Avenida Litorânea, Calhau, Lagoa da Jansen, partes do São Francisco e do Renascença; e a do Bacanga, inaugurada em julho daquele mesmo ano para atender 115 mil pessoas em diversos bairros da capital que fazem parte da bacia do Rio Bacanga. Juntas, elas tratam apenas 10% de todo o esgoto produzido na capital.
No início de 2013, o tratamento do esgoto na capital chegará a 30% dos domicílios, quando entrarem em operação as ETEs do Anil e Vinhais e com a ampliação da estação do Jaracati. “Hoje, nós temos coletados 48% do esgoto produzido na capital. Com o fim dessa primeira etapa do projeto de ampliação da de esgotamento sanitário, essa coleta terá um pequeno crescimento e chegará a 52% dos domicílios. Com isso, teremos um ganho importante no tratamento efetivo do esgoto, que será três vezes maior que nossa capacidade atual”, informou o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), José Reis Moreira Lima.
Obras - A obra na bacia do Anil está orçada em R$ 24.621.808,68 e será executada em 540 dias. O sistema é composto por 2.932,78 metros de redes coletoras de esgoto, 3.317 metros de tubulação, 1.321,25 metros de linhas de recalque, quatro Estações Elevatórias de Esgoto (EEE), uma ETE, 47 kits sanitários e 293 ligações prediais de esgoto. Quando em funcionamento, cerca de 56 mil habitantes dos bairros Alemanha, Camboa, Liberdade, Fé em Deus e Ivar Saldanha serão atendidos pelo sistema.
O serviço no Sistema Vinhais terá investimento de R$ 63.439.496,64, e a previsão para entrega também é de 540 dias. Compreende 6.158,19 metros de redes coletoras de esgoto, 11.830,72 metros de tubulação, 3.017,01 metros de linhas de recalque, quatro EEE, uma ETE, 63 kits sanitários e 616 ligações prediais de esgoto. A obra beneficiará aproximadamente 246 mil moradores dos bairros Cruzeiro do Anil, Ipase, Japão, Rio Anil, João de Deus, Pirapora, Vila Lobão, Recanto Santos Dumont, Aurora, Vila dos Vinhais e Vila Vitória.
O Sistema São Francisco, cujas obras foram reiniciadas em janeiro deste ano, compreende a implantação de 3.049 metros de rede coletora e tubulação, que passam pelos bairros Ilhinha, Renascença e área da Península da Ponta d’Areia e já está beneficiando a população dos bairros São Francisco, Ilhinha, Jaracati, Renascença I e II e Buriti. Os interceptores recolhem os dejetos que são conduzidos por gravidade para as quatro estações elevatórias, de onde são bombeados até a ETE Jaracati.
Ordens de serviço - A governadora Roseana Sarney assinou as três ordens de serviço na área onde está sendo construída a ETE Vinhais, em um terreno próximo à Rua Via Láctea, no Recanto dos Vinhais. Ela destacou que as obras marcam o reinício do programa de tratamento de esgoto da capital, que desde 2002 estava praticamente inativo.
Os serviços serão executados pelas empresas Ires Engenharia, Comércio e Representações Ltda e Consórcio Artec/Ética. A governadora pediu agilidade no andamento das obras.
Benefícios - Entre os benefícios que as duas novas ETEs trarão aos 300 mil habitantes que terão o esgoto tratado estão a redução de doenças de origem hídrica, diminuindo a mortalidade infantil; a elevação dos níveis de qualidade de vida e de salubridade da maior parte da população; a melhoria das condições de urbanização pela implantação de serviços urbanos adicionais como de pavimentação e drenagem, além da despoluição ambiental e a melhoria das condições de balneabilidade das praias.
Para o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, a melhoria das condições de banho das praias da capital será um dos maiores benefícios gerados para a Ilha de São Luís. “É importante ressaltar que estas obras trazem benefícios diretos aos moradores dos domicílios que fazem parte das três bacias e melhorias indiretas a toda a população da capital”, afirmou Murad.

Obras serão realizadas em 3 etapas durante 5 anos


O projeto prevê que 90% de todo o esgoto produzido em São Luís receberá tratamento
As obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de São Luís fazem parte de um amplo programa realizado pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os investimentos ultrapassam os R$ 750 milhões que serão aplicados em três etapas de obras nos próximos 5 anos. Quando o projeto estiver concluído, 90% de todo o esgoto produzido pelos domicílios ludovicenses será tratado.
Nesta primeira etapa de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de São Luís, o Governo do Estado entrou com uma contrapartida de 20% do total de recursos que estão sendo investidos para a construção das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) do Anil e Vinhais e a ampliação da ETE Jaracati.
Na segunda etapa do programa, será feita a expansão do sistema já existente, e na terceira duas outras estações serão construídas nas bacias do Turu e do Geniparana.
Licitação - O projeto executivo da segunda etapa já está em processo licitatório. O investimento previsto é de R$ 252 milhões, e a conclusão de todo o processo, que inclui a assinatura da ordem de serviço e as obras de construção dos sistemas deve ocorrer em 24 meses. O projeto executivo da terceira etapa fica pronto em seis meses e custará R$ 380 milhões. Todo o investimento é rateado entre os governos do Estado e Federal.
A governadora Roseana Sarney afirmou que está pleiteando os recursos restantes para a conclusão das duas outras etapas. “Já temos os recursos para a segunda etapa das obras prometidos pelo Governo Federal, e os da terceira etapa estão sendo buscados”, informou.
São Luís é a 14ª capital brasileira em coleta e a 16ª em tratamento de esgoto. Com o fim da primeira etapa das obras, ela passará à posição de 11ª em coleta e 15ª em tratamento. Ao fim dos cinco anos, a capital maranhense será a primeira do país no tratamento do esgoto e a terceira na coleta.

Mais


A deficiência no tratamento do esgoto em São Luís é causada também pela desativação de outras quatro ETEs existentes anteriormente na cidade. Em 2009, a ETE Lima Verde foi desativada por vazamento no tanque de armazenamento. No ano seguinte, os serviços da ETE Gaivota foram interrompidos por causa da ação de vândalos que danificaram os equipamentos utilizados no tratamento do esgoto.
Também estão em desuso as ETEs da Cidade Operária e do Mocajituba, que tratavam o esgoto por meio do processo de decantação. Na Cidade Operária, a área onde ficava a estação foi ocupada por residências e estabelecimentos comerciais. No Mocajituba, uma empresa de escavação e extração de areia, cascalho, barro e outros minerais ocupou a área. No caso das estações do Jaracati e Bacanga, falta tubulação suficiente para que elas possam trabalhar em sua capacidade máxima.

Números


R$ 124 milhões estão sendo investidos apenas nesta primeira fase de ampliação do sistema de tratamento de esgoto de São Luís
R$ 756 milhões é o total que será investido nos próximos 5 anos no projeto de ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário de São Luís
110 kits sanitários serão instalados
9.090 metros de redes coletoras
serão construídas
15.174 metros de tubulação serão instalados
909 ligações prediais serão feitas
540 dias é o prazo de conclusão das obras

Nenhum comentário: