quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Projeto de expansão prevê mais 18 docas para o Porto do Itaqui


O Porto do Itaqui, que atualmente tem seis atracadouros de navios, vai precisar de mais 18 píeres, em conseqüência da expansão industrial do Maranhão. O crescimento estrutural leva em conta a demanda logística da Refinaria Premium da Petrobras, a implantação de usinas siderúrgicas e termelétricas, assim como a fábrica de celulose no Sul do estado, além do aumento da produção de grãos. Desta forma, a área construída do porto vai ser duplicada, passando dos

atuais três milhões de metros quadrados (m²) para seis milhões/m².

Essas projeções resultam de um convênio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) com a Agência Internacional Japonesa de Cooperação (Jica, na sigla em inglês), um braço do Banco Japonês que investe em projetos de relevância mundial nos países em desenvolvimento. Divulgado ontem, o acordo foi assinado em março deste ano e reiterado em julho, durante a última visita dos integrantes da Agência ao Porto do Itaqui. O investimento nipônico foi de US$ 8 milhões, cerca de R$ 15 milhões, em índices atualizados.


Projeção - O estudo da Jica ainda não terminou. A previsão é desenvolver o projeto de modernização do Porto do Itaqui pelos próximos 12 meses, projetando a infra-estrutura para os anos seguintes, até 2030. “Estamos preparando um plano em longo prazo. Para isso, está em análise e revisão uma série de informações coletadas, que servirão de base para a elaboração de um plano diretor”, explicou Yugo Otsuki, líder da equipe e responsável pelo planejamento portuário.

Para se ter idéia, a refinaria da Petrobras, que será a maior produtora de barris de petróleo do país, serão necessários sete berços exclusivos para a movimentação de carga e descarga. Para o projeto da siderúrgica, serão mais quatro docas e, para a fábrica de celulose, mais dois atracadouros. Estima-se um orçamento para o projeto de expansão de aproximadamente R$ 1,6 bilhão.

O estudo prevê, principalmente, o planejamento do lado sul do Itaqui, que deve abrigar o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), píeres petroleiros, de carvão e um terminal de contêineres. A investigação do solo nas proximidades do berço 100 (a ser construído) e a batimetria (profundidade marítima) são alguns dos estudos previstos pela Jica, que propõe atenção prioritária às questões ambientais.

Os japoneses retornaram para São Luís há pouco mais de um mês. Eles são vinculados às empresas Nipon Koei e Ides, ambas contratadas pela Jica. São oito técnicos que trabalham em três áreas de pesquisa: engenharia, projeção de demanda e socioambiental. Debruçados em plantas, mapas e maquetes, eles também estão revisando o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário e o Plano de Expansão do Itaqui (PDZ), documentos já existentes no Porto, que projetam a modernização até 2030.

“A expansão se dará de acordo com a demanda dos investidores, com contribuições público-privadas”, afirmou Hermes Ferreira, presidente da Emap, em reunião com empresários asiáticos, na semana passada.

A entrega do esboço do planejamento está prevista para próximo ano, depois que os japoneses retornarem a São Luís para uma jornada de mais dois meses de estudos e pesquisas. “Iremos levar agora em outubro os estudos preliminares à Jica para solicitar o financiamento dos estudos complementares que citamos”, afirmou Otsuki.


Demandas – A expansão do Porto do Itaqui, segundo a avaliação da Jica, divulgada ainda em março, vai além das necessidades logísticas da Refinaria Premium I da Petrobras, que deve iniciar as operações no segundo semestre de 2013, com o investimento previsto de US$ 19,8 bilhões, o equivalente a 224% do PIB do Maranhão.

Além da refinaria, há outros projetos de grande porte para o Maranhão, como duas termelétricas, uma em São Luís e outra em Miranda, no interior do estado. A maior delas, do grupo MPX, vai gerar energia por meio da queima de carvão mineral, que será descarregado no Porto do Itaqui em navios de 80 mil toneladas. No setor de celulose, será implantada uma fábrica do Grupo Suzano Papel e Celulose, que deve investir cerca de R$ 3 bilhões.

De acordo com o secretário de Estado de Indústria e Comércio (Sinc), Maurício Macedo, há previsão de investimentos da ordem de R$ 400 milhões nos próximos dois anos no Porto do Itaqui, para recuperar a sua capacidade de carga, construir o píer 100 e mais o píer petrolífero 108.


Empreendimentos - Destarte, o secretário destacou também a construção da usina termoelétrica do Itaqui, avaliada em R$ 1,5 bilhão, a conclusão da Hidrelétrica de Estreito, de US$ 13,6 bilhões; o projeto de expansão do ferro-gusa, da produção de alumínio, aço e plástico.

Neste contexto, no município de Bacabeira (a 60 quilômetros de São Luís), está prevista a implantação de uma usina siderúrgica, com previsão de início de operações em fins de 2010 e investimento da ordem de US$ 4,105 milhões para produção anual de 10 milhões de toneladas de placas, chapas e bobinas de aço destinadas à exportação. Trata-se da Companhia Siderúrgica do Mearim (CSM), do Grupo Aurizônia Empreendimentos S.A. O empreendimento prevê, ainda, a construção do Terminal Portuário do Mearim, localizado na Fazenda Santa Rita de Cássia, um investimento de R$ 485 milhões.


http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2009/09/02/pagina160440.asp

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