Ribamar Cunha
Subeditor de Economia
O Maranhão pode se tornar em breve um grande produtor de petróleo, assim como já está caminhando em relação ao gás natural. É o que revelam relatórios elaborados pela consultoria DeGolyer & MacNaughton ("D&M"), a pedido da OGX, que apontam a Bacia do Parnaíba como nova província petrolífera terrestre do Brasil com recursos totais estimados em 1,9 bilhão de barris de óleo.
Desse volume potencial de 1 bilhão de barris de óleo, dos 70% de participação nos setes blocos que detém na Bacia do Parnaíba, a OGX Maranhão totaliza 1,33 bilhão de barris (joint venture – OGX com 880 milhões de barris e a MPX com 450 milhões de barris) e a Petra, que detém 30% da área, 570 milhões de barris.
Vale ressaltar que essa perspectiva grandiosa de volume de óleo na Bacia do Parnaíba foi apresentada com base em informações disponíveis até 31 de dezembro de 2010. Isto é, não se agregou novos dados obtidos a partir de janeiro de 2011 com a realização de sísmicas e novas perfurações de poços.
Para o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, a campanha de sucesso da OGX com o gás natural, e agora com a perspectiva de petróleo, demonstra que o Maranhão sempre foi um estado rico e que todo esse potencial mineral está sendo descoberto com tecnologia e determinação dos investidores.
Desde a descoberta de gás natural em Capinzal do Norte, em agosto do ano passado, a OGX Maranhão vem intensificando a campanha exploratória na Bacia do Parnaíba. Atualmente, a empresa está perfurando o quarto poço (Santo Antonio dos Lopes), concomitantemente com o terceiro (Bom Jesus), e já solicitou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) licença prévia para perfuração de um novo poço no município de Santo Antonio dos Lopes e em breve receberá uma terceira sonda na região.
Além da Bacia do Parnaíba, Ricardo Guterres destacou as potencialidades de exploração de petróleo e gás em outras regiões do estado, como a Bacia de Barreirinhas (terrestre), que depende apenas de licenciamento ambiental para que as empresas Panergy e Engepet/Perícia iniciem as atividades de perfuração de poços.
Ele citou ainda a perspectiva de atividades de exploração e/ou produção de óleo e/ou gás natural na plataforma continental (offshore), especialmente na Bacia Pará-Maranhão, que integra o eixo exploratório da costa equatorial do país, onde várias empresas detêm blocos, entre as quais a OGX.
De acordo com consultoria DeGolyer & MacNaughton, os recursos potenciais líquidos da OGX na Bacia Pará-Maranhão são estimados em 400 milhões de barris de óleo equivalente (boe). No caso da Bacia do Parnaíba, esse potencial chega a 1 bilhão de boe. “Em pouco tempo, o Maranhão será reconhecido mundialmente como um grande produtor de petróleo e gás”, afirmou o secretário Ricardo Guterres.
Rodada de Licitação poderá incluir novas áreas de exploração
11ª Rodada de Licitações poderá ter Margem Equatorial e a Região dos Cocais
Com esse cenário positivo que se desenha para o Maranhão na área de petróleo e gás, é interesse do Governo do Estado que novas áreas de exploração sejam contempladas na 11ª Rodada de Licitações que será realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O assunto foi discutido semana passada pelo secretário Ricardo Guterres em reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, em Brasília.
Na reunião, da qual participou na condição de vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Minas e Energia (FNSE), Ricardo Guterres solicitou em nome do Governo do Estado, aos deputados, que façam gestão para que o leilão da ANP seja realizado o mais rápido possível.
O pedido do secretário maranhense foi uma das várias gestões realizadas pelos integrantes do fórum que estiveram no encontro, sob a coordenação do presidente da entidade, o secretário de Minas de São Paulo, José Aníbal.
“É determinação da governadora Roseana Sarney que neste leilão sejam contemplados mais lotes de duas áreas de exploração de petróleo e gás no Maranhão: a Margem Equatorial, que abrange todo o litoral do Pará-Maranhão e a Bacia do Parnaíba, na Região dos Cocais”, disse o secretário.
Ele defendeu a necessidade de se acelerar a realização da nova Rodada de Licitação, ao argumentar que os grandes espaços de tempo entre os leilões desmobilizam os empresários, pois a exploração de petróleo envolve grandes investimentos e em um setor de risco. O último leilão aconteceu em 2009.
“É importante o empenho da Comissão de Minas e Energia perante à ANP para que o leilão seja realizado este ano e que novos lotes das bacias do Pará-Maranhão e do Parnaíba, no território maranhense, sejam colocados à disposição dos empresários”, ressaltou Ricardo Guterres.
Saiba mais
O volume estimado para a Bacia do Parnaíba é de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe), representando 10% do portfólio total da OGX (10,8 bi). O boe é usado quando se quer comparar óleo e gás natural na mesma medida (você transforma os pés cúbicos de gás em barris de óleo equivalente).
O 1 bilhão de óleo equivalente poderia ser transformado em 5,6 trilhões de pés cúbicos (tcf) de gás natural + 45 milhões de óleo.
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