O Maranhão e o Rio Gran-de do Norte estão liderando a luta da Região Nordeste em defesa de mais recursos do Governo Federal para a energia produzida por meio da matriz eólica (ventos). A proposta é de que o Governo Federal invista na construção de linhas de transmissão para que o potencial eólico da região receba mais investimentos nos próximos anos. No Maranhão, o objetivo é consolidar investimentos empresariais que estão sendo realizados na região, como o da Bioenergy, nos municípios maranhenses de Paulino Neves e Tutoia, e atrair mais investidores.
As articulações estão sendo feitas em várias esferas e instâncias deliberativas. O secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, e o representante potiguar Rogério Marinho lideram campanha acirrada com o objetivo de garantir o apoio do Governo Federal, principalmente na construção de linha de transmissão dos centros geradores de energia eólica para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Esse cenário de união dos estados do Norte e Nordeste se consolidou na eleição para a escolha da nova diretoria do Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia (FNSE), semana passada, em Brasília. A articulação entre o Maranhão e Pará, hoje os estados com maior capacidade de geração de energia no Brasil, garantiu a vitória na eleição de uma chapa sem os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em uma eleição disputada.
O secretário de Energia do Pará, Nicias Ribeiro, assumiu a presidência da entidade, no lugar do secretário de São Paulo, José Aníbal, com o apoio do Nordeste, articulado por Ricardo Guterres, que permaneceu na vice-presidência. O paraense representará o poder da produção hidroelétrica da Amazônia e Guterres, indicado por estados do Nordeste, as energias eólica e solar.
Estratégica - A disputa pela FNSE ocorre porque a entidade se tornou estratégica na definição da política energética do Brasil, com presença marcante em instâncias deliberativas importantes da esfera federal.
A articulação do secretário Ricardo Guterres ainda afiançou a indicação de Rogério Marinho para ocupar a cadeira que o FNSE tem no Conselho Nacional de Política Energética, poderosa entidade que tem a presidente Dilma Rousseff à frente, e que define os rumos da política energética do Brasil.
“Estou conversando com Rogério Marinho há meses e ele vai defender no Conselho de Política Energética investimentos em energia eólica, o que consolidará polos como o da Bioenergy que a governadora Roseana Sarney trouxe para o Maranhão e que está sendo instalado na região dos municípios de Tutoia e Paulino Neves”, explicou Guterres.
O Maranhão ganhou destaque no fórum, ao receber o apoio dos estados do Nordeste (à exceção da Bahia que estava ausente) para propostas como a de ampliação dos investimentos federais na área de produção de energia eólica.
Linhas de transmissão são os grandes entraves
O complexo de produção de energia eólica da Bioenergy no Maranhão é composto por 50 parques, cada um com 10 aerogeradores, com capacidade total para produzir 1.500 MW de potência instalada - a ser implantada por fases nos municípios de Paulino Neves e Tutoia. O grande entrave no momento são as linhas de transmissão.
A própria Bioenergy está construindo uma, de 230 kV com 240 quilômetros de extensão, no valor de
R$ 110 milhões, assegurando o escoamento da eletricidade do polo Paulino Neves até a subestação localizada no município de Miranda do Norte.
A proposta do FNSE, apresentada no fórum por Ricardo Guterres, articulado com os demais estados do Nordeste, é de que o Governo Federal construa linhas de transmissão para que o potencial eólico da região receba mais investimentos nos próximos anos. “A estratégia adotada pela governadora Roseana Sarney na área de produção de energia precisa se consolidar e atrair mais investimentos nos próximos anos e, para isso, é fundamental a presença do Governo Federal”, explica Guterres.
De início, a proposta dos estados nordestinos é de que o Governo Federal invista em duas linhas de transmissão. A primeira, de São Luís, onde está o Porto do Itaqui, até o município de João Câmara (RN), passando pela região produtora de energia eólica dos municípios maranhenses de Paulino Neves e Tutoia, pelo Piauí e Porto de Pecém, em Fortaleza. A segunda, de Sobradinho, na Bahia, até o norte de Minas Gerais.
Mais
- O empreendimento da Bioenergy no Maranhão é composto por 50 parques, a serem implantados por fases até 2016.
- Dos 50 parques, 27 estão aptos a serem contratados: 22 em Paulino Neves e cinco em Tutoia; 13 já têm as licenças ambientais e certificações necessárias e 14 podem ser contratados nos próximos leilões do Governo Federal.
- Os outros 23 previstos ainda não têm data definida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário