No sobe e desce das ladeiras e escadarias do Centro Histórico de São Luís se desenham as nuances da arquitetura colonial luso-brasileira. Como ainda hoje se faz, as frentes das casas perfiladas nas ruas da Praia Grande traduziam a posição social de seus proprietários. A elas se juntam igrejas, capelas, prédios de função oficial, casas de sítios e instalações industriais, conferindo vínculos e identidade.
Na segunda metade do século XVIII, quando a cidade deu um salto populacional de 854 habitantes para 16.580, motivado principalmente pela migração de famílias do arquipélago de Açores e, sobretudo, com a introdução do trabalho escravo africano, o bairro passa a concentrar atividades econômicas, com abertura de casas comerciais e, consequentemente, maior valorização do solo urbano e maior diversidade no tamanho dos lotes.
Porta e janelas, meia moradas e sobrados são alguns dos padrões dos imóveis erguidos na cidade. Ao longo da formação dessa teia urbana, o centro antigo não distinguiu vias principais das secundárias, nem se impôs a formação de zonas residências exclusivas. Habitações e estabelecimentos comerciais comungavam do mesmo espaço, dando ar de homogeneidade arquitetônica na cidade.
São muitas as variações: porta e janela, meia morada, três quartos (3/4) de morada, morada inteira, morada e meia, casa térrea de comércio, casa térrea de porão, casa térrea de porão e mirante, sobrados de dois e três andares, com ou sem porão e/ou mirante, sobrados de quatro andares. Estas habitações se distinguirão mais pela quantidade de cômodos do que pela ornamentação ou sistemas construtivos.
Com a efervescência do comércio, acrescentaram-se às moradias ludovicenses as portas de ruas. Geralmente, o pavimento térreo era dedicado às atividades comerciais; os pisos superiores ficavam os cômodos íntimos, com comunicação direta entre si. Outra peculiaridade nas residências da região são os ganchos para as redes espalhados por todos os cômodos, costume que segue até hoje.
Em decorrência dos lotes serem mais profundos do que largos, as construções obedeciam a padrões urbanos que favoreciam a circulação do ar e à iluminação, basicamente desenvolvidas em cinco projeções de plantas: retangular, em L, em C, em U e em O, com predominância das formas em L e em U.
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